Duda (17) e Rafa (16), estão sentados em um banco de praça cercado por árvores, latas de refrigerante no chão e um céu meio acinzentado, mesmo sendo 11h da manhã.
---
RAFA:
Você já reparou que a gente chama esse lugar de “meio ambiente”? Meio. Nem inteiro. Meio.
DUDA (rindo de leve):
Nunca pensei nisso. Mas faz sentido… a gente trata a natureza como se ela fosse só uma parte pequena da vida. Tipo, “meio” importante, sabe?
RAFA (encarando uma sacola plástica presa num galho):
O pior é que, no fundo, ela é o ambiente inteiro. É onde a gente vive, respira, come, dorme… Mas parece que o pessoal só lembra disso quando falta água ou quando o calor fica insuportável.
DUDA:
Ou quando tem enchente, né? Minha avó perdeu tudo na última. A casa encheu até o joelho de lama. E depois disseram que foi “culpa da chuva”. Como se a natureza tivesse surtado do nada.
RAFA:
Não é ela que surta. Somos nós que provocamos. Jogando lixo onde não devia, desmatando tudo, gastando mais do que precisa. A gente vai empurrando o problema pra frente, como se o planeta tivesse espaço infinito.
DUDA (pensativa):
Talvez o problema seja esse: a gente vê a Terra como uma coisa separada da gente. Tipo... "natureza lá, eu aqui". Só que está tudo conectado.
RAFA:
Exato. E se a gente trata o lugar onde vive pelo “meio”, nada mais justo que o planeta comece a tratar a gente pela metade também: meio ar puro, meio clima estável, meio futuro.
DUDA:
Mas dá pra mudar, né? Tipo, pequenas atitudes... separar o lixo, usar menos plástico, plantar uma árvore, consumir com mais consciência.
RAFA:
Claro que dá. Só que precisa deixar de ser moda de rede social e virar prática real. E isso começa com a gente. Hoje mesmo. Aqui mesmo.
DUDA (levantando-se e pegando a latinha do chão):
Então vamos começar agora. Se cada um fizer sua parte, pelo menos a gente pode dizer que tentou cuidar do “todo”, não só do “meio”.
RAFA (sorrindo):
Fechou. Bora ser parte da solução, não do problema
---------
No corre da vida, o ser humano esqueceu que o planeta não é um cenário, é o palco inteiro. E, se ele desabar, não há outro lugar para continuarmos a peça. Tratar o meio ambiente só pela metade é como viver pela metade também.
É hora de mudar o olhar: a Terra não é um recurso, é nossa casa. E ninguém destrói a própria casa sem pagar um preço. Quando a gente se reconecta com a natureza, começa a entender que ela não depende de nós — somos nós que dependemos dela.
A solução não está em gestos gigantes, mas em atitudes diárias que somam. Plantar, preservar, repensar. E, acima de tudo, lembrar que “meio ambiente” só estará completo quando a gente parar de tratar o planeta pela metade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário