—
Mano, me diz uma coisa — começou Leo, olhando pela janela do nosso quarto. — O
que você acha daquela frase clichê: “Ou você assume o controle da sua vida, ou
alguém assume por você”?
—
Clichê? Talvez. Mas, no fim das contas, é mais real do que parece.
Leo
bufou.
—
Ah, qual é? Eu acabei de fazer 16 anos. Ninguém tá controlando a minha vida.
—
Não é assim, de forma direta, sabe? — respondi, me ajeitando na cama para
encará-lo. — Não é como se um vilão de filme aparecesse com um controle remoto
e começasse a apertar os botões da sua vida. É mais sutil.
—
Sutil como?
— Como quando deixamos de fazer algo que queremos porque os outros acham que é “perda de tempo”. Ou quando escolhemos uma carreira só porque “dá dinheiro”, mesmo odiando a ideia de passar o resto da vida fazendo aquilo.