Era uma vez uma garota
chamada Amanda. Ela tinha 17 anos e, como muita gente da sua idade, vivia cheia
de coisas para pensar e fazer. Escola, trabalho de meio período, vida social e,
claro, as cobranças que ela mesma colocava sobre os ombros. Todo dia parecia
uma maratona, e o fim de semana mal chegava, ela já estava esgotada de tanto
tentar dar conta de tudo.
Só que, num desses dias em que a vida parecia demais, Amanda teve uma conversa que mudou sua forma de ver as coisas. Ela estava no parque com sua melhor amiga, Júlia, depois de uma semana caótica. Elas sentaram debaixo de uma árvore enorme e Amanda, cansada, começou a desabafar:
—
Ju, eu tô exausta. Parece que tô sempre correndo, sempre com algo pra fazer,
algo pra resolver, e no fim do dia, eu sinto que não tô fazendo nada por ou pra
mim.
Júlia,
que sempre tinha uma palavra sábia guardada na manga, olhou para Amanda e
disse:
—
Sabe, Mands, eu li uma frase esses dias que mexeu comigo. Dizia algo tipo:
“A vida fica mais leve quando nos libertamos do que não nos faz falta.”
Amanda
fez uma careta, meio confusa.
— Como assim, Ju?
— É simples — continuou Júlia. — Às vezes, a gente se
prende a coisas que não fazem a menor diferença. Tipo, você já parou pra pensar
se tudo que você está carregando realmente importa? Será que todas essas
cobranças, essas preocupações… você realmente precisa delas?
Aquilo
ficou ecoando na cabeça de Amanda. Ela começou a pensar nos seus últimos meses.
As discussões bobas com amigos que não somavam nada, a pressão de tentar ser
perfeita na escola, a necessidade de agradar a todos. E percebeu que, no meio
disso tudo, ela estava esquecendo de uma coisa muito importante: ela mesma.
No
dia seguinte, Amanda decidiu fazer um experimento. Pegou seu celular e deu uma
olhada nas redes sociais. Começou a eliminar as pessoas que só traziam
negatividade, aquelas que ela seguia por obrigação, mas que, no fundo, só
faziam ela se sentir mal. Depois, fez o mesmo com sua rotina. Tirou algumas
atividades que ela nem curtia, mas fazia só porque achava que “tinha que
fazer”.
Com
o tempo, Amanda começou a sentir a diferença. A vida ficou mais leve. Não era
mais sobre tentar fazer tudo, agradar todo mundo ou ser perfeita. Era sobre
ela. Ela escolhia o que ficava e o que ia embora. E cada escolha deixava um
peso a menos em seus ombros.
Um
dia, voltando ao mesmo parque, Amanda se lembrou da conversa com Júlia e
sorriu. Aquela frase, que parecia tão simples, havia mudado tudo. E agora, cada
vez que algo começava a pesar demais, ela se perguntava: “Isso realmente me faz
falta?” Se a resposta fosse não, ela deixava ir.
A
vida de Amanda não virou um conto de fadas, claro. Mas ela aprendeu que a
liberdade de escolher o que carregar era o maior presente que poderia se dar. A
partir desse momento, ela se sentiu mais dona de si mesma, mais em paz com o
que tinha e, principalmente, com o que decidiu deixar para trás. E, no fundo,
Amanda sabia que essa era a verdadeira leveza que a vida podia oferecer.
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