quinta-feira, 18 de setembro de 2025

Tanta história para ser lida e vivida, e você aí, com medo de virar a página.

 
            — Me diz uma coisa: até quando você vai ficar aí agarrado nessa página da vida, como se fosse figurinha rara da Copa?

— Ué, mas e se essa for a minha melhor página? Se eu virar, vai que só vem bomba pela frente.

— Ah, claro, porque a vida é tipo série ruim que só piora a cada temporada… Relaxa! Às vezes o próximo capítulo é justamente aquele que salva a trama inteira.

— Fácil falar… E se virar a página e encontrar outro drama?

— Então você faz o quê? Chora, reclama, come um brigadeiro e segue em frente. Já percebeu que até nos livros mais tristes a gente não para de ler? É porque, no fundo, a gente quer saber como acaba.

— Mas eu tenho medo. Vai que não consigo lidar?

— Amigo, ninguém nasce com manual de instruções. Nem celular vem com tudo explicado, imagina a vida! A gente vai aprendendo no improviso, virando a página mesmo sem entender nada.

— Mas e se eu falhar de novo?

— Ué, falha mais uma vez, ora! Já percebeu que até videogame dá “continue”? A vida também dá. Só não dá se você ficar parado olhando a tela.

— Tá, mas virar a página dá um frio na barriga.

— E quem disse que frio na barriga é ruim? Pensa na vez que você entrou na montanha-russa. Você tremia, achava que ia morrer, e no fim saiu rindo feito doido. É isso que a vida faz: assusta primeiro, diverte depois.

— Mas e se o próximo capítulo for só tragédia?

— Aí você ganha experiência, igual personagem de jogo. Sofreu? Ponto de resistência. Levou fora? Ponto de coragem. Caiu? Ponto de superação. Tudo vira experiência pra história ficar mais interessante.

— Você fala como se fosse fácil.

— Não é. Se fosse, todo mundo estaria vivendo aventuras incríveis e ninguém estaria preso em páginas mofadas. Mas a diferença é que alguns encaram o medo como porta, e outros como muro.

— E você sempre encarou como porta?

— Nem sempre. Já fiquei empacado em capítulos que pareciam novela mexicana: choro, drama, aquela música triste de fundo. Mas um dia percebi que, se eu não virasse a página, ia morrer sem saber o final da história.

— Nossa, mas você nunca se arrependeu de virar?

— Já. Mas mesmo assim aprendi. Até os capítulos ruins rendem boas histórias depois. Sabe quando a gente ri lembrando da maior vergonha da vida? Pois é, se eu tivesse parado ali, não teria essa piada pra contar hoje.

— Então no fundo até os erros são parte da graça?

— Exato! Já pensou uma história só de vitórias? Sem nenhum tropeço, sem nenhuma surpresa? Ia ser tão chata quanto aquelas redações de escola.

— Tá, mas e se eu não tiver coragem?

— Coragem não cai do céu. A gente fabrica na marra. É tipo estudar na madrugada antes da prova: você não quer, mas descobre que consegue.

— Você fala de um jeito que até dá vontade de tentar.

— Então tenta! Pensa que o próximo capítulo pode ter risadas novas, amigos diferentes, até amores que você nunca imaginou. Mas só se você virar a página.

— E se o final não for feliz?

— Quem disse que existe “final feliz” padrão? A vida não é filme da Disney. Ela é cheia de momentos felizes espalhados, e isso já é o suficiente.

— Verdade… então o que importa é viver cada pedacinho.

— Isso mesmo! A soma das páginas é o que faz sua história valer a pena. Não é sobre o fim, é sobre o caminho.

— Acho que entendi… “Tanta história para ser lida e vivida, e eu aqui com medo de virar a página.”

— Pois é! Se a vida fosse livro, você estaria aí preso em uma nota de rodapé. Bora lá descobrir o resto da trama, antes que a tinta acabe.

------------------

Virar a página é mais do que coragem: é escolha de não se acomodar no mesmo parágrafo. É rir dos tropeços, aprender com os erros e continuar escrevendo, porque a vida só faz sentido quando está em movimento.

Cada novo capítulo é uma chance de surpreender, de cair e levantar, de descobrir personagens que mudam tudo. E sim, até as páginas mais doloridas são parte do enredo que nos fortalece.

Por isso, não fique preso em um pedaço da história. Vire a página, encare o frio na barriga, ria dos próprios tropeços. Afinal, é melhor ter um livro cheio de altos e baixos do que deixar a sua história inacabada na estante.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

POSTAGENS MAIS LIDAS NA SEMANA