domingo, 20 de abril de 2025

Como transformar seu medo em coragem

 

— Eu juro que tentei, mas, na hora, me travou tudo. Minha boca secou, a mão começou a suar, parecia que eu ia desmaiar. E aí… não fui.

— Foi medo, né?

— Medo? Medo é pouco. Eu me senti um rato entrando no meio de uma reunião de leões.

— Já me senti assim também. Várias vezes. A diferença é que, hoje, eu aprendi a usar o medo como um empurrão, não como um freio.

— Como assim? Não entendi. Medo não é o que faz a gente travar?

— Geralmente, sim. Mas só quando você deixa. O medo é tipo aquele amigo meio inconveniente que vive tentando te proteger de tudo — até do que não é perigoso.

— Tá. Mas e aí, como é que eu transformo esse “amigo” inconveniente em coragem?

— Você conversa com ele.

— Oi?

— É isso mesmo. Conversa. Quando o medo chega, você não tenta expulsá-lo à força. Você senta com ele, pergunta o que ele quer te dizer. E aí você decide se o que ele tá dizendo faz sentido… ou é só neurose.

— Ah, mas, na hora, parece real demais. Não tem esse papo de “talvez”. É como se o mundo fosse acabar se eu der um passo.

— Exatamente. Por isso, é aí que começa a coragem.

— Tá, agora você tá filosofando…

— Pensa comigo: coragem não é a ausência de medo. Coragem é fazer o que precisa ser feito, mesmo com o medo sentado no banco da frente.

— Tipo dirigir com o medo no passageiro?

— Isso. Mas você está no volante.

— E se o medo começar a gritar?

— Coloca uma música que você gosta no som e segue o caminho. De vez em quando, até dança com ele. O segredo não é lutar contra o medo… é entender do que ele tá tentando te proteger — e mostrar que você já cresceu.

— Mas e se eu não tiver crescido ainda?

— Você não precisa estar pronto. Precisa estar disposto. Coragem nasce do movimento, não da certeza.

— Difícil…

— É. Mas olha: toda vez que você faz algo que te dá medo, você empurra um pouquinho a cerca do que te limita.

— E isso vai me deixar corajoso?

— Não no primeiro dia. Mas, aos poucos. A coragem é filha do hábito. Começa com passos pequenos: pedir desculpa, dizer não, falar em público, dizer o que sente.

— Falar o que sente… essa aí me pega.

— Claro que pega. A maioria das pessoas tem mais medo de dizer “eu gosto de você” do que de pular de paraquedas.

— Pior que é verdade.

— Porque o medo está ligado à possibilidade de perda, de dor, de rejeição. Mas e se você começar a enxergar essas situações como oportunidades de se conhecer melhor?

— Mas coragem não protege da dor, né?

— Não. Coragem não é escudo. É o peito aberto mesmo. É olhar para o risco e dizer: “Talvez eu me machuque. Mas talvez eu aprenda. E talvez seja incrível.”

— E quando não é?

— Quando não é, ainda assim valeu. Porque você foi. Você encarou. Você viveu.

— Tá. Mas e se der muito errado?

— Aí você junta os pedaços, aprende com eles e tenta de novo. Errar com coragem é muito mais bonito do que acertar com covardia.

— Você fala como se fosse fácil.

— Não é. Mas é possível. E, de verdade, é isso que muda a vida da gente.

— Às vezes, eu sinto que a vida me empurra para ficar quieto, na minha.

— A vida é esperta. Ela testa para ver quem tem coragem de falar mais alto que o medo.

— Então, coragem é isso? Falar mais alto?

— Às vezes, é falar. Outras vezes, é só continuar andando. Mesmo tremendo. Mesmo com dúvida.

— Tipo… tropeçando com estilo?

— Exatamente! Tropeçando com estilo, com fé e, de preferência, sem cair de cara no chão.

— E se cair?

— Levanta com dignidade. Ou, pelo menos, com um bom meme pronto pra postar depois.

— Você faz parecer divertido.

— Coragem também tem senso de humor. É ela que segura sua mão quando tudo tá bagunçado. E sussurra: “Vai assim mesmo. Depois a gente vê.”

— Eu queria ser assim…

— Você já é. Só não percebeu ainda. Coragem não é superpoder. É treino. E você treina toda vez que não foge.

— Mesmo com vontade de sair correndo?

— Principalmente nessas horas.

— Tá… acho que entendi. Então, da próxima vez que o medo vier, eu não preciso brigar com ele?

— Não. Só precisa respirar fundo, dar um sorriso irônico e dizer: “Oi, medo. Você de novo?” Depois disso, coloca ele no banco do carona e dirige. Mesmo com a perna tremendo.

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Talvez você tenha lido esse papo todo aí em cima e pensado: “Legal, mas comigo é diferente.” Tudo bem. Todo mundo acha que com a gente é mais complicado. Mas a real é que o medo é o mesmo — muda o cenário, o tamanho, o nome… mas é o mesmo. E a coragem também é a mesma. É só uma decisão.

Comece pequeno. Não precisa fazer nada grandioso hoje. Só o suficiente para mostrar que é você quem está no comando. Pode ser levantar da cama mais cedo, mandar aquela mensagem, dizer o que sente ou até pedir ajuda. É nesses gestos simples que a coragem vai se moldando, se fortalecendo, ganhando espaço.

E lembra disso aqui: “O medo não é seu inimigo — ele só não sabe que você já cresceu.” Se você guardar isso no bolso, junto com a vontade de viver de verdade, vai começar a sentir algo novo. Um impulso. Uma força. Aquela voz baixinha dizendo: “Vai. Tô com você.”

E aí, meu amigo, minha amiga… aí o mundo que se prepare. Porque você está chegando com medo mesmo — e com coragem também.

Se esse texto fez você pensar, rir ou respirar fundo… compartilhe. Alguém aí fora está precisando exatamente dessa conversa agora.

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