Dois
amigos, Lucas e Rafa, conversam enquanto tomam café na Cafeteria Doce Café, no
centro da cidade. A conversa gira em torno de diversos assuntos, mas Lucas
destacou um em especial.
—
Cara, eu ando meio perdido. Sinto que tudo o que eu faço parece uma cópia
barata do que já existe.
—
Tudo bem que você nunca foi um cara cheio de ideias inovadoras na escola, mas
sempre me ajudava com alguma sugestão quando eu estava perdido no meu trabalho
de artes. Você é inteligente. Talvez só esteja direcionando essa inteligência
para o lado errado.
—
Sei lá... A gente cresce vendo tanta coisa legal, e quando chega a nossa vez,
parece que tudo já foi feito. Aí eu acabo repetindo o que deu certo para os
outros.
— Eu entendo. Mas já parou para pensar que quem imita, se limita?
—
Como assim?
—
Pensa comigo. Quando você só copia o que já existe, você se fecha dentro de uma
bolha. Se acomoda. Tipo, você nunca vai além, nunca descobre até onde poderia
chegar se criasse algo novo, algo seu.
—
Mas não tem problema em se inspirar no que os outros criaram, certo?
—
Inspirar-se é diferente de copiar, Lucas. Inspirar-se é pegar a essência e
transformar em algo seu. Copiar é pegar pronto e repetir. Um artista inspirado
pega uma ideia e cria uma nova obra. Um imitador só refaz o que já foi feito.
Um jovem cantor, por exemplo, se ficar apenas cantando sucessos de um cantor
famoso, sempre será conhecido como “cover” dele. Agora, se começar a compor as
suas próprias canções, seu nome começa a se destacar e a fazer sucesso.
—
Hum... Mas e se o que eu criar for ruim? Se ninguém gostar?
—
Aí está a mágica! No começo, pode até sair meio torto, desafinado, mas pelo
menos é seu. É assim que você descobre o seu estilo, sua voz, seu jeito único.
Descobre o seu próprio caminho.
—
Nunca olhei esse assunto por esse ângulo.
—
Claro! Veja os maiores nomes da história. Eles não foram lembrados por copiarem
alguém, mas por criarem algo novo. Se Steve Jobs tivesse só imitado seus
concorrentes, a Apple não existiria. Se Messi apenas tivesse repetido jogadas
do Maradona, ele não teria se tornado um gênio do futebol.
—
Mas então como faz para encontrar ou criar algo realmente novo?
—
Experimente! Teste, erre, crie, descarte, recomece... O importante é fazer algo
seu. A melhor ideia do mundo pode estar aí dentro da sua cabeça, mas se você só
olhar para o lado e copiar, nunca vai descobri-la.
—
Isso é assustador e libertador ao mesmo tempo.
—
E deveria ser! Porque é aí que você percebe que tem um mundo de possibilidades
na sua frente.
—
Mas e se eu falhar e o que eu criar não der certo?
—
Todo mundo falha. Mas se for algo seu, pelo menos você falha aprendendo. Se for
uma cópia, você falha e continua no mesmo lugar.
—
Faz sentido... Mas, então, eu devo ignorar o que já existe?
—
Não! Aprende, observa, mas não se prenda. Use o que já foi feito como
referência, não como destino final.
—
Acho que entendi. Em vez de seguir um roteiro pronto, eu preciso criar o meu
próprio.
—
Exato! Só assim você vai encontrar algo que é 100% seu.
—
Vou tentar. Mas se sair horrível, você não me zoa, hein?
—
Nunca! O que importa é que seja seu. Agora, vamos terminar esse café e começar
essa nova fase!
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A
ideia por trás dessa conversa é simples: quando você só repete o que os outros
fazem, limita o seu próprio potencial. O mundo está cheio de cópias, mas são os
originais que fazem história.
A
inspiração é uma ferramenta poderosa, mas deve servir para impulsionar algo
novo, não para aprisioná-lo em um padrão já existente.
Se
você quer se destacar, precisa se permitir errar, experimentar e, acima de
tudo, criar. E isso vale para o trabalho, a escola, a música e a sua vida.
Então,
da próxima vez que sentir vontade de copiar, pare e pergunte-se: "Como eu
faria isso do meu jeito?" Porque, no fim, quem imita, se limita. Mas quem
ousa ser autêntico descobre o próprio caminho.
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