quarta-feira, 5 de março de 2025

Quem imita, se limita.

 
            Dois amigos, Lucas e Rafa, conversam enquanto tomam café na Cafeteria Doce Café, no centro da cidade. A conversa gira em torno de diversos assuntos, mas Lucas destacou um em especial.

— Cara, eu ando meio perdido. Sinto que tudo o que eu faço parece uma cópia barata do que já existe.

— Tudo bem que você nunca foi um cara cheio de ideias inovadoras na escola, mas sempre me ajudava com alguma sugestão quando eu estava perdido no meu trabalho de artes. Você é inteligente. Talvez só esteja direcionando essa inteligência para o lado errado.

— Sei lá... A gente cresce vendo tanta coisa legal, e quando chega a nossa vez, parece que tudo já foi feito. Aí eu acabo repetindo o que deu certo para os outros.

— Eu entendo. Mas já parou para pensar que quem imita, se limita?

— Como assim?

— Pensa comigo. Quando você só copia o que já existe, você se fecha dentro de uma bolha. Se acomoda. Tipo, você nunca vai além, nunca descobre até onde poderia chegar se criasse algo novo, algo seu.

— Mas não tem problema em se inspirar no que os outros criaram, certo?

— Inspirar-se é diferente de copiar, Lucas. Inspirar-se é pegar a essência e transformar em algo seu. Copiar é pegar pronto e repetir. Um artista inspirado pega uma ideia e cria uma nova obra. Um imitador só refaz o que já foi feito. Um jovem cantor, por exemplo, se ficar apenas cantando sucessos de um cantor famoso, sempre será conhecido como “cover” dele. Agora, se começar a compor as suas próprias canções, seu nome começa a se destacar e a fazer sucesso.

— Hum... Mas e se o que eu criar for ruim? Se ninguém gostar?

— Aí está a mágica! No começo, pode até sair meio torto, desafinado, mas pelo menos é seu. É assim que você descobre o seu estilo, sua voz, seu jeito único. Descobre o seu próprio caminho.

— Nunca olhei esse assunto por esse ângulo.

— Claro! Veja os maiores nomes da história. Eles não foram lembrados por copiarem alguém, mas por criarem algo novo. Se Steve Jobs tivesse só imitado seus concorrentes, a Apple não existiria. Se Messi apenas tivesse repetido jogadas do Maradona, ele não teria se tornado um gênio do futebol.

— Mas então como faz para encontrar ou criar algo realmente novo?

— Experimente! Teste, erre, crie, descarte, recomece... O importante é fazer algo seu. A melhor ideia do mundo pode estar aí dentro da sua cabeça, mas se você só olhar para o lado e copiar, nunca vai descobri-la.

— Isso é assustador e libertador ao mesmo tempo.

— E deveria ser! Porque é aí que você percebe que tem um mundo de possibilidades na sua frente.

— Mas e se eu falhar e o que eu criar não der certo?

— Todo mundo falha. Mas se for algo seu, pelo menos você falha aprendendo. Se for uma cópia, você falha e continua no mesmo lugar.

— Faz sentido... Mas, então, eu devo ignorar o que já existe?

— Não! Aprende, observa, mas não se prenda. Use o que já foi feito como referência, não como destino final.

— Acho que entendi. Em vez de seguir um roteiro pronto, eu preciso criar o meu próprio.

— Exato! Só assim você vai encontrar algo que é 100% seu.

— Vou tentar. Mas se sair horrível, você não me zoa, hein?

— Nunca! O que importa é que seja seu. Agora, vamos terminar esse café e começar essa nova fase!

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A ideia por trás dessa conversa é simples: quando você só repete o que os outros fazem, limita o seu próprio potencial. O mundo está cheio de cópias, mas são os originais que fazem história.

A inspiração é uma ferramenta poderosa, mas deve servir para impulsionar algo novo, não para aprisioná-lo em um padrão já existente.

Se você quer se destacar, precisa se permitir errar, experimentar e, acima de tudo, criar. E isso vale para o trabalho, a escola, a música e a sua vida.

Então, da próxima vez que sentir vontade de copiar, pare e pergunte-se: "Como eu faria isso do meu jeito?" Porque, no fim, quem imita, se limita. Mas quem ousa ser autêntico descobre o próprio caminho.

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