Duas
amigas estão conversando sobre coisas do dia a dia, quando surge o assunto
"amor".
—
Ei, você acha que amar é fácil? É toda essa maravilha que se lê nos livros de
romance?
—
Nem um pouco. Se fosse, todo mundo estaria junto e feliz para sempre, né? Mas o
que vemos são casais se divorciando, namoros que não passam de meses e muita
gente solteira.
—
Pois é. Mas sabe o que eu acho? Amar é meio como subir uma montanha.
—
Subir uma montanha? Como assim? O que a montanha tem a ver com o amor?
— Olha só, no começo, é só empolgação. O frio na barriga, a vontade de correr até o topo. Mas depois... vêm as pedras no caminho, as dores nas pernas, o cansaço e aquela vontade de desistir.
—
Sim, mas se você está com a pessoa certa, não fica mais fácil? Ter uma
companhia não te dá ânimo para continuar subindo?
—
Ah, fica menos solitário, isso sim. Mas mais fácil? Não sei, viu? Quem te
garante que a outra pessoa também não vai cansar e pensar em desistir?
—
Entendi. E as diferenças? Como lidar com isso? Às vezes os dois se amam, mas
pensam e agem de formas diferentes.
—
Cara, cada um tem uma maneira de ver o mundo. Um gosta de chuva, outro de sol.
Um é organizado, outro vive no caos. E aí, ou você aprende a equilibrar isso
ou... bom, não tem futuro. Muitos acabam antes mesmo de começar.
—
Talvez o segredo seja respeitar o ponto de vista e o jeito do outro, né?
—
Respeitar e entender que você não precisa mudar quem você é, mas também não
pode querer que o outro mude tudo por sua causa.
—
Sim... mas às vezes bate uma insegurança, tipo: “Será que vale mesmo a pena
insistir?”
—
Sempre bate. O lance é lembrar por que você começou. E se esse por que ainda
faz sentido.
—
Acho que o problema é que todo mundo quer o lado bom do amor, mas sem os
perrengues. Quer viver o amor das novelas.
—
Exatamente! Ninguém quer as conversas difíceis, os desentendimentos, os
momentos em que você precisa ceder. Amar é também conviver com as diferenças.
Até mesmo nas novelas, antes do final feliz, muitos casais passam por várias
dificuldades, como brigas, ciúmes, intrigas e invejas.
—
Mas também não pode ser só sofrimento, né?
—
Claro que não! O amor precisa ser leve também. Mas leveza não significa falta
de compromisso. E isso tem de ser dos dois lados.
—
Faz sentido...
—
O que eu aprendi é que amar é decidir ficar, mesmo quando tudo grita para você
ir embora. Mas isso não significa se submeter a humilhações ou se diminuir.
—
Tipo segurar firme na mão da pessoa e continuar?
—
Exatamente. Porque tem dia que você vai estar cansada, sem paciência... e é aí
que você escolhe: largo ou continuo?
—
E quando a outra pessoa é tão diferente que parece que nunca vai dar certo?
—
Depende. Se as diferenças são sobre coisas pequenas, é só ajustar o caminho.
Agora, se são valores muito opostos e nenhum está disposto a ceder, aí talvez
seja melhor cada um seguir seu rumo.
—
Difícil isso, hein?
—
Amar, às vezes, é difícil. Mas é bonito quando é de verdade.
—
E como a gente sabe se é de verdade?
—
Quando você sente que, mesmo com todas as diferenças e dificuldades, ainda
assim quer tentar. Quer aprender. Quer melhorar. Quando existe respeito.
—
Acho que você acabou de me convencer de que o amor é tipo uma maratona.
—
Exatamente! Tem que ter preparo, dedicação e muita paciência. E, o principal:
todo maratonista procura conhecer o trajeto que vai percorrer, saber onde tem
que segurar e onde pode forçar mais.
—
E se eu tropeçar no meio do caminho?
—
Levanta e continua. E, se a pessoa certa estiver com você, ela vai te ajudar a
levantar também. E isso serve para ambos.
—
Entendi... amar é enfrentar tudo junto.
—
De mãos dadas.
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Amar
é muito mais do que sentir borboletas no estômago. É enfrentar a vida real, com
seus altos e baixos, e, mesmo assim, continuar acreditando que vale a pena.
As
diferenças entre as pessoas sempre vão existir, mas são elas que tornam as
relações mais interessantes e cheias de aprendizado. O segredo está em saber
respeitar e lidar com elas de forma leve, sem abrir mão do que é essencial para
você.
Em
qualquer relação, o diálogo é essencial. Falar abertamente sobre o que
incomoda, sobre as expectativas e os medos, é o primeiro passo para um
relacionamento saudável e duradouro.
E
lembre-se: o amor de verdade não é sobre perfeição, é sobre parceria. É sobre
escolher ficar, mesmo quando tudo parece difícil. Porque, no fim, amar é
caminhar lado a lado, enfrentando cada desafio, de mãos dadas.
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