quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

Não podemos calar a boca dos ignorantes e imbecis, mas podemos não dar a menor importância ao que eles dizem.

 

João, 18 anos, estava no sofá da sala, tamborilando os dedos contra o braço da poltrona, claramente irritado. Quando Marina, 20 anos, entrou na sala com sua xícara de chá fumegante, notou o incômodo do irmão e resolveu puxar conversa.

— O que aconteceu, João? — perguntou, sentando-se ao lado dele.

Ele suspirou e soltou de uma vez:

— Como você consegue não se irritar com as besteiras que as pessoas falam?

Marina sorriu de leve, colocou a xícara na mesa.

— Não é que eu não me irrito. Eu só aprendi a escolher no que vale a pena gastar energia. Mas o que foi dessa vez?

João desabafou sobre um colega da faculdade que havia feito comentários desnecessários e arrogantes. Enquanto ele falava, Marina ouvia com calma, sem interrompê-lo. Quando ele terminou, ela perguntou:

— Mas por que você dá tanta importância para o que ele diz?

João hesitou por um momento antes de responder.

— Acho que foi o tom de arrogância. Me deixou com raiva.

Marina inclinou a cabeça, refletindo.

— João, às vezes, o problema não está no que as pessoas dizem, mas em como deixamos isso nos afetar. Lembra o que o pai sempre dizia? “Não podemos calar a boca dos ignorantes, mas podemos não dar a menor importância ao que eles dizem.”

João riu baixo, lembrando da frase.

— Verdade. Ele vivia dizendo isso. Mas é difícil ignorar essa gente sem noção.

Ela concordou com um aceno.

— Difícil é, mas não impossível. Toda vez que alguém falar algo que te incomoda, pergunte-se: “Isso realmente importa?” Porque, sinceramente, a maioria das coisas que nos irritam não tem peso real. Só tem o peso que a gente dá a eles.

— Mas às vezes parece que não reagir é como concordar com o que eles estão falando — rebateu João, com uma expressão de preocupação.

Marina sorriu compreensiva.

— Entendo isso. Mas pense assim: reagir a tudo também pode ser visto como falta de controle emocional. A escolha de ignorar é ativa, não passiva. Você decide o que merece sua energia. Às vezes, o silêncio é a resposta mais poderosa. E, se for necessário, você pode se posicionar de maneira firme, sem ser agressivo.

João ponderou.

— Tem razão. Mas como eu coloco isso em prática quando fico tão nervoso?

Marina se ajeitou no sofá.

— Olha, uma coisa que me ajudou foi pensar em exemplos práticos. Por exemplo, quando alguém diz algo irritante, em vez de responder imediatamente, eu dou um tempo. Respiro fundo e analiso: “O que essa pessoa disse vai mudar minha vida? Vai impactar meu dia?” Geralmente, a resposta é não.

Ela continuou.

— Outra coisa é praticar a empatia. Às vezes, quem faz comentários maldosos está apenas projetando as próprias inseguranças. Quando percebo isso, fico mais tranquila, porque vejo que o problema não é comigo.

João franziu a testa, interessado.

— Então, ignorar não é o mesmo que ser fraco?

— De jeito nenhum — garantiu Marina. — Ignorar é escolher suas batalhas. É guardar suas energias para aquilo que realmente importa. Pense nos grandes líderes ou pessoas que você admira. Eles não perdem tempo com provocações. Eles estão focados nos objetivos deles.

— Faz sentido. Mas e se a pessoa insistir? Afinal, normalmente é isso que essa gente chata e sem noção faz.— questionou João, cruzando os braços.

Marina deu de ombros.

— Aí você precisa estabelecer limites. Pode dizer algo como: “Prefiro não continuar essa conversa” ou “Respeito sua opinião, mas discordo.” Ser educado e firme desarma a maioria das pessoas. E, se isso não funcionar, você simplesmente se afasta.

Ele sorriu, como se finalmente entendesse.

— Vou tentar. Quem sabe eu até durma melhor sem me preocupar tanto com essas coisas.

— Com certeza vai — disse Marina, dando um leve tapa no ombro dele. — Quanto menos você se importar com opiniões irrelevantes, mais leve sua vida fica. E lembre-se: o que importa é a sua paz.

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Se você sente que as palavras de outras pessoas têm te afetado demais, pense no seguinte: você não tem controle sobre o que os outros dizem, mas tem controle total sobre como reage ao que ouve. Não é sua responsabilidade carregar o peso das inseguranças alheias.

Pratique o hábito de questionar a relevância. Quando ouvir algo que te irrita, pergunte-se: “Isso vai importar daqui a um ano? Daqui a um mês? Daqui a um dia?” Na maioria das vezes, a resposta será negativa. E se não vai importar, não vale o desgaste emocional.

Você também pode transformar esses momentos em oportunidades de aprendizado. Pense em como fortalecer sua autoestima para que opiniões externas não te atinjam tão facilmente. Afinal, a paz interior não depende do silêncio dos outros, mas da sua capacidade de ignorar o que não agrega.

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