Era
uma tarde comum, dessas que o sol insiste em brilhar mesmo quando o vento frio
teima em soprar. Eu estava sentado no banco da praça, mexendo no celular,
quando o Lucas apareceu do nada, com aquele jeito dele de quem sempre tem algo
a dizer. Ele sentou ao meu lado, bufando como se tivesse corrido uma maratona.
“Cara,
você já parou pra pensar como a gente é diferente de todo mundo?” – ele
perguntou, olhando pro céu como se as nuvens fossem responder.
Eu
ri, meio sem jeito. “Diferente como? Tipo, porque você usa meia com chinelo e
eu não?”
Ele
me deu um tapa no ombro, rindo alto. “Não, idiota! Diferente de verdade. Tipo,
o jeito que a gente pensa, as coisas que a gente quer. Todo mundo na escola
parece seguir um roteiro, sabe? E eu... eu não encaixo nisso.”
Parei pra pensar. Ele tinha razão. O Lucas nunca foi de seguir a onda. Enquanto os outros sonhavam com vestibular, emprego fixo e carro na garagem, ele falava em viajar o mundo com uma câmera na mão. Eu, por outro lado, sempre quis escrever histórias, mesmo que me dissessem que “isso não dá dinheiro”.
“Às
vezes, eu acho que ser diferente é tipo um defeito,” ele continuou, mexendo no
cadarço do tênis. “Como se eu tivesse vindo com um manual errado.”
Eu
balancei a cabeça, quase instintivamente. “Não é defeito, cara. É vantagem.”
Ele
me olhou torto, franzindo a testa. “Vantagem? Tá louco? Todo mundo me acha
esquisito porque eu não quero o que eles querem.”
“E
desde quando ser igual aos outros é bom?” – retruquei, me empolgando. “Pensa
bem: as pessoas que mudam o mundo nunca foram iguais. O cara que inventou o
celular, os artistas que a gente admira, até aquele professor maluco da escola
que todo mundo ama... Eles são diferentes.”
Lucas
ficou quieto por um segundo, coçando o queixo. “Tá, mas e se
ser diferente só me fizer ficar pra trás?”
“E
se não ficar?” – eu disse, quase gritando. “E se ser diferente for o que te
leva pra frente? Tipo, imagina você rodando o mundo, fazendo uns vídeos
incríveis, enquanto os outros tão presos num escritório reclamando do chefe.”
Ele
riu, mas dava pra ver que a ideia tinha acendido algo nele. “Você fala como se
fosse fácil.”
“Não
é fácil,” admiti, olhando pras árvores balançando com o vento. “Mas é teu. É
teu jeito. E ninguém vai viver a tua vida por você.”
Ele
pegou um graveto do chão e começou a riscar a terra, pensativo. “Minha mãe vive
dizendo que eu preciso ‘me encontrar’. Mas e se eu já me encontrei e o problema
é que ninguém entende?”
“Então
deixa eles não entenderem,” eu disse, dando de ombros. “Ser diferente não é pra
agradar os outros. É pra te fazer feliz.”
Lucas
levantou a sobrancelha. “E tu? Tu tá feliz sendo o ‘escritor sonhador’ que
ninguém leva a sério?”
Eu
ri, mas senti um aperto no peito. “Às vezes, não. Às vezes, eu penso em
desistir e seguir o caminho que todo mundo acha normal. Mas aí eu lembro que
escrever é a única coisa que me faz sentir vivo.”
“Então
é isso?” – ele perguntou, jogando o graveto pra longe. “A gente tem que
aguentar ser diferente porque é o que nos faz sentir vivos?”
“Exato,”
respondi, apontando pra ele como se fosse um gênio. “Ser diferente não é um
defeito que você carrega. É a vantagem que te empurra.”
Ele
ficou me olhando, como se estivesse digerindo aquilo. “Sabe, eu sempre achei
que ser diferente era tipo um peso. Mas agora... agora parece mais um
superpoder.”
“É
um superpoder!” – eu disse, rindo. “Tipo, pensa nos heróis dos quadrinhos. Eles
são todos esquisitos, cara. E é exatamente por isso que eles salvam o dia.”
Lucas
deu um sorriso torto. “Então eu sou tipo o Homem-Aranha?”
“Se
o Homem-Aranha usasse meia com chinelo, sim,” provoquei, e ele me deu outro
tapa no ombro.
A
conversa ficou mais leve depois disso. A gente começou a falar sobre nossos
planos malucos – ele com os vídeos, eu com os livros. E, pela primeira vez, não
parecia tão louco assim. Parecia possível.
“Às
vezes, eu acho que a gente só precisa de alguém pra dizer que tá tudo bem ser
assim,” ele falou, olhando pra frente.
“Pois
é,” concordei. “E tá tudo bem. Ser diferente é o que nos torna quem a gente é.”
Ele
pegou a mochila e se levantou, esticando os braços. “Tá bom, super-herói. Vamos
usar nossos poderes pra fazer algo foda?”
Eu
ri e me levantei também. “Combinado. Mas sem meia com chinelo no meu livro,
hein?”
Ele
jogou a cabeça pra trás, gargalhando. “Sem promessas, cara. Sem promessas.”
E
ali, naquela praça qualquer, com o sol começando a se pôr, eu senti que ser
diferente não era só uma vantagem. Era o que nos fazia livres.
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A
ideia toda é simples, mas poderosa: ser diferente não é algo pra se
envergonhar, é o teu maior trunfo. A gente vive num mundo que tenta encaixar
todo mundo numa caixinha – mesma roupa, mesmo sonho, mesma vida. Mas quando
você abraça o que te faz único, é como se abrisse uma porta que ninguém mais
tem a chave. E, olha, jovem de 15 a 25 anos que tá lendo isso: você tem essa
chave na mão agora mesmo.
Pensa
comigo: quantas vezes você já se sentiu estranho por querer algo diferente ou
por não se encaixar? Eu aposto que já rolou aquele momento de olhar no espelho
e pensar “será que eu sou o problema?”. Mas a verdade é que o problema não é
você – é o roteiro chato que tentam te fazer seguir. Ser diferente é o que te
dá a chance de criar algo novo, de viver uma história que ninguém mais pode
contar. E se isso não é motivador, eu não sei o que é! Compartilha esse texto
com alguém que precisa ouvir isso hoje, vai!
No
fim das contas, o Lucas e eu percebemos que nossos “superpoderes” não vêm de
capas ou raios lasers, mas de aceitar quem a gente é e correr atrás do que nos
faz vibrar. Então, pega essa ideia e faz ela viralizar: ser diferente é a tua
vantagem, é o teu jeito de deixar uma marca no mundo. Bora usar isso pra
construir algo incrível?
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