—
Cara, sabe aquele pensamento chato que fica te dizendo que você não é bom o
bastante?
—
Sei. Ele me visita todo dia. Às vezes, até dorme lá em casa.
—
Então… a gente precisa expulsar esse inquilino aí. Pensamento tóxico é tipo
hóspede folgado: chega sem avisar, ocupa espaço e ainda come seu Danoninho.
—
E como é que eu coloco ele pra fora? Já tentei ignorar, mas ele fica mais alto,
mais irritante. Igual propaganda de site pirata.
— Ignorar não resolve. Eu comecei a conversar com esses pensamentos. Sério. Quando vem aquela voz dizendo: “Você vai fracassar”, eu respondo: “Baseado em quê, meu anjo?”.
—
Peraí… você discute com seus pensamentos?
—
Claro! A mente é minha, ué. Não vou deixar ela virar bagunça. Se um pensamento
é invasivo e repetitivo, ele está querendo roubar meu espaço de crescimento.
—
E funciona?
—
Funciona. Mas precisa de prática. Tipo academia: você treina o músculo do
pensamento positivo. No começo, dói, parece ridículo… mas depois fica natural.
—
Engraçado… eu sempre achei que pensar positivo fosse coisa meio forçada. Tipo
aquelas placas de “Sorria” no dentista.
—
É forçado mesmo. No começo. Mas o cérebro aprende por repetição. Se você se
chama de inútil todo dia, uma hora você acredita. Se você se chama de forte, de
capaz… adivinha?
—
Também acredita?
—
Exato. A mente não tem muito senso de humor. Ela acredita em tudo o que você
fala com convicção.
—
Então meus pensamentos tóxicos estão ganhando porque eu sou um ótimo vendedor
de ideias ruins pra mim mesmo?
—
Bingo. Você é tipo um influenciador da negatividade. Mas a boa notícia é que dá
pra mudar o conteúdo do canal.
—
Tá, mas como eu identifico o que é pensamento tóxico e o que é só medo normal?
—
Pergunta se aquele pensamento te empurra pra frente ou te paralisa. Se ele só
critica, julga e não te ajuda a melhorar, ele é tóxico. Medo saudável orienta;
pensamento tóxico afunda.
—
Tipo: “Estude, porque a prova é difícil” é ok. Agora, “Você nunca vai passar”
já é veneno.
—
Isso aí. Um te prepara. O outro te sabota.
—
E você elimina como? Joga fora? Apaga?
—
Eu costumo escrever. Pego uma folha, anoto os pensamentos podres que estão me
rondando. Só de colocar no papel, já perco metade do medo. Depois, escrevo a
resposta que eu deveria dar pra mim mesmo. Uma versão mais justa.
—
Caraca, parece terapia.
—
É quase isso. E, às vezes, é o que dá pra fazer quando a gente não tem acesso a
ela.
—
Mas e quando o pensamento vem de alguém? Tipo um amigo que só aponta defeito,
só bota pra baixo?
—
Aí é mais complicado. Porque, às vezes, o pensamento tóxico está usando voz
conhecida. Mas o processo é o mesmo: questiona. Rebate. Nem toda crítica é pra
ser engolida.
—
Já passei por isso. E fiquei me sentindo mal por semanas. Como se eu fosse
mesmo tudo aquilo que me falaram.
—
Acontece. Mas pensa assim: se a crítica não vem com uma solução, ela é só
veneno disfarçado.
—
Tá, então… limpar pensamentos tóxicos é tipo fazer faxina mental, né?
—
Perfeito. E, igual faxina, sempre tem mais poeira do que a gente esperava. Mas
vale a pena.
—
Então, toda vez que minha cabeça virar zona, eu paro, escrevo, converso comigo
e dou uma limpada?
—
Isso. E outra coisa: se você não cuidar do que entra na sua mente, alguém vai
jogar lixo lá. E, se você não tira, o lixo acumula.
—
E depois vem o rato, o bicho, a infestação…
—
Exato. Depois, você está aí com insônia, ansiedade, travado na vida e nem sabe
por quê. É tudo resultado de pensamentos mal administrados.
—
Pior que faz sentido. Nunca ninguém me falou disso assim.
—
Pois é. A gente cuida do cabelo, do corpo, da roupa… mas deixa a mente largada.
A parte mais importante, a que comanda tudo, fica suja.
—
Então, resumindo: identificar o pensamento tóxico, conversar com ele, rebater,
jogar fora e limpar com frequência. Tipo rotina mesmo.
—
Isso. E ser gentil com você nesse processo. Tem pensamento tóxico que se
disfarça de voz de mãe, de ex, de professor… demora até a gente perceber que
ele não é nosso.
—
Agora fiquei pensando… quantas vezes eu repeti coisas horríveis pra mim mesmo,
achando que era normal?
—
Pois é. Bora trocar esse disco arranhado. Tua mente é tua casa. E você merece
morar num lugar limpo.
—
Valeu, cara. Essa conversa aqui foi tipo um detox mental. Melhor que suco
verde.
—
Sempre à disposição. A mente agradece. Agora só falta colocar em prática.
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Quantas
vezes você acreditou num pensamento que só te sabotava? Quantas vezes você
deixou esse tipo de voz comandar o rumo da sua vida? O que muita gente não te
conta é que pensamento tóxico é traiçoeiro. Ele vem com a tua voz, no teu tom,
usando as tuas palavras. E você acredita. Porque parece verdade. Mas não é.
Se
tem algo que você precisa começar a fazer agora, é questionar esses
pensamentos. Não aceite tudo o que sua mente fala. Analise. Pergunte.
Reescreva. Treine sua cabeça para pensar com mais leveza, mais esperança e
menos julgamento. Sua mente precisa ser um lugar onde você se sente seguro — e
não um campo de guerra.
Então,
se esse texto te fez pensar, te cutucou, te ajudou de alguma forma, faz uma
coisa: compartilha com alguém que anda se intoxicando sem perceber. Às vezes,
tudo de que a pessoa precisa é dessa conversa aqui. E você pode ser o ponto de
virada na vida dela.
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