segunda-feira, 5 de maio de 2025

As lições que aprendi com minhas maiores derrotas

 

— Me diz uma coisa, sem enrolar: como é que você aguenta levar tanta pancada da vida e ainda consegue sorrir?

— Ué, sorrir é o que me resta depois de chorar tudo o que tinha pra chorar, né?

— Tô falando sério…

— E eu também. Já perdi tanta coisa que, hoje em dia, até a derrota virou professora particular. A diferença é que ela ensina batendo. Mas ensina.

— Não parece que você já errou tanto assim…

— E você acha que eu ando por aí com um crachá escrito “Fui reprovado em cinco entrevistas seguidas”?

— Não, mas é que… sei lá. Você tem esse jeito de quem tá sempre confiante.

— Confiança não é sobre nunca cair, é sobre saber que já caiu antes e levantou. Já tomei rasteira da vida com força. Já falhei em projetos que eu achei que iam mudar tudo. E sabe o que aconteceu? Sobrevivi.

— E como você aprendeu a lidar com isso?

— Primeiro, eu chorei. Depois, fiquei com raiva. Depois, quis desistir. Só depois de tudo isso é que comecei a entender. Cada derrota me mostrou algo que a vitória nunca teria coragem de me contar.

— Tipo o quê?

— Que não importa o quanto você planeje, algumas coisas simplesmente vão dar errado. E isso não significa que você é incapaz. Significa só que você é humano.

— Mas dói, né?

— Dói. Dói como se o mundo tivesse te empurrado da escada e ainda rido da sua cara. Mas é essa dor que te acorda. Que te obriga a repensar, a mudar o jeito de tentar.

— Eu fico com medo de errar de novo. Dá vergonha.

— A vergonha é só uma consequência do orgulho ferido. Você se cobra tanto por ser perfeito que esquece que errar é parte do jogo. E ninguém ganha se não jogar.

— E quando a derrota vem de alguém que te derrubou de propósito?

— Aí é mais difícil, eu sei. Mas aprendi que guardar mágoa pesa demais na mochila. Já basta carregar os próprios erros. Levar os dos outros junto é pedir pra travar no meio do caminho.

— E o medo? Ele nunca te travou?

— Já travou, sim. Mas, depois que eu entendi que o medo não vai embora, aprendi a ir com ele mesmo. Às vezes, é só você e ele no caminho. A diferença é que, hoje, ele anda do meu lado, não mais na minha frente.

— Você fala com uma calma como se fosse fácil...

— Não é fácil. Mas é mais leve quando você para de se tratar como um fracasso só porque falhou. A derrota não te define. Ela só te molda.

— E se eu fracassar em algo que eu amo?

— Então significa que você se importou. E tudo o que a gente faz com o coração tem valor, mesmo que não dê certo do jeito que a gente queria.

— Já teve alguma derrota que você achou que não ia superar?

— Várias. Mas teve uma que mexeu comigo de um jeito diferente. Era uma oportunidade que eu queria muito. Estava tudo certo, mas me trocaram por alguém mais jovem. E olha que só tenho 30 anos de idade, mas o outro candidato tinha 19. Eu fiquei destruído. Me senti um lixo por semanas.

— E como saiu disso?

— Recomecei, pequeno. Fiz coisas simples. Escrevi o que sentia, conversei com quem confiava, tirei um tempo pra entender o que aquela dor queria me ensinar. E um dia percebi: eu não fui rejeitado porque era ruim ou "velho" para o cargo. Fui rejeitado porque ainda não era a hora.

— Parece papo de consolo.

— E é mesmo. Mas é o tipo de consolo que ajuda a levantar da cama e tentar de novo. A maioria das vitórias vem depois da insistência. Você recém completou 17 anos, tem muito chão pra pisar ainda. E se por acaso escorregar porque o chão estava liso demais, troque o calçado e não o destino.

— Mas e se eu cansar de insistir?

— Então descansa, mas não desiste. Ninguém foi feito pra aguentar tudo o tempo todo. A pausa também faz parte do caminho.

— Às vezes eu sinto que todo mundo tá indo, menos eu.

— Isso é normal. A gente só enxerga a grama do vizinho, mas não vê o tanto de buraco que ele teve que tapar antes de ela ficar verdinha. Cada um tem seu tempo. Comparar é roubo de energia.

— E como eu faço pra transformar minhas derrotas em algo útil?

— Olha pra elas como lições. Anota o que aprendeu. O que faria diferente. E o principal: entenda que o erro não te diminui. Ele te prepara.

— Tá. Mas não tem um jeito de evitar isso tudo?

— Tem, não. A vida não dá tutorial. A gente aprende jogando. E, às vezes, perde feio antes de começar a entender as regras.

— E você ainda tem medo de errar?

— Sempre. Mas, hoje, tenho mais medo de não tentar. Porque errar, eu supero. Mas viver se perguntando “e se?”... isso sim me dá calafrio.

— Então você diria que suas maiores derrotas foram importantes?

— Foram essenciais. Algumas me ensinaram paciência. Outras, humildade. E quase todas me ensinaram a não desistir de mim quando tudo parecia dar errado.

— E hoje, o que você sente quando olha pra trás?

— Gratidão. Não pelo que perdi, mas pelo que ganhei por não ter parado ali. No fim, cada tombo foi uma seta apontando pra um caminho melhor — mesmo que eu só tenha entendido depois.

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Se você se sentiu representado no diálogo acima, talvez tenha falhado, se frustrado, se decepcionado. E eu quero te dizer uma coisa com toda a sinceridade: você não está sozinho.

A vida é feita de altos e baixos, mas são os baixos que ensinam a subir com mais consciência. Cada queda tem uma mensagem escondida, e, às vezes, é preciso parar e escutar. Não se julgue pelo erro. Orgulhe-se da tentativa. Quem tenta de verdade vai tropeçar em algum momento — e isso não é sinal de fracasso, é sinal de coragem.

Então, se puder guardar uma coisa deste texto, que seja isso: suas derrotas não são o fim. São parte da construção do seu caminho. E, quando você olhar para trás, vai perceber que foi justamente nelas que você mais cresceu.

Agora compartilha isso com alguém que esteja precisando ouvir. Vai que esse texto vira o empurrão que alguém estava esperando?

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