—
Cara, se eu te contar o que eu aprendi esta semana, tu vai rir... ou chorar,
depende do nível de empatia.
—
Ih, lá vem tu com aqueles papos de quem ficou três horas vendo documentário de
saúde no YouTube. Fala aí, doutor.
—
Quase isso. Só que foi no hospital mesmo.
—
Como assim? Tá doente?
—
Fui parar no hospital por besteira. Dor de estômago virando dor nas costas, que
virou enjoo, que virou desespero. Achei que ia morrer, cara. E tudo isso porque
eu tava vivendo como se meu corpo fosse de ferro.
—
Mas tu é novo, pô! Recém fez 17 anos e já tá com essas tretas?
— Pois é. E sabe o que é mais doido? Quando você tá saudável, sua cabeça quer mil coisas: grana, sucesso, curtida, crush, viagem, celular novo, sei lá. Mas, quando tu tá doente... tudo o que você quer é melhorar. Só isso. Não pensava em outra coisa. Queria ir logo pra casa.
—
Caraca... pesado.
—
Pesado e real. Lá no hospital, tinha um senhor de uns sessenta e poucos anos na
maca ao lado. Ele olhou pra mim e disse: "Filho, eu trocava minha
aposentadoria toda só pra conseguir subir uma escada sem dor." Aquilo
ficou ecoando na minha cabeça.
—
É, a gente vive como se saúde fosse garantida, né?
—
Exatamente. Tipo: comer qualquer coisa, dormir três horas por noite, viver
estressado, enfiado no celular... e ainda achar que tá tudo bem. Até que um dia
o corpo cobra. E não cobra barato.
—
Mas também, mó difícil cuidar da saúde hoje em dia. É tudo corrido, caro, e tem
pizza em cada esquina.
—
Sim, e é por isso que cuidar da saúde hoje virou um ato de rebeldia. Numa
sociedade que empurra a gente pra correria e fast food, fazer uma caminhada,
beber água, dormir cedo... virou quase revolucionário.
—
Tá parecendo coach, hein.
—
Não sou coach, sou sobrevivente. E te digo mais: a maioria das doenças que a
gente tem são plantadas no dia a dia. É o “depois eu cuido disso”, o “só hoje
que eu vou exagerar”, o “tô jovem, tô de boa”.
—
Mas tu não acha que também tem o lado emocional?
—
Muito! O corpo sente o que a cabeça não consegue resolver. E, quando a mente tá
sobrecarregada, a imunidade vai pro ralo. É tipo colocar música triste pra
tocar quando você já tá mal. É pedir pra afundar.
—
Então tu virou um monge agora?
—
Hahaha, não! Ainda como besteira às vezes, ainda esqueço da água, mas agora eu
presto atenção. Porque não é só sobre viver mais. É sobre viver bem. Com
energia, com disposição, com saúde pra fazer as coisas que eu amo.
—
E o que tu ama fazer?
—
Respirar sem dor, ultimamente. Mas também escrever, sair com meus amigos, rir
até a barriga doer, ajudar meus pais... Coisas que eu nem percebia que amava. A
gente só nota a falta quando perde.
—
É igual quando a internet cai.
—
Exato! Só que, diferente da internet, não tem como reiniciar o corpo.
—
Então tu acha que todo mundo devia virar fit?
—
Não se trata disso. Não é sobre virar "fitness", é sobre virar
consciente. Comer melhor, sim. Mas também parar de acumular raiva, inveja,
mágoa. Essas coisas apodrecem a gente por dentro.
—
Tá filosofando bonito, hein. Vai me dar vontade até de tomar água.
—
Começa por aí. Um copo d’água já é um recomeço. A saúde não volta toda de uma
vez, mas cada escolha pequena é um passo de volta pra ela.
—
Mas como manter isso com tanta tentação?
—
Não é sobre nunca errar, é sobre errar menos. Tipo: se um dia tu comer três
coxinhas e um refrigerante, beleza. Mas, no outro dia, tenta equilibrar. O
problema, na maioria das vezes, não é o que você come, mas a quantidade que
você come. A regra é: seja gentil com seu corpo. Ele é o lugar onde você vai
morar pelo resto da vida.
—
E como convencer a galera disso?
—
Mostrando o que acontece quando a gente não cuida. Ninguém precisa viver na
academia, mas precisa viver com consciência. Porque, quando a conta chega, ela
cobra em dor, em tempo, em grana e em arrependimento.
—
Fiquei pensativo agora...
—
Pense mesmo. Porque saúde é o tipo de coisa que, quando falta, te faz esquecer
todo o resto. Eu vi isso lá, deitado numa maca, rodeado de gente que daria tudo
pra voltar dois anos no tempo e fazer diferente.
—
E agora, tu vai mudar tudo?
—
Não tudo. Mas já comecei. Dormindo mais cedo, comendo com mais calma,
respirando fundo quando tô estressado. São coisas pequenas que, juntas, viram
uma revolução.
—
Tá. Então já sei. A próxima vez que tu me chamar pra correr, eu vou.
—
Boa! Mas começa devagar, tá? Não vai querer correr cinco quilômetros no
primeiro dia e me culpar depois se não conseguir levantar da cama.
—
Fechado. E aí, depois da corrida, a gente toma um suco. Sem açúcar?
—
Aí já tá querendo demais. Hahaha. Mas vale a tentativa!
--------------------
Então,
respira fundo. Agora pensa: seu corpo tem sido seu parceiro ou seu depósito de
descaso?
Talvez
essa conversa entre amigos tenha soado como algo distante, mas pode apostar —
ela reflete a realidade de muita gente. Inclusive a sua.
A
frase: “Quando você está saudável, sua cabeça deseja mil coisas. Mas, quando você está doente... tudo o que você deseja é melhorar”, não
é só poética. É verdadeira. Quando a saúde falta, o resto vira ruído.
E
a gente não precisa esperar o corpo gritar para começar a ouvir os sussurros
dele.
Cuidar
da saúde não é chato. Chato é viver com dor, depender de remédio ou não
conseguir fazer o básico. Cuidar é ato de amor — com você mesmo.
Se
esse texto mexeu contigo de algum jeito, compartilha com alguém que precisa
dessa conversa.
Às
vezes, um alerta vindo de um amigo (ou até de dois personagens fictícios) pode
ser o empurrãozinho que faltava.
E
ó: vai tomar água. Sério mesmo. Isso já é um começo.
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