terça-feira, 12 de agosto de 2025

O “não vai dar certo” só vale se você acreditar.

 
            — Eu tava pensando… será que não é melhor desistir logo antes de passar vergonha e ser zoado?

— Nossa, que energia boa pra uma terça-feira, hein? Se hoje você já tá assim, imagina como vai tá amanhã.

— É sério! Toda vez que eu tento alguma coisa, alguém aparece pra dizer “não vai dar certo”. Parece que ficam na espreita só pra me colocar pra baixo.

— E você acredita?

— Quase sempre. É como se a frase viesse com selo de verdade.

— Então você tá fazendo errado. Essa frase só vale se você acreditar nela. Se você der “vida” pra ela.

— Como assim “fazer errado”? Não é melhor ouvir os mais experientes?

— Ouvir, sim. Viver a vida inteira debaixo do guarda-chuva de outra pessoa, não. Às vezes, se molhar faz bem.

— Mas e se a pessoa souber mesmo do que tá falando?

— Então você filtra. É tipo pegar um pacote de pipoca: você tira os grãos queimados e come o resto. Você precisa selecionar o que vale a pena ouvir e o que é melhor deixar passar batido.

— Você sempre ignora os “não vai dar certo”?

— Nem sempre. Mas eu nunca aceito de primeira. Já vi gente desistir de coisas incríveis porque alguém falou, com cara séria, que era perda de tempo.

— Tipo o quê?

— Um amigo meu queria abrir uma barraquinha de cachorro-quente. Disseram pra ele: “Isso não dá dinheiro”, você vai perder tudo o que investir. Ele fez mesmo assim. Hoje, tem três carrinhos e um carro novo. Ah, e os que não acreditavam, hoje vão lá pedir fiado.

— Mas isso é sorte.

— É ação. Sorte é só o nome bonito que a gente dá pro resultado de coragem somada a esforço. Sucesso não depende de sorte, depende de acreditar em você.

— Bonito isso… mas e quando é a nossa própria cabeça dizendo que não vai dar certo? Fica aquela vozinha martelando o dia inteiro.

— Ah, aí é pior. Porque a gente acredita sem contestar. Parece que a voz vem com crachá de gerente da verdade. Mas temos que aprender a deixar ela falando sozinha.

— Então como é que você lida com isso?

— Eu sempre me pergunto: “Qual é o pior que pode acontecer?”. Quase sempre, o pior é menos assustador do que parece.

— Mas tem coisas que podem acabar muito mal.

— Tem. Mas também tem coisas que podem acabar muito bem. Só que a gente raramente dá a mesma atenção pra elas. Normalmente damos mais atenção ao “não” do que ao “sim”.

— Parece papo motivacional…

— E é. Mas é motivacional porque é real. Sabe quantas vezes eu ouvi que não ia dar certo? Se eu tivesse anotado todas, já tinha publicado um livro.

— E como você ia chamar esse livro?

— “Histórias de quem não acreditou no não”.

— Haha… e ia vender?

— Talvez não. Mas pelo menos eu teria tentado, e isso já é melhor que morrer de curiosidade. E vai que vira um best-seller?

— Então pra você é assim: ouviu “não vai dar certo”, mas quer tentar… vai e pronto?

— Com responsabilidade, sim. Ninguém tá dizendo pra pular de paraquedas sem paraquedas. Você precisa tá seguro do que vai fazer.

— Tá, mas e se no final não der certo mesmo?

— Pode acontecer, daí eu aprendo com o erro. E tento de outro jeito. É simples, mas não é fácil.

— E se der muito certo?

— Aí eu aproveito, e ainda tenho a satisfação de ter calado um “não vai dar certo” com resultado. E o melhor, a vitória é minha.

— É, pensando bem…

— Pensando bem nada, é vivendo bem. Porque no fim, a gente só se arrepende daquilo que não tentou por medo do que podia dar errado. E pode acreditar, isso é muito ruim.

— Então quer dizer que o segredo é não acreditar de primeira naquilo que nos dizem?

— Isso. E continuar andando mesmo com gente gritando “vai dar errado” na beira da estrada. Sabe por que colocam aquelas viseiras tapando a visão lateral dos cavalos, quando estão puxando carroças? Para não se distraírem com o que tá fora da estrada, mantendo o foco no trajeto.

— Acho que eu vou começar a ignorar mais.

— Não é ignorar… é escolher no que acreditar. É dar a palavra final pra você mesmo e não pra quem deseja te ver fracassar.

— Gostei disso. Dá até pra colocar numa camiseta.

— Coloca. E escreve embaixo: “Comprei a ideia de alguém que não acreditou no não”.

— Fechado. E vou usar no dia que eu fizer alguma coisa que me disseram que não ia dar certo.

— Perfeito. Porque, no fim, a única pessoa que pode transformar essa frase em realidade… é você.

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Quem está lendo isso agora precisa entender: o “não vai dar certo” é só um aviso opcional. Ele não é uma ordem, não é uma profecia, e muito menos uma sentença final. Ele só tem força se você emprestar a sua.

As pessoas vão sempre opinar, e a sua própria mente vai,  às vezes, se tornar a maior sabotadora. A questão é: você quer viver com base nas previsões dos outros ou nas experiências que você mesmo cria?

A vida é curta demais para ser decidida pelo medo. Então, da próxima vez que ouvir “não vai dar certo”, faça um favor para si mesmo: agradeça, sorria e siga tentando. Porque, se tiver que dar errado, que seja depois de você lutar — e não antes de você começar.

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