domingo, 10 de agosto de 2025

Feliz Dia dos Pais! Ao melhor amigo que existe.

 
            A manhã estava preguiçosa. O sol entrava pelas frestas da cortina e iluminava o tapete da sala. O cheiro de pão torrado e café recém-passado ainda vinha da cozinha. Ana estava deitada no sofá, com as pernas jogadas para cima do encosto, mexendo no cabelo. Lucas estava afundado na poltrona, com os fones no pescoço e o celular na mão. Sofia, encostada no braço da poltrona, folheava uma revista, mas parecia mais interessada em ouvir a conversa dos dois.

O pai entrou na sala devagar, segurando uma caneca de café. Olhou para os três com um sorriso meio cansado, mas cheio de afeto.

— Então… hoje é Dia dos Pais, né? — disse ele, se ajeitando na poltrona ao lado de Lucas.

Ana girou o corpo e sentou. — É sim! A gente até queria saber… o que o senhor gostaria de ganhar de presente?

Ele deu um gole no café, apoiou a caneca no braço da poltrona e suspirou.

— Para falar a verdade? Só queria um abraço de vocês três… e ouvir um “te amo” de vez em quando.

Lucas levantou as sobrancelhas. — Sério? Só isso? Achei que o senhor ia pedir um negócio caro, tipo uma TV gigante ou um celular de última geração.

O pai balançou a cabeça. — Não, filho. Não quero nada que se compre. Quero que vocês não esperem precisar de mim ou sentir minha falta para reconhecer meu valor.

Sofia fechou a revista e apoiou o queixo na mão. — Mas pai… o senhor sabe que nem sempre acerta, né?

Ele riu, olhando para ela. — Claro que sei. Eu erro como qualquer pessoa. Mas, pelo menos, tenho uns anos de estrada a mais que vocês. Já tropecei em coisas que vocês ainda nem viram pela frente.

Ana mordeu o lábio inferior. — Mas às vezes parece que o senhor tá distante.

O pai respirou fundo e olhou para ela com calma. — Já pensaram que essa “distância” é porque às vezes eu estou correndo atrás de uma vida melhor para vocês? Pode até ser que eu pense errado, mas a intenção sempre foi essa: dar mais do que eu tive.

Lucas inclinou-se para frente. — E o senhor teve pouco?

Ele mexeu no café, pensativo. — Não. Não tive pouco. Mas os tempos eram outros… mais difíceis. Ainda assim, meus pais fizeram tudo o que podiam por mim. A avó de vocês muitas vezes virava a noite costurando, porque tinha que entregar as roupas pela manhã. O meu pai, trabalhava como um bicho, saia de manhã cedo, quase de madrugada, e só voltava à noite. Nunca fomos ricos, mas tínhamos o básico.

Sofia cruzou os braços. — E o senhor dizia pra seus pais que os amava?

O pai ficou em silêncio por alguns segundos. — Nem sempre… e me arrependo muito disso. A gente acha que vai ter tempo para dizer, mas o tempo não espera. Quando nos damos conta, restaram só lembranças.

Ana o observou com atenção. — Então o senhor quer que a gente fale mais que o ama?

— Sabe, Ana, ao ouvirmos isso, vindo do coração de nossos filhos, nos serve de inspiração para continuar lutando por vocês. E, depois, é muito bom saber que se é amado. Os filhos deveriam demonstrar esse amor com mais frequência. Não só no Dia dos Paia, mas sempre, todos os dias.

Lucas sorriu de lado. — Tipo dar um abraço no meio da semana, do nada?

O pai abriu um sorriso. — Exatamente. Um abraço, um sorriso… isso vale mais que qualquer presente caro. É um novo ânimo após um dia cansativo.

Sofia deu um leve sorriso, mas logo perguntou: — E quando o senhor discorda da gente? A gente acha chato.

Ele soltou uma risada curta. — É chato mesmo. Mas imagina se eu nunca desse minha opinião? Se só ficasse olhando vocês irem por um caminho torto e não dissesse nada? Se eu falo ou pareço chato, às vezes, é porque me importo com vocês.

Ana balançou a cabeça. — Mesmo quando a gente não segue o que o senhor fala?

— Mesmo assim. Só de saber que vocês ouviram, já me sinto fazendo parte da vida de vocês.

Lucas cruzou os braços e riu. — Então o senhor sabe que não é perfeito, né?

— Sei muito bem! — ele respondeu, sorrindo. — Ninguém é. Mas de uma coisa vocês nunca podem duvidar: eu amo vocês. E isso independe de vocês terem ou não seguido o meu conselho.

Sofia levantou, deu alguns passos e parou na frente dele. — A gente sabe, pai.

Ele abriu os braços. — Então vem cá. Hoje é Dia dos Pais, mas esse abraço vale pra todos os dias.

Ana foi a primeira a pular nos braços dele. — Eu topo.

Lucas se levantou e foi também, largando o celular no sofá. — Bora fazer um “abraço coletivo”!

O pai fechou os olhos, sentindo os três o apertarem. Ficaram assim por alguns segundos, só sentindo o calor e a presença um do outro.

Ele respirou fundo. — Vocês não fazem ideia de como isso vale ouro. É o melhor presente que um pai pode receber.

Sofia sorriu. — Vale pra gente também.

Ana, ainda abraçada, cochichou: — Feliz Dia dos Pais!

E Lucas completou: — E obrigado por tudo… mesmo quando a gente não fala.

O pai olhou para cada um, com os olhos brilhando. — Eu que agradeço por vocês existirem e serem esses filhos maravilhosos.

E naquele instante, nada mais importava: nem o café esfriando na mesa, nem o barulho da rua lá fora. Só aquele abraço e a certeza de que o amor estava vivo ali. Eles nem repararam, mas Dona Maria, esposa e mãe, estava observando tudo parada na porta da sala, chorando de felicidade.

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Amar é mais do que aparecer com presentes em datas especiais. É estar presente nos dias comuns, com gestos simples que dizem mais que qualquer discurso.

Pais e filhos erram, se desencontram e, às vezes, se irritam. Mas o amor que existe de verdade não se mede pela ausência de problemas, e sim pela disposição de continuar ali, de mostrar que se importa, mesmo quando as opiniões não batem.

Não espere o “momento certo” para falar o que sente. O momento é agora. Abrace, diga, demonstre. Porque o tempo é rápido, mas o que você constrói com amor fica para sempre.

Com essa mensagem, o Táxi Teicheira deseja que todos os filhos saibam aproveitar seus pais no dia de hoje. Feliz Dia dos Pais!

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