Numa
tarde quente, com o sol pedindo um picolé, dois amigos, Lucas e Gabi, estão
sentados num banco de praça, vendo a vida passar. Lucas, 17 anos, tem aquele
olhar perdido de quem tenta montar um quebra-cabeça sem todas as peças.
—
Gabi, às vezes sinto que tô correndo atrás de um monte de coisa, sabe?
Vestibular, um trampo legal, um canal no YouTube que bombe… Mas parece que
nunca chego lá. Tô exausto.
—
Sei como é, Lucas. A vida parece uma maratona sem linha de chegada, né? Mas
deixa eu te contar uma coisa que aprendi na raça: tem duas vozes dentro da
gente brigando o tempo todo. A Alma, que é calma, tipo aquele amigo que te
chama pra tomar um sorvete e relaxar. E o Ego, que fica gritando: “Corre, faz
mais, prova que tu é o cara!”
—
Duas vozes? Tô ficando maluco e ninguém me avisou?
— Não, bobo! É só uma metáfora, relaxa. A Alma é aquela parte de você que sabe quem você é de verdade. Ela não liga pra curtidas ou praquela nota máxima. Ela quer que você encontre paz, sabe? Tipo, curtir o momento, sentir o vento na cara, rir com os amigos.
—
Tá, e o Ego? É o vilão da história?
—
Não exatamente. O Ego também quer te ajudar, mas ele é meio… exagerado. Ele
acha que você só vai ser feliz quando tudo estiver nos eixos: nota boa, emprego
dos sonhos, mil seguidores. Ele te empurra pra correr sem parar, mas nunca te
deixa chegar.
—
Mano, isso é muito eu! Tô sempre pensando: “Se eu passar no vestibular, aí sim
vou sossegar.” Mas quando passo numa prova, já penso na próxima.
—
Exato! O Ego é especialista em querer atropelar tudo. Você conquista uma coisa,
e ele já tá apontando pra outra. “Tá, legal, mas e agora?” A Alma, por outro
lado, diz: “Para um pouco, curte o que você já tem. A paz vem primeiro, e aí as
coisas se ajeitam.”
—
Mas como assim? Tipo, eu paro tudo e fico meditando num monte?
—
Não precisa virar monge! É mais sobre ouvir o que te faz bem de verdade. Sabe
aquele dia que você riu até a barriga doer com seus amigos? Ou quando ouviu uma
música que te arrepia? Isso é a Alma falando. Ela te lembra que a paz tá nas
coisas simples, não na linha de chegada.
—
Tá, mas e se eu relaxar e não conseguir nada? Tipo, o mundo não para, né?
—
Verdade, o mundo é uma correria. Mas pensa comigo: quando você tá em paz, as
coisas fluem melhor. Já reparou que suas melhores ideias surgem quando você tá
de boa, tipo no chuveiro? A Alma te dá clareza pra fazer escolhas melhores, sem
aquele peso do “tem que ser perfeito”.
—
Mano, agora que você falou… Teve uma vez que eu tava super estressado com um
trabalho da escola. Aí saí pra andar de skate, relaxei, e quando voltei,
resolvi tudo rapidinho.
—
Isso aí! É a Alma dando um toque. Ela te ajuda a ver o caminho sem aquela neura
do Ego, que fica te cobrando o tempo todo. O Ego quer que tudo esteja resolvido
pra você se sentir bem. A Alma diz que, se você se sentir bem, as coisas vão se
resolvendo.
—
Mas e se eu quiser, sei lá, ser famoso ou ganhar muito dinheiro? Isso é o Ego
falando?
—
Pode ser. O Ego ama essas coisas grandes, tipo holofotes e troféus. Mas não é
errado querer isso! O problema é quando você acha que só vai ser feliz quando
chegar lá. A Alma te pergunta: “Por que você quer isso? O que te faz brilhar de
verdade?”
—
Hmm… Acho que quero ser reconhecido, sabe? Tipo, sentir que o que eu faço
importa.
—
Então é isso! A Alma te ajuda a focar no que realmente importa pra você, não no
que o mundo diz que é sucesso. Talvez você descubra que ser reconhecido é mais
sobre impactar uma pessoa do que ter mil likes.
—
Mano, isso faz sentido. Mas como eu sei quando é a Alma ou o Ego falando?
—
Boa pergunta! O Ego é barulhento, ansioso, te deixa com aquela sensação de “não
fiz o suficiente”. A Alma é mais leve, fala baixo, te deixa com uma paz no
peito. Experimenta parar cinco minutos por dia, sem celular, só respirando e
pensando no que te faz feliz. Você vai começar a ouvir ela.
—
Cinco minutos? Tô dentro! Mas, tipo, e se o Ego ficar gritando?
—
Ele vai gritar, pode apostar! O Ego é tipo aquele tio que fala alto na festa.
Mas quanto mais você dá espaço pra Alma, mais ela ganha força. É como treinar
um músculo. Aos poucos, você aprende a equilibrar os dois.
—
Caramba, Gabi, tu explica bem pra caramba. Mas e se eu cair na correria de
novo?
—
Todo mundo cai, Lucas. Eu mesma às vezes me pego correndo atrás do Ego,
querendo provar sei lá o quê. O lance é perceber e voltar pro centro. Sabe
aquele meme do doguinho correndo atrás do próprio rabo? É o Ego. A Alma é o
doguinho deitado ao sol, de boa.
—
Hahaha, adorei a imagem do doguinho! Tá, acho que entendi. Vou tentar ouvir
mais essa tal de Alma.
—
Isso! E ó, não é sobre parar de sonhar ou de correr atrás das coisas. É sobre
curtir a corrida, entende? A paz não é o prêmio no final, é o que te dá gás pra
continuar.
—
Valeu, Gabi. Tô me sentindo mais leve já. Acho que vou pegar um picolé agora, o
que acha?
—
Boa, Lucas! Picolé é a cara da Alma. Bora curtir o momento?
E
assim, com um sorriso e um plano de saborear um picolé de limão, os dois se
levantam do banco, prontos pra curtir a tarde. A conversa ficou na cabeça de
Lucas, como uma semente que, aos poucos, vai crescer.
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Esse
papo entre Lucas e Gabi é tipo um espelho, né? Quem nunca se sentiu como o
Lucas, correndo atrás de um monte de coisa e achando que a felicidade está
sempre no próximo passo? A ideia aqui é simples, mas poderosa: a paz não é o
troféu que você ganha depois de resolver tudo. Ela é o combustível que te ajuda
a correr melhor. Quando você dá espaço para sua Alma — aquela voz que te lembra
de curtir as coisas simples, como rir com os amigos ou ouvir sua música
favorita —, as coisas começam a se ajeitar. Não é mágica, é só uma mudança de
perspectiva.
O
Ego, coitado, não é o vilão. Ele só quer te proteger, te fazer brilhar. Mas ele
é ansioso, quer tudo para ontem, e às vezes te deixa exausto. A moral da
história é encontrar o equilíbrio: sonhar alto, sim, mas sem esquecer de curtir
o agora. Experimente parar por cinco minutos, respirar fundo, e perguntar: “O
que me faz sorrir de verdade?” Pode ser um rolê com os amigos, um filme bobo,
ou até dançar sozinho no quarto. Essas coisas pequenas são a Alma falando, e
elas têm um poder danado de te colocar nos eixos.
Então,
bora tentar? Compartilhe essa ideia com aquele amigo que está precisando de um
empurrãozinho (ou de um picolé!). Tire um print, mande no grupo, e espalhe essa
vibe de leveza. Afinal, a vida já é uma correria — que tal curtir a jornada com
um sorriso no rosto?
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