sábado, 11 de janeiro de 2025

Jovem sem experiência no primeiro emprego: problema ou solução?

 
            Era uma tarde de terça-feira, e vários pequenos empresários estavam reunidos para ouvir uma palestra promovida pela Associação de Empresários da cidade. O palestrante, Sr. Roberto Andrade Costa, de 60 anos, empresário bem-sucedido e conhecido por dar chances aos jovens do programa Primeiro Emprego, abordaria o tema: O primeiro emprego do jovem sem experiência.

Em pesquisa realizada com empresários da cidade e na comunidade, a associação identificou muitos jovens, entre 16 e 20 anos, desempregados e sem perspectiva profissional. Entre os empresários, havia uma certa relutância em contratar jovens sem experiência. Foi então que o presidente da entidade teve a ideia de convidar o Sr. Roberto para falar sobre o assunto.

— Boa tarde a todos! — disse Roberto, ajustando o microfone. — Hoje vamos falar sobre um tema que preocupa muitos empresários: a contratação de jovens sem experiência.

Carlos, sentado na primeira fileira, sussurrou para o colega ao lado:

— Lá vem mais uma dessas palestras motivacionais...

— Sei que muitos aqui têm receio — continuou Roberto. — E é natural. Mas, na minha empresa, estou acostumado a lidar com esses jovens. Claro que nem todos se destacam. Isso pode ser uma falha minha no treinamento ou o fato de tentar encaixar o jovem em uma função que não faz sentido para ele.

— Aposto que ele vai contar algum caso milagroso — murmurou Carlos.

— Eu também pensava como muitos de vocês: "Contratar jovem? Sem experiência? Vai dar trabalho dobrado!" Era exatamente o que passava pela minha cabeça.

Ana, uma empresária do ramo de tecnologia, levantou a mão:

— Senhor Roberto, com todo respeito, mas esses jovens de hoje só querem saber de TikTok e joguinhos. Como confiar o nosso negócio nas mãos deles?

— Entendo sua preocupação, Ana. Carlos, vejo que você também está cético. Que tal compartilhar sua opinião?

Carlos ajeitou-se na cadeira:

— Olha, vou ser sincero. Tentei contratar três jovens no último ano. Sabe o que aconteceu? Um ficava mais no celular do que trabalhando, outro só pensava na hora de ir pro skate, e o terceiro... bem, nem apareceu no segundo dia.

João, dono de uma rede de farmácias, levantou-se:

— Permita-me discordar, Carlos. No meu caso, tive experiências ruins com profissionais experientes que se recusavam a se adaptar às mudanças. Contratei cinco jovens nos últimos dois anos, e três deles já são gerentes.

Miguel, dono de uma pequena gráfica, pediu a palavra:

— Há seis meses, contratei o Lucas, de 19 anos. Sem experiência. Ele só jogava videogame e usava a internet, pelo que me contou...

Carlos interrompeu:

— Está vendo? É disso que estou falando!

— Deixa eu terminar — continuou Miguel. — Esse "viciado em videogame" revolucionou minha gráfica. Ele informatizou processos que antes fazíamos no papel, criou um sistema de atendimento online e modernizou tudo! Hoje, não vejo minha gráfica funcionando sem ele.

Marina, proprietária de uma confeitaria, pediu a palavra:

— Contratei uma jovem muito promissora. Investi em cursos, dei suporte... Mas, após seis meses, ela saiu para ser influenciadora digital.

— É isso! — exclamou Carlos. — Eles não têm compromisso!

Pedro, um consultor de RH, levantou-se:

— Já pensaram que o problema talvez não seja a idade, mas o processo de seleção e integração? Marina, você deixou claras as expectativas? Carlos, não faltaram regrinhas básicas sobre o funcionamento da sua empresa? Eles são jovens, sem vivência profissional. Mostrar-lhes o caminho deve ser a nossa preocupação.

Marina refletiu:

— Talvez eu não tenha sido tão clara...

Roberto aproveitou o momento:

— Não basta contratar jovens; precisamos saber como integrá-los. Pedro, poderia compartilhar algumas estratégias?

— Claro! Primeiro, estabeleçam programas de mentoria. Segundo, definam metas claras. Terceiro, deem feedback constante e ouçam o que eles têm a dizer.

Ana questionou:

— Mas quanto tempo leva para ver resultados?

Beatriz, dona de uma agência de marketing, respondeu:

— Contratei três estagiários. No começo foi difícil, mas, com o tempo, eles trouxeram ideias inovadoras. Hoje, faturamos 40% a mais.

Carlos perguntou:

— E os custos de treinamento?

João respondeu:

— Menores que os custos de perder espaço para a concorrência. Grandes empresas contratam jovens porque sabem que a inovação vem deles.

Roberto concluiu:

— Empresas com equipes multigeracionais têm 35% mais chances de resultados acima da média. E 89% dos jovens que recebem mentoria permanecem por pelo menos dois anos.

Mariana, uma jovem empresária, sugeriu:

— Criem programas de desenvolvimento e mostrem oportunidades de crescimento. Nós, jovens, queremos fazer a diferença.

Carlos cedeu:

— Vocês me convenceram. Talvez eu precise dessa energia nova no escritório.

Roberto finalizou:

— Não contratamos apenas funcionários; formamos o futuro do mercado. Jovens trazem perspectivas novas, ideias inovadoras e entusiasmo.

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Esta história não é apenas sobre contratar jovens - é sobre dar chances, sobre acreditar no potencial humano. É sobre entender que experiência não é tudo e que, às vezes, um olhar novo pode ser exatamente o que seu negócio precisa.

Como você pôde perceber, os preconceitos iniciais dos empresários foram desconstruídos através de dados reais e experiências concretas. Não se trata de caridade, mas de uma decisão estratégica que pode trazer resultados surpreendentes.

Você que é um empresário, considere que aquele jovem "inexperiente" pode ser exatamente quem vai trazer as mudanças positivas que seu negócio precisa. Afinal, toda experiência começa com uma primeira oportunidade.

E a você, jovem, fica a dica: Não entre numa empresa pensando apenas no salário no final do mês, é bom receber uma graninha claro, mas você deve também investir no teu futuro. Aprenda o máximo que puder. Pergunte e ouça com a atenção tudo que falam ou que aconteça ao teu redor. Cresça junto com a empresa. Ah, não está dando certo. Sem problema. Procure outra alternativa. A vida é cheia de chances e oportunidades.

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