Era
uma tarde de terça-feira, e vários pequenos empresários estavam reunidos para
ouvir uma palestra promovida pela Associação de Empresários da cidade. O
palestrante, Sr. Roberto Andrade Costa, de 60 anos, empresário bem-sucedido e
conhecido por dar chances aos jovens do programa Primeiro Emprego, abordaria o
tema: O primeiro emprego do jovem sem experiência.
Em
pesquisa realizada com empresários da cidade e na comunidade, a associação
identificou muitos jovens, entre 16 e 20 anos, desempregados e sem perspectiva
profissional. Entre os empresários, havia uma certa relutância em contratar
jovens sem experiência. Foi então que o presidente da entidade teve a ideia de
convidar o Sr. Roberto para falar sobre o assunto.
—
Boa tarde a todos! — disse Roberto, ajustando o microfone. — Hoje vamos falar
sobre um tema que preocupa muitos empresários: a contratação de jovens sem
experiência.
Carlos,
sentado na primeira fileira, sussurrou para o colega ao lado:
— Lá vem mais uma dessas palestras motivacionais...
—
Sei que muitos aqui têm receio — continuou Roberto. — E é natural. Mas, na
minha empresa, estou acostumado a lidar com esses jovens. Claro que nem todos
se destacam. Isso pode ser uma falha minha no treinamento ou o fato de tentar
encaixar o jovem em uma função que não faz sentido para ele.
—
Aposto que ele vai contar algum caso milagroso — murmurou Carlos.
—
Eu também pensava como muitos de vocês: "Contratar jovem? Sem experiência?
Vai dar trabalho dobrado!" Era exatamente o que passava pela minha cabeça.
Ana,
uma empresária do ramo de tecnologia, levantou a mão:
— Senhor Roberto, com todo respeito, mas esses jovens de hoje só querem saber de TikTok
e joguinhos. Como confiar o nosso negócio nas mãos deles?
—
Entendo sua preocupação, Ana. Carlos, vejo que você também está cético. Que tal
compartilhar sua opinião?
Carlos
ajeitou-se na cadeira:
—
Olha, vou ser sincero. Tentei contratar três jovens no último ano. Sabe o que
aconteceu? Um ficava mais no celular do que trabalhando, outro só pensava na
hora de ir pro skate, e o terceiro... bem, nem apareceu no segundo dia.
João,
dono de uma rede de farmácias, levantou-se:
—
Permita-me discordar, Carlos. No meu caso, tive experiências ruins com
profissionais experientes que se recusavam a se adaptar às mudanças. Contratei
cinco jovens nos últimos dois anos, e três deles já são gerentes.
Miguel,
dono de uma pequena gráfica, pediu a palavra:
—
Há seis meses, contratei o Lucas, de 19 anos. Sem experiência. Ele só jogava
videogame e usava a internet, pelo que me contou...
Carlos
interrompeu:
—
Está vendo? É disso que estou falando!
—
Deixa eu terminar — continuou Miguel. — Esse "viciado em videogame"
revolucionou minha gráfica. Ele informatizou processos que antes fazíamos no
papel, criou um sistema de atendimento online e modernizou tudo! Hoje, não vejo
minha gráfica funcionando sem ele.
Marina,
proprietária de uma confeitaria, pediu a palavra:
—
Contratei uma jovem muito promissora. Investi em cursos, dei suporte... Mas,
após seis meses, ela saiu para ser influenciadora digital.
—
É isso! — exclamou Carlos. — Eles não têm compromisso!
Pedro,
um consultor de RH, levantou-se:
—
Já pensaram que o problema talvez não seja a idade, mas o processo de seleção e
integração? Marina, você deixou claras as expectativas? Carlos, não faltaram
regrinhas básicas sobre o funcionamento da sua empresa? Eles são jovens, sem
vivência profissional. Mostrar-lhes o caminho deve ser a nossa preocupação.
Marina
refletiu:
—
Talvez eu não tenha sido tão clara...
Roberto
aproveitou o momento:
—
Não basta contratar jovens; precisamos saber como integrá-los. Pedro, poderia
compartilhar algumas estratégias?
—
Claro! Primeiro, estabeleçam programas de mentoria. Segundo, definam metas
claras. Terceiro, deem feedback constante e ouçam o que eles têm a dizer.
Ana
questionou:
—
Mas quanto tempo leva para ver resultados?
Beatriz,
dona de uma agência de marketing, respondeu:
—
Contratei três estagiários. No começo foi difícil, mas, com o tempo, eles
trouxeram ideias inovadoras. Hoje, faturamos 40% a mais.
Carlos
perguntou:
—
E os custos de treinamento?
João
respondeu:
—
Menores que os custos de perder espaço para a concorrência. Grandes empresas
contratam jovens porque sabem que a inovação vem deles.
Roberto
concluiu:
—
Empresas com equipes multigeracionais têm 35% mais chances de resultados acima
da média. E 89% dos jovens que recebem mentoria permanecem por pelo menos dois
anos.
Mariana,
uma jovem empresária, sugeriu:
—
Criem programas de desenvolvimento e mostrem oportunidades de crescimento. Nós,
jovens, queremos fazer a diferença.
Carlos
cedeu:
—
Vocês me convenceram. Talvez eu precise dessa energia nova no escritório.
Roberto
finalizou:
—
Não contratamos apenas funcionários; formamos o futuro do mercado. Jovens
trazem perspectivas novas, ideias inovadoras e entusiasmo.
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Esta
história não é apenas sobre contratar jovens - é sobre dar chances, sobre
acreditar no potencial humano. É sobre entender que experiência não é tudo e
que, às vezes, um olhar novo pode ser exatamente o que seu negócio precisa.
Como
você pôde perceber, os preconceitos iniciais dos empresários foram
desconstruídos através de dados reais e experiências concretas. Não se trata de
caridade, mas de uma decisão estratégica que pode trazer resultados
surpreendentes.
Você
que é um empresário, considere que aquele jovem "inexperiente" pode
ser exatamente quem vai trazer as mudanças positivas que seu negócio precisa.
Afinal, toda experiência começa com uma primeira oportunidade.
E
a você, jovem, fica a dica: Não entre numa empresa pensando apenas no salário no
final do mês, é bom receber uma graninha claro, mas você deve também investir
no teu futuro. Aprenda o máximo que puder. Pergunte e ouça com a atenção tudo
que falam ou que aconteça ao teu redor. Cresça junto com a empresa. Ah, não
está dando certo. Sem problema. Procure outra alternativa. A vida é cheia de
chances e oportunidades.
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