sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

Quem observa as atitudes, não se engana com as palavras.

 

Após mais um dia de trabalho, Júlia e Netinho, amigos de longa data que agora trabalhavam na mesma empresa, caminhavam em direção à parada de ônibus que os levaria para o bairro onde moram. Júlia parecia incomodada com algo.

— Ei, Netinho, você acredita em tudo que as pessoas dizem? — perguntou Júlia, ajeitando a alça da mochila.

Netinho riu suavemente enquanto chutava uma pedrinha pela calçada.

— Nem sempre, mas confesso que já me decepcionei acreditando demais. Por que a pergunta?

Júlia suspirou.

— Sabe aquele amigo do meu primo? O que jurou que ia ajudar no projeto de arrecadação para a ONG? Sumiu. Não atendeu mais mensagem nenhuma. Mas quando a gente conversava, ele era só promessas.

Netinho balançou a cabeça, pensativo.

— Clássico. Falar é fácil, né? Parece que algumas pessoas acreditam que falar já equivale a percorrer metade do caminho.

— Pois é, mas aí eu lembrei de algo que minha mãe sempre fala: “Quem observa as atitudes, não se engana com as palavras.” — disse Júlia, com um sorriso leve.

Netinho parou de andar por um segundo.

— Boa essa. Sua mãe tem razão. Acho que a gente aprende a prestar mais atenção nas atitudes depois de levar umas rasteiras da vida, sabe?

Júlia concordou.

— E não é só em relação aos outros, não. Isso vale para a gente também. Quantas vezes a gente promete coisas para nós mesmos e não cumpre?

Netinho soltou uma risada sincera.

— Tipo aquela dieta que eu comecei toda segunda-feira do ano passado?

Os dois riram.

— Exatamente! Mas falando sério, Netinho. Quando a gente só fala e não age, perde credibilidade. E pior: a gente também começa a acreditar menos em nós mesmos.

— Verdade. É como se cada promessa não cumprida fosse uma martelada na confiança que a gente tem na própria palavra.

Júlia fez um gesto afirmativo com a cabeça.

— E tem aquela questão da persistência também. Porque não basta agir uma vez e pronto. Atitude é constância.

Netinho olhou para o céu, como se estivesse buscando as palavras certas.

— Sabe, Júlia, eu acho que a gente tem que treinar esse lance de ser coerente entre o que fala e o que faz. Tipo academia, sabe? Começa leve, mas todo dia tem que puxar um peso.

Júlia sorriu.

— Boa analogia. E é nisso que muita gente se engana. Falar bonito é fácil, mas manter uma rotina de atitudes que condizem com o discurso é o verdadeiro desafio.

— E sabe o que é pior? Às vezes a gente se pega acreditando mais em quem fala bonito do que em quem mostra resultado às claras.

— Bem isso. Mas é uma questão de treino, Netinho. Se a gente observar bem, a verdade sempre está no gesto.

Netinho cruzou os braços.

— Júlia, se você tivesse que dar uma dica rápida sobre isso, qual seria?

— Simples: confie menos no que escuta e mais no que vê. As palavras encantam, mas só as atitudes confirmam.

Netinho pensou por um instante.

— Isso vale para o amor também, né?

Júlia gargalhou.

— Vale para tudo! Amizades, trabalho, sonhos, política… Quem observa atitudes não se engana com palavras.

— Sábio conselho, Júlia. Vou aplicar. Chega de acreditar em promessas vazias.

— E começa com você mesmo, Netinho. Se prometer algo, vai lá e faz.

Netinho sorriu.

— Combinado. E você também, hein? Não adianta só dar conselho.

— Pode deixar! A gente vai ser a prova viva de que atitude fala mais alto.

Os dois seguiram pela rua, agora com uma energia renovada.

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Se você chegou até aqui, deve ter percebido uma verdade simples: palavras podem enganar, mas atitudes não mentem.

No dia a dia, a tentação de acreditar em promessas ou discursos bonitos é grande. Mas não se deixe levar apenas pelo que escuta. Observe como as pessoas agem — e, principalmente, como você mesmo age.

Lembre-se: não é o que você diz ou que dizem de você, que define quem você é, mas o que você faz. O mundo precisa de menos discursos e mais ações concretas. Seja você o exemplo.



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