segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

Há momentos em que você precisa tomar decisões de adulto, mesmo que isso te faça chorar feito criança.

 

Júlio chegou em casa cantarolando, pois tivera um excelente dia no trabalho, realizando a venda de dois imóveis. Ao chegar na sala, encontrou Ligia, sua irmã, sentada no sofá, no escuro.

Lígia tava quieta, olhando pro nada, mas dava pra sentir que algo pesava no ar. Júlio, que a conhecia bem, sabia que tinha coisa ali. Ficou tentando decifrar o que passava pela cabeça dela, mas sem sucesso.

De repente, ela soltou um suspiro pesado, daqueles que a gente solta quando não aguenta mais segurar o que tá sentindo.

— Júlio, você já teve que tomar uma decisão que sabia ser a certa, mas que doía tanto que parecia que ia te despedaçar por dentro?

Ele virou o rosto pra ela, captando a seriedade no olhar.

— Já. Mais vezes do que eu gostaria, pra ser sincero. A gente cresce achando que a vida vai ficar mais fácil, mas, na real, só fica mais complicada. O que tá rolando?

Lígia deu um sorriso meio torto, tentando esconder a dor.

— Terminei com o Luís. Eu sei que era o certo. A gente já não tava bem, só se machucava..., Mas dói, sabe? Parece que joguei fora algo pelo qual lutei muito.

Júlio ficou em silêncio, pensando nas palavras certas.

— É como tirar um band-aid, né? Dói pra caramba na hora, mas depois passa. Lá na frente você vai se perguntar por que demorou tanto pra fazer isso.

Ela respirou fundo.

— Sei lá, Júlio. Eu entendo com a cabeça, mas meu coração não acompanha. Parece que perdi uma parte de mim.

Ele assentiu, com aquele jeito sério, mas acolhedor.

— Lígia, já pensou que às vezes a gente chora não porque perdeu algo, mas porque teve coragem de deixar ir?

Ela ficou quieta, refletindo.

— Dá um medo, sabe? Tipo, parece que não tô pronta pra mudar.

— Transformação nunca é confortável, Lígia. Mas é exatamente nas fases mais difíceis que a gente cresce.

Ela olhou pro horizonte, como se tentasse enxergar além da dor.

— Você acha que um dia eu vou olhar pra trás e pensar: “Fez sentido”?

— Com certeza. Decisões difíceis são sementes. A gente planta com lágrimas, mas colhe com sorrisos.

Ela sorriu de leve, pela primeira vez naquele dia.

— Espero que você esteja certo.

— Confia. E quando o sol sair de novo, você vai ver que valeu a pena. Agora, vamos dar uma volta?

— Vamos. Valeu, Júlio.

— Pra isso que servem os irmãos, né?

Eles caminharam em silêncio em direção à porta da casa, mas já não havia aquele peso de antes. Era como se Lígia tivesse dado o primeiro passo pra se reencontrar.

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Se você tá lendo isso, talvez tenha passado por algo parecido. Aquela decisão que dói, mas que a gente sabe que precisa tomar. E, olha, não tem problema chorar por isso. Não tem problema sentir que tá desmoronando.

A vida não vem com manual. A gente tropeça, cai, chora... e é assim que aprende a andar. Crescer dói, mas é necessário. E sabe de uma coisa? Você vai sair dessa mais forte do que jamais imaginou.

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