Era
uma tarde comum, daquelas em que o sol não se decide: ora tenta aparecer com
força, ora se esconde entre nuvens preguiçosas. Duas amigas estavam sentadas
sob a sombra de uma árvore no quintal da casa de uma delas. Conversavam sobre
tudo e mais um pouco — aquelas conversas soltas que vão de assunto em assunto
sem rumo definido.
Rafaela:
Esses dias eu estava pensando numa coisa… Sabe quando você decide que quer
muito uma coisa, e nada tira aquilo da sua cabeça?
Rafaela: Nossa, você acabou de me descrever! Parece que tem um botão dentro da gente, tipo liga e desliga. Quando está ligado, somos imbatíveis, determinadas, vamos com tudo. Mas, se algo me faz apertar o "desliga", não tem santo que me convença do contrário.
Mônica:
Total! E o mais curioso é que tem gente que acha isso teimosia, mas eu vejo
como respeito próprio, sabe?
Rafaela:
Sim! Porque às vezes abrir mão não é desistir, mas perceber que aquilo não
merece mais a nossa energia. E isso vale tanto pra coisas quanto pra pessoas,
né?
Mônica:
Com certeza. Já passei por isso em relacionamentos. Eu me dedicava, acreditava,
fazia de tudo. Mas, quando percebi que não fazia mais sentido, desliguei. E foi
definitivo.
Rafaela:
Uau, já vivi algo parecido. E é libertador, né? Parece que você pega de volta o
controle da sua vida.
Mônica:
Exatamente! Quando a gente tem essa clareza, evita tanto sofrimento à toa...
Tem gente que insiste, insiste, mesmo sabendo que já acabou.
Rafaela:
Acho que insistir demais é medo de admitir que algo não deu certo. Mas não
seria mais inteligente ter coragem pra dizer "chega"?
Mônica:
Sem dúvida! Mas não é fácil, viu? Porque a gente cresce ouvindo que desistir é
fraqueza. Quando, na verdade, pode ser o maior ato de força.
Rafaela:
Sim! Saber a hora de parar exige maturidade. E é também sobre confiar que tem
algo melhor esperando pela gente.
Mônica:
Exato. Porque se você fica segurando o que não serve mais, não sobra espaço
pras coisas boas entrarem.
Rafaela:
Nossa, essa é a frase do dia! Segurar o que não serve mais bloqueia o que a
vida tem de melhor pra oferecer.
Mônica:
Total! E tem outra coisa: quando a gente aprende a abrir mão com consciência,
para de carregar ressentimentos.
Rafaela:
Isso é libertador também. Não ficar remoendo "e se tivesse sido
diferente?". A gente entende que fez o que podia e segue em paz.
Mônica:
E não é só com relacionamentos, viu? Isso vale pra projetos, oportunidades,
sonhos... Às vezes a gente percebe que aquilo não tem mais nada a ver.
Rafaela:
Com certeza. Já quis muito seguir uma carreira que hoje nem passa mais pela
minha cabeça.
Mônica:
Mesma coisa comigo! E sabe o que é melhor? Quando a gente solta essas coisas,
outras portas se abrem.
Rafaela:
Sim, e dá um alívio, né? A vida é movimento, mudança constante.
Mônica:
E mudar não é errado. Errado é se prender a algo que já perdeu o sentido.
Rafaela:
Acho que o segredo é ouvir o coração, mas sem esquecer da cabeça.
Mônica:
Isso mesmo! Equilíbrio total. Saber querer muito, mas também saber quando
deixar ir.
Rafaela:
E fazer isso sem culpa. Afinal, a vida é nossa, e só a gente sabe o que faz
sentido.
Mônica:
Com certeza. E assim a gente vai aprendendo a viver de forma mais leve e feliz.
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Ser
alguém que "quando quer, quer muito" pode ser uma grande virtude. Ter
determinação é fundamental para conquistar coisas importantes na vida. Mas
saber abrir mão quando algo já não faz sentido é um sinal de sabedoria que
poucos conseguem alcançar.
A
conversa entre Rafaela e Mônica mostra que insistir nem sempre é a melhor
escolha. Saber reconhecer o momento certo de seguir em frente, sem olhar pra
trás, é uma forma poderosa de evoluir.
Portanto,
não tenha medo de querer algo com todo o seu coração, mas também não se culpe
por dizer "chega" quando perceber que aquilo não merece mais seu
tempo e sua energia. O equilíbrio é o que leva a uma vida plena e feliz.
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