O
sol começava a se despedir no horizonte, pintando o céu com tons de laranja e
rosa. Lucas e Marina estavam sentados em um banco da praça, cercados pelo
barulho suave de pessoas caminhando e crianças brincando. Lucas olhava para o
horizonte, como se procurasse respostas no crepúsculo.
—
Marina, já parou pra pensar que a vida é tipo uma olimpíada?
Marina
franziu a testa, surpresa.
—
Olimpíada? Como assim?
—
Pensa só: a gente passa anos se preparando pra alguma coisa, seja vestibular,
um emprego ou até um relacionamento. Aí, de repente, um erro bobo e pronto,
tudo desmorona.
—
Sei o que você quer dizer, mas não acha que isso é meio exagerado? Errar faz
parte, né?
Lucas
suspirou, tentando organizar as ideias.
— Claro! Mas pensa num atleta que treinou a vida toda pra uma prova de dez segundos. Se ele escorregar no meio do caminho, já era. Tudo o que ele construiu vai pro ralo.
—
Mas ele pode tentar de novo, né?
—
Pode, mas não vai ser a mesma coisa. A chance de ouro já passou. Talvez ele
tenha outra oportunidade daqui a quatro anos, se conseguir se classificar.
—
Lucas… você tá falando daquela vaga de estágio, né?
Ele
abaixou a cabeça, os dedos entrelaçados sobre os joelhos.
—
É... Me preparei tanto. Fiz cursos, me matei de estudar e, na hora da
entrevista, travei. Um erro e pronto, adeus oportunidade.
Marina
colocou a mão no ombro dele.
—
Mas será que não faz parte? A vida não é só uma prova. São várias. E cada erro
ensina alguma coisa.
—
Talvez… Mas é difícil não se cobrar.
—
Eu sei. Mas pensa comigo: se a vida fosse só uma olimpíada, a gente ia viver
com medo o tempo todo. E medo não faz a gente crescer.
—
Então você acha que eu tô vendo tudo errado?
Marina
sorriu.
—
Não é errado, só tá incompleto. A vida é mais do que competição. Erros são só
paradas, não o fim do caminho.
—
Você sempre sabe o que dizer, né?
—
É meu talento (risos). Mas falando sério, a gente precisa parar de achar que um
erro define quem somos.
Ele
assentiu, mas ainda parecia pensativo.
—
Verdade. Mas como não se sentir um fracassado quando a gente erra?
—
Olha, até os melhores atletas do mundo já falharam. Você mesmo disse isso agorinha. O que
importa é como a gente se levanta.
—
Mas levantar dói, às vezes.
—
Dói mesmo! Mas a dor passa. E o que fica é o aprendizado.
—
Você acha que eu vou ter outra chance?
Marina
olhou nos olhos dele, firme.
—
Claro que vai! E quando ela vier, você vai estar ainda mais preparado. Mas é preciso não desistir de se aprimorar e nem de tentar.
—
Marina, você é incrível.
—
Eu sei. Mas você também é. Não esquece disso.
Os
dois continuaram ali, vendo o sol desaparecer no horizonte. A conversa seguiu
por outros caminhos, mas aquela lição ficaria.
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A
vida pode, sim, parecer uma olimpíada. Às vezes, parece que tudo depende de uma
única chance, e um erro nos faz duvidar de todo o esforço. Mas errar não
significa que acabou. Pelo contrário, é parte do processo.
Ninguém
chega longe sem tropeçar algumas vezes. O que define o sucesso não é nunca
falhar, mas aprender com os erros e continuar. A vida é feita de tentativas, e
cada uma delas nos deixa mais fortes e prontos para a próxima oportunidade.
Então,
se algo deu errado, respire fundo. A caminhada é longa e cheia de chances.
Errar não te faz um fracassado, desistir sim. Levante-se, ajuste a rota e siga
em frente. A próxima medalha pode estar mais perto do que você imagina.
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