quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

A vida é uma constante olimpíada. Um pequeno erro pode jogar fora anos de preparação.

 
            O sol começava a se despedir no horizonte, pintando o céu com tons de laranja e rosa. Lucas e Marina estavam sentados em um banco da praça, cercados pelo barulho suave de pessoas caminhando e crianças brincando. Lucas olhava para o horizonte, como se procurasse respostas no crepúsculo.

— Marina, já parou pra pensar que a vida é tipo uma olimpíada?

Marina franziu a testa, surpresa.

— Olimpíada? Como assim?

— Pensa só: a gente passa anos se preparando pra alguma coisa, seja vestibular, um emprego ou até um relacionamento. Aí, de repente, um erro bobo e pronto, tudo desmorona.

— Sei o que você quer dizer, mas não acha que isso é meio exagerado? Errar faz parte, né?

Lucas suspirou, tentando organizar as ideias.

— Claro! Mas pensa num atleta que treinou a vida toda pra uma prova de dez segundos. Se ele escorregar no meio do caminho, já era. Tudo o que ele construiu vai pro ralo.

— Mas ele pode tentar de novo, né?

— Pode, mas não vai ser a mesma coisa. A chance de ouro já passou. Talvez ele tenha outra oportunidade daqui a quatro anos, se conseguir se classificar.

— Lucas… você tá falando daquela vaga de estágio, né?

Ele abaixou a cabeça, os dedos entrelaçados sobre os joelhos.

— É... Me preparei tanto. Fiz cursos, me matei de estudar e, na hora da entrevista, travei. Um erro e pronto, adeus oportunidade.

Marina colocou a mão no ombro dele.

— Mas será que não faz parte? A vida não é só uma prova. São várias. E cada erro ensina alguma coisa.

— Talvez… Mas é difícil não se cobrar.

— Eu sei. Mas pensa comigo: se a vida fosse só uma olimpíada, a gente ia viver com medo o tempo todo. E medo não faz a gente crescer.

— Então você acha que eu tô vendo tudo errado?

Marina sorriu.

— Não é errado, só tá incompleto. A vida é mais do que competição. Erros são só paradas, não o fim do caminho.

— Você sempre sabe o que dizer, né?

— É meu talento (risos). Mas falando sério, a gente precisa parar de achar que um erro define quem somos.

Ele assentiu, mas ainda parecia pensativo.

— Verdade. Mas como não se sentir um fracassado quando a gente erra?

— Olha, até os melhores atletas do mundo já falharam. Você mesmo disse isso agorinha. O que importa é como a gente se levanta.

— Mas levantar dói, às vezes.

— Dói mesmo! Mas a dor passa. E o que fica é o aprendizado.

— Você acha que eu vou ter outra chance?

Marina olhou nos olhos dele, firme.

— Claro que vai! E quando ela vier, você vai estar ainda mais preparado. Mas é preciso não desistir de se aprimorar e nem de tentar.

— Marina, você é incrível.

— Eu sei. Mas você também é. Não esquece disso.

Os dois continuaram ali, vendo o sol desaparecer no horizonte. A conversa seguiu por outros caminhos, mas aquela lição ficaria.

----------------------------

A vida pode, sim, parecer uma olimpíada. Às vezes, parece que tudo depende de uma única chance, e um erro nos faz duvidar de todo o esforço. Mas errar não significa que acabou. Pelo contrário, é parte do processo.

Ninguém chega longe sem tropeçar algumas vezes. O que define o sucesso não é nunca falhar, mas aprender com os erros e continuar. A vida é feita de tentativas, e cada uma delas nos deixa mais fortes e prontos para a próxima oportunidade.

Então, se algo deu errado, respire fundo. A caminhada é longa e cheia de chances. Errar não te faz um fracassado, desistir sim. Levante-se, ajuste a rota e siga em frente. A próxima medalha pode estar mais perto do que você imagina.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

POSTAGENS MAIS LIDAS NA SEMANA