terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

Para somar, quase ninguém. Para te diminuir, tem até fila.

 

Ana, 18 anos, e Lucas, seu irmão de 14, estavam sentados na beira da piscina, apenas com os pés dentro da água, conversando sobre as pessoas desejarem ver mais a tua queda do que a tua vitória. 

— Sabe aquela frase que diz: “Para somar, quase ninguém. Para te diminuir, tem até fila”? — começou Lucas, olhando para Ana enquanto ajustava os óculos. 

— Ah, sim. Já ouvi. E é verdade, né? — respondeu ela, balançando a cabeça. 

— Demais. Parece que todo mundo tem uma opinião sobre o que você deveria fazer, mas poucos estão lá pra te ajudar de verdade. 

— Exato! — Lucas deu uma risada meio sem graça. — É tipo... quando você decide fazer algo diferente, tipo mudar de curso ou tentar um emprego novo. Todo mundo fala: “Ah, será que é uma boa ideia?”. Mas ninguém aparece pra te dar uma força. 

— E pior — Ana interrompeu, erguendo a voz —, se você falhar, ainda tem gente que fica feliz. Sabe? Tipo: “Eu avisei!”. É como se o fracasso dos outros fosse um troféu pra eles. 

— Nossa, sim! — Lucas concordou. — E o pior é que a gente acaba deixando isso nos afetar. Começa a duvidar da gente mesmo, só porque os outros não acreditam. 

— Mas aí que tá — Ana inclinou-se pra frente, com um olhar mais sério. — A gente não pode deixar isso nos parar. Se a gente for esperar que todo mundo vá somar, a gente não sai do lugar. 

— Verdade. Mas é difícil, né? — Lucas suspirou. — Às vezes, a gente só quer um pouco de apoio. Alguém pra dizer: “Você consegue!”. 

— É, mas a vida não é um filme da Disney, Lucas — Ana deu uma piscadinha. — Nem sempre vai ter uma plateia torcendo por você. E tá tudo bem. A gente tem que aprender a ser nossa própria torcida. 

— Nossa, que profundo! — Lucas riu, mas logo ficou sério de novo. — Mas você tá certa. A gente tem que parar de buscar validação nos outros. 

— Exato! — Ana levantou o dedo, como se estivesse dando uma aula. — E sabe por quê? Porque quem tá na fila pra te diminuir não tá preocupado com o seu bem. Eles só querem se sentir melhores às suas custas. 

— E aí a gente cai naquela velha história de comparação — Lucas completou. — Ficamos nos comparando com os outros e esquecendo que cada um tem seu tempo, seu caminho. 

— E o caminho é só seu, Lucas — Ana falou com firmeza. — Ninguém mais vai andar por ele. Então, por que deixar que os outros definam o ritmo? 

— É... — Lucas ficou pensativo por um momento. — Mas e quando a gente se sente sozinho nessa caminhada? 

— Aí a gente lembra que solidão não é sinônimo de fraqueza — Ana respondeu, com um sorriso tranquilo. — Às vezes, é na solidão que a gente encontra nossa força. 

— Nossa, você tá inspirada hoje, hein? — Lucas brincou. — Mas é verdade. A gente tem que aprender a confiar mais na gente mesmo. 

— E aí, quando a gente faz isso, percebe que não precisa de uma multidão pra somar — Ana concluiu. — Basta a gente acreditar que é capaz. 

— E os que querem te diminuir? — Lucas perguntou, curioso. 

— Ah, esses a gente ignora — Ana respondeu, com um gesto de mão. — Eles são como vento: fazem barulho, mas não levam a lugar nenhum. 

— Gostei da analogia — Lucas riu. — Mas e quando o vento é forte demais? 

— Aí a gente se firma — Ana falou, com convicção. — Porque vento forte só derruba quem não tem raízes. E a gente tem que construir raízes fortes, sabe? 

— Raízes fortes... — Lucas repetiu, como se estivesse guardando a frase. — E como a gente faz isso? 

— Aprendendo a gostar da gente mesmo — Ana respondeu, sem hesitar. — Quando a gente se conhece de verdade, ninguém consegue nos abalar. 

— Mas e os erros? — Lucas questionou. — E quando a gente falha? 

— Erros fazem parte — Ana disse, com um sorriso tranquilo. — Eles não te definem. O que te define é como você levanta depois de cair. 

— E se as pessoas rirem da sua queda? — Lucas insistiu. 

— Deixa elas rirem — Ana respondeu, com um brilho nos olhos. — Enquanto elas estão rindo, você tá lá, levantando. E no final, quem vai rir por último é você. 

— Gostei dessa — Lucas sorriu. — Mas e quando a gente não tem forças pra levantar? 

— Aí a gente para um pouquinho — disse Ana, com a voz tranquila. — Descansar não é fracasso. O que importa é não desistir.

— E as pessoas que somam de verdade? — Lucas perguntou, com um brilho de esperança nos olhos.

— Essas são raras, mas existem — respondeu Ana, sorrindo daquele jeito caloroso. — Quando aparecem, a gente tem que cuidar delas. São tipo diamantes: difíceis de achar, mas valem muito.

— E os outros? — Lucas insistiu.

— Ah, os outros a gente deixa pra lá — disse Ana, fazendo um gesto leve com a mão. — Não vale gastar energia com quem não quer ver você bem.

— E se for alguém próximo? — Lucas perguntou, mais sério agora.

— Aí a gente conversa — explicou Ana, com calma. — Fala o que sente. Mas se a pessoa não entender, não dá pra forçar. Cada um tá vivendo sua própria jornada.

— E se machucar? — Lucas questionou, com um olhar preocupado.

— Vai machucar — admitiu Ana. — Mas a dor passa. O que fica é o que você aprende com ela.

— E o que a gente aprende? — Lucas quis saber.

— Que você não precisa da aprovação de ninguém — Ana sorriu confiante. — Aprende a ser forte por você mesmo.

— E quando não se sente forte? — ele perguntou de novo.

— Aí a gente finge — disse Ana, rindo. — Até perceber que nem tá mais fingindo.

— Gostei disso — Lucas sorriu. — Tipo "finge até conseguir"?

— Exato! — Ana confirmou animada. — E no final, você vê que sempre foi forte. Só faltava acreditar.

— E os que te diminuem? — Lucas continuou.

— A gente transforma em degrau — respondeu Ana, com aquele olhar determinado. — Cada crítica, cada cara feia vira motivação.

— E se a gente não conseguir? — ele perguntou com uma ponta de dúvida.

— Aí tenta de novo — Ana disse, firme. — E de novo. E mais uma vez, até conseguir.

— E se nunca der certo?

— Então a gente muda o plano — disse Ana, tranquila. — Mas desistir? Isso não. O que importa é estar em paz com você mesmo.

— E os que somam? — Lucas perguntou de novo.

— Esses a gente guarda no coração — disse Ana, sorrindo sincera. — E agradece por ter encontrado.

— E a gente? — Lucas finalizou, cheio de esperança.

— A gente segue em frente — concluiu Ana, com brilho nos olhos. — Porque, no final, quem realmente importa é a gente mesmo.

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Nem todo mundo vai torcer por você na vida, e tá tudo bem. O que não dá é deixar que essas opiniões decidam quem você é ou até onde pode ir.

Se perceber que tem mais gente querendo te puxar pra baixo do que ajudar, lembra: isso fala mais sobre eles do que sobre você. E você não precisa carregar o peso das expectativas dos outros.

A caminhada é sua. Só você sabe o que faz sentido pra você. Então segue. Mesmo que por um tempo seja sozinho. Porque, lá no fundo, a pessoa que mais importa na sua vida é você. E você é bem mais forte do que imagina.

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