Maria,
Alice e Júlia estavam deitadas nas espreguiçadeiras à beira da piscina,
aproveitando o sol quente de domingo. A água brilhava sob a luz da tarde, mas,
apesar do clima leve, um assunto inevitável pairava no ar: o primeiro dia na
escola nova, em outra cidade, onde nenhuma delas conhecia alguém.
—
Eu tô morrendo de medo, gente — confessou Maria, jogando os pés na água. —
Imagina chegar lá e não saber nem onde fica a cantina? Ou pior: sentar sozinha
no recreio?
—
Nem fala! — suspirou Alice, ajustando o chapéu de sol. — E se a gente não
conseguir fazer amigos? E se todo mundo já tiver seu grupinho e a gente ficar
de fora?
Júlia, que até então estava quieta, balançou a cabeça. — Eu só queria saber se vamos conseguir acompanhar as matérias. Dizem que o nível lá é bem puxado. E se a gente se enrolar?
Foi
nesse momento que a mãe de Maria, Dona Carla, apareceu na varanda com uma
bandeja de sucos gelados. Ela ouviu parte da conversa e decidiu entrar no
papo.
—
Ei, meninas, posso dar minha opinião? — perguntou, sentando-se na beirada da
piscina.
—
Claro, mãe! — respondeu Maria, cruzando as pernas. — A gente tá precisando de
ajuda.
Dona
Carla sorriu, entregando os copos de suco. — Eu sei que mudar de escola e de
cidade assusta. Mas vocês sabem o que é pior do que o medo do desconhecido?
Perder a chance de viver algo incrível só porque ficaram com medo de tentar.
—
Mas como a gente vai saber se vai ser incrível? — questionou Alice, tomando um
gole do suco.
—
Ah, Alice, a gente nunca sabe de nada até experimentar. Mas olha só: vocês três
já têm uma grande vantagem. Têm umas às outras. Isso já é um começo, não
é?
Júlia
concordou com a cabeça. — É verdade. Pelo menos não vamos estar sozinhas.
—
Exatamente! — continuou Dona Carla. — E sabe o que mais? Todo mundo que vai
para uma escola nova sente o mesmo. Vocês não são as únicas. Imagina quantos
alunos vão estar lá, tão nervosos quanto vocês, pensando a mesma coisa: “Será
que vou me encaixar?”.
Maria
riu. — Quando a gente pensa assim, até parece bobo ficar com tanto medo.
—
Mas e se a gente não conseguir acompanhar as matérias? Ouvi dizer que os
professores são bem exigentes. — Júlia insistiu, ainda preocupada.
—
Aí é só estudar, Júlia. Ninguém nasce sabendo tudo. O importante é não ter
vergonha de pedir ajuda. Professores, colegas, pais, até a internet tá aí pra
isso. O que não pode é deixar o medo paralisar vocês.
Alice
olhou para as amigas. — Acho que estamos pensando demais. Talvez seja melhor só
ir e ver no que dá.
—
Isso mesmo! — Dona Carla bateu palmas. — E lembrem-se: o primeiro dia é só o
começo. Vocês vão errar, se perder, passar vergonha. E tá tudo bem! Isso faz
parte. O importante é não desistir.
—
Mas e se a gente não fizer amigos? — Maria perguntou, ainda insegura.
—
Amigos vêm com o tempo, Maria. Não dá pra forçar. Sejam vocês mesmas, e as
pessoas certas vão aparecer. E, se alguém não gostar de vocês, problema é
deles, não de vocês.
Júlia
sorriu. — Acho que estamos colocando peso demais nisso. Talvez seja só uma
escola nova, e não o fim do mundo.
—
Exatamente! — Dona Carla se levantou, pegando a bandeja vazia. — E lembrem-se:
vocês são mais fortes do que imaginam. Só precisam acreditar um pouquinho mais
em si mesmas.
As
três ficaram em silêncio por um momento, refletindo sobre as palavras de Dona
Carla. O sol começava a se pôr, pintando o céu de tons alaranjados.
—
Acho que vamos nos sair bem — disse Maria, finalmente.
—
Claro que vamos! — concordou Alice. — E, se não der certo, a gente sempre tem
umas às outras.
—
E a piscina — brincou Júlia, mergulhando de volta na água.
As
três riram, e o medo do primeiro dia na escola nova pareceu um pouco
menor.
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A
vida é cheia de mudanças, e nem sempre é fácil enfrentar o desconhecido. Mas,
como Maria, Alice e Júlia descobriram, o medo é só uma parte do processo. O
importante é lembrar que você não está sozinho. Todo mundo passa por isso e
sobrevive.
Então,
não deixe que o medo do novo te impeça de viver experiências incríveis. Erros,
vergonhas e inseguranças fazem parte do caminho, mas também do crescimento. No
fim das contas, você sempre tem a si mesmo — e, quem sabe, alguns amigos
incríveis — para te ajudar a superar qualquer desafio.
Respire
fundo, dê o primeiro passo e confie: você é mais capaz do que imagina. O futuro
pode assustar, mas também está cheio de possibilidades. E é isso que torna a
jornada tão emocionante.
E isso serve para tudo na vida.
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