— Ei, você já parou pra
pensar o que é o amor verdadeiro? Você acredita que ele exista? — perguntou
Ana, deitada na grama, olhando para o céu.
—
Acho que sim... Ou melhor, quero acreditar. Mas acho que todo mundo tem uma
definição diferente — respondeu Pedro, deitado ao lado dela, com as mãos
apoiadas na nuca.
—
Pois é. Mas eu acho que o amor verdadeiro não é aquela coisa parada, sabe? Não
é só ficar ali, no chão, esperando a vida passar.
—
Como assim? — Pedro virou o rosto para ela, curioso.
— É que... o amor verdadeiro não vive sempre com os pés no chão. Ele ganha asas e voa sobre as nuvens! — Ana falou com os olhos brilhando, como se estivesse vendo algo que Pedro não conseguia.
—
Hum, interessante. Mas como assim "ganha asas"? Amor não é só
sentimento?
—
Ele é muito mais do que só sentimento. É ação também. É aquilo que te faz
querer ser melhor, que te empurra pra frente, mesmo quando tudo parece difícil.
Amor de verdade não é um contrato com cláusulas e regras fixas. Ele é livre,
intenso, às vezes até meio doido.
—
Tipo quando você tá apaixonado e quer conquistar alguém? — Pedro riu, meio sem
graça.
—
Não, não é só isso. É mais profundo. É quando o amor te transforma, te faz
voar. Você deixa de ser só você e vira algo maior, sabe?
—
Acho que tô começando a entender... — Pedro franziu a testa, pensativo. — Mas e
quando o amor dói? Quando as coisas não dão certo?
—
Ah, isso é parte do voo, Pedro. Nem sempre o céu tá limpo. Às vezes tem
tempestade, vento forte. Mas o amor verdadeiro não desiste. Ele aprende a voar
mesmo com o tempo fechado.
—
Por que tanta gente sofre por amor?
—
Porque confunde amor com posse. Muita gente acha que amar é segurar, prender.
Mas o amor precisa voar. Se você corta as asas dele, ele morre.
—
Mas, Ana, como saber se é amor mesmo ou só ilusão?
—
O amor de verdade te faz crescer. Ele te impulsiona, te encoraja, te ensina a
voar junto. Se te puxa pra baixo, te sufoca ou te limita, então não é amor.
Pode ser carência, medo, dependência... Menos amor.
—
E se a pessoa que eu amo quiser voar pra longe de mim?
—
Então você precisa deixá-la ir, Pedro. Amar também é entender que cada um tem
seu próprio voo. Se for verdadeiro, acredite, ele volta.
—
Mas e se não voltar?
—
Aí você tem que seguir seu próprio voo. Amor próprio também tem asas, sabia?
—
Nunca tinha pensado desse jeito...
—
A maioria das pessoas não pensa, Pedro. Crescemos achando que amor é algo fixo,
imóvel, algo que fica pra sempre no mesmo lugar. Mas não é. Amor é movimento.
Ele voa, se reinventa, se transforma.
—
Então amar não é ficar parado esperando?
—
Nunca! Amar é caminhar lado a lado, voar junto quando der e deixar livre quando
for preciso.
—
Mas e quando a gente se sente sozinho? Quando parece que ninguém entende o que
a gente tá passando?
—
O amor verdadeiro não é só sobre estar com alguém. É sobre se conectar com algo
maior. Pode ser com uma paixão, um sonho, um propósito. Ele te faz sentir parte
de algo.
—
Então não é só sobre relacionamentos?
—
Não. É sobre tudo. É sobre como você se relaciona com o mundo, com as pessoas,
com você mesmo. O amor verdadeiro te faz querer voar, mesmo quando você tá com
medo de altura.
—
E como eu faço pra encontrar esse amor verdadeiro?
—
Primeiro, aprende a voar sozinho. Se você não souber se sustentar, qualquer
vento te derruba.
—
E depois?
—
Depois, quando alguém aparecer e não tentar cortar suas asas, mas sim voar
junto com você, você vai saber. O amor verdadeiro não pesa, não prende, não
aprisiona. Ele te faz sentir leve, como se estivesse flutuando sobre as nuvens.
—
Será que um dia eu encontro isso?
—
Se você acreditar e estiver disposto a voar, com certeza.
—
E se a gente não acreditar que pode voar?
—
Aí é que tá, Pedro. O amor verdadeiro te faz acreditar. Ele te mostra que você
é capaz, mesmo quando você duvida.
—
Mas e se as pessoas ao redor não apoiarem?
—
O amor verdadeiro não precisa da aprovação de ninguém. Ele é seu. Ele te
pertence. E quando você voa, as pessoas vão olhar pra você e sentir vontade de
voar também.
—
E se eu não souber como começar?
—
Comece pequeno. Olhe pro céu. Sinta o vento. E quando você estiver pronto, dê o
salto. O amor vai te segurar.
—
E se eu falhar?
—
Você vai. Todo mundo falha. Mas o amor verdadeiro não te define pelos seus
fracassos. Ele te define pela coragem de tentar de novo.
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O
amor verdadeiro não é uma corrente que nos amarra ao chão, mas um vento que nos
impulsiona para o alto. Quando ele é real, ele não nos prende, ele nos ensina a
voar. Se for verdadeiro, ele não sufoca, não limita, não diminui. Ele faz
crescer, amplia horizontes e dá coragem para explorar o céu infinito das
possibilidades.
Muita
gente sofre porque confunde amor com posse. Mas o verdadeiro amor não é um
lugar fixo onde ficamos parados. Ele é movimento, transformação, liberdade.
Quem ama de verdade aprende a soltar sem medo, pois sabe que o que é real
sempre encontra um jeito de voltar.
Seja
para quem está esperando um grande amor ou para quem já encontrou, a regra é
simples: primeiro, aprenda a voar sozinho. Depois, encontre alguém que voe na
mesma direção. O amor verdadeiro não pisa no chão. Ele abre asas e voa. E se
for pra ser, ele nunca cai.
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