domingo, 23 de março de 2025

Diga “não” sem culpa. Seu bem-estar vem primeiro.

 
            — Cara, tô exausto. Sério, parece que todo mundo quer um pedaço de mim. Minha chefe pediu pra eu ficar até tarde de novo, meu amigo pediu pra ajudá-lo na mudança no fim de semana, e minha prima quer que eu seja o fotógrafo do chá de bebê dela. Eu nem sei tirar foto direito!

— (risos) Lucas, você tá parecendo um rodízio grátis, sabia? Todo mundo chega, pega um prato e se serve! Mas deixa eu te contar uma coisa que aprendi na marra: dizer "não" sem culpa é tipo colocar um cinto de segurança na sua sanidade. Seu bem-estar vem primeiro, mano.

— Tá, mas como eu faço isso? Eu fico com peso na consciência. Parece que tô sendo egoísta ou deixando alguém na mão. E se eles ficarem bravos comigo?

— Eu te entendo, já passei por isso. No começo, eu também achava que dizer "não" era quase um crime. Mas olha só: já parou pra pensar que, quando você diz "sim" pra tudo, quem fica na mão é você? Eu aprendi que meu tempo e minha energia são tipo um tesouro. Não dá pra sair distribuindo por aí como se fosse folheto de promoção na rua.

— (risos) Boa essa! Mas, sério, como você começou a dizer "não" sem parecer um babaca?

— Primeiro, parei de me explicar demais. Sabe aquele discurso de "desculpa, mas eu não posso porque..."? Cortei isso. Hoje eu só digo: "Pô, dessa vez não dá, mas boa sorte aí!". Simples, direto e ninguém morre por causa disso. As pessoas sobrevivem, acredite ou não.

— Humm, parece fácil quando você fala assim. Mas e se for alguém importante? Tipo, família ou um amigo muito próximo?

— Aí é que o bicho pega, né? Já tive que dizer "não" pra minha mãe uma vez. Ela queria que eu fosse com ela num evento chato de família, mas eu tava no meu limite. Respirei fundo e disse: "Mãe, dessa vez vou ficar de fora, preciso descansar." Ela fez aquele olhar de "você tá me abandonando", mas depois passou. Hoje ela até respeita mais meus limites.

— Caramba, você é corajoso! Eu fico imaginando minha mãe falando: "Eu te criei pra isso?"

— (risos) Pois é, às vezes rola um drama, mas olha só: ninguém te criou pra ser capacho de ninguém, nem da família. Dizer "não" não é falta de amor, é amor por você mesmo. Comecei a ver isso como um escudo invisível contra o caos.

— Tá, mas e no trabalho? Minha chefe não vai gostar nada se eu recusar hora extra.

— No trabalho é mais delicado, mas dá pra fazer também. Já disse "não" pra uns projetos extras que iam me deixar louco. Claro, com jeitinho: "Olha, eu adoraria ajudar, mas minha carga tá cheia agora. Tem outra solução?". Isso mostra que você tá no jogo, mas não vai se matar por ele.

— E ela aceita numa boa?

— Nem sempre, mas percebi que as pessoas respeitam quem se respeita. Se você se coloca em primeiro lugar com firmeza, elas acabam entendendo. E se não entenderem, problema delas, não seu. Sua paz vale mais do que a aprovação dos outros.

— Você fala como se fosse simples, mas eu fico ansioso só de imaginar.

— Eu sei, mano, no começo é tenso mesmo. Meu coração batia acelerado nas primeiras vezes. Mas é tipo pular na piscina: o primeiro mergulho assusta, mas depois você pega o jeito e até curte a água gelada. Dizer "não" vira um hábito.

— E se eu acabar ficando sozinho? Tipo, afastando todo mundo?

— Esse é um medo comum, mas pensa comigo: quem vai te abandonar só porque você disse "não" uma vez não merece estar do seu lado. Eu já perdi umas amizades assim, e sabe o que mais? Não fez falta. Quem fica é quem te vê como humano, não como máquina de favores.

— Faz sentido... Mas ainda me sinto mal às vezes.

— Normal, a culpa é uma chata que adora aparecer sem ser chamada. Eu lido com ela assim: olho no espelho e digo pra mim mesmo: "Você merece descansar, você merece escolher." É tipo um cala-boca na culpa e segue o baile.

— (risos) Você fala com o espelho? Tá parecendo cena de filme!

— (risos) Às vezes sim! É meio brega, mas funciona. O importante é lembrar que seu bem-estar não é negociável. Dizer "não" é como regar a plantinha da sua sanidade. Se você não cuida, ela murcha.

— Gostei dessa metáfora. Mas e se eu disser "não" e depois me arrepender?

— Aí você aprende, ué. Nem todo "não" vai ser perfeito, mas é melhor se arrepender de uma escolha sua do que viver carregando o peso de um "sim" que te destruiu. Eu já disse "não" pra algumas coisas e depois pensei "podia ter ido", mas o alívio de ter me escutado valeu mais.

— Tá começando a fazer sentido. Acho que vou tentar.

— Vai fundo, Lucas! Começa com algo pequeno. Tipo, recusa o pedido da sua prima pra ser fotógrafo. Fala que sua especialidade é foto de paisagem, não de fralda (risos). Vai testando, você vai ver como é libertador.

— (risos) Boa! Vou dizer isso pra ela. Mas sério, acho que vou me sentir mais leve.

— Vai sim. Dizer "não" sem culpa é como tirar uma mochila cheia de pedras das costas. Você anda mais solto, mais você. E olha: sua vida é sua, não um self-service pros outros. Priorize você, mano.

— Valeu, cara. Tô começando a enxergar isso de outro jeito.

— De nada! E ó, quando começar a dizer "não", me conta como foi. Quero saber das suas vitórias. Seu bem-estar é o primeiro passo pra ser quem você quer ser, sem rabo preso.

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Esse papo entre Lucas e mim é mais do que uma conversa fictícia – é um convite pra você olhar pra dentro e se perguntar: "Tô me colocando em primeiro lugar ou tô virando um rodízio grátis pros outros?". Dizer "não" sem culpa não é sobre ser grosso ou egoísta, é sobre cuidar da sua energia, do seu tempo e da sua paz. E acredite: você merece isso mais do que imagina.

A moral da história é simples: sua vida é só sua, não a casa da "Mãe Joana", onde todo mundo manda e faz o que quer. Quando você aprende a dizer "não" com leveza, abre espaço pra dizer "sim" pras coisas que realmente importam – seus sonhos, seus momentos, você. E se rolar um drama no caminho, relaxa: até novela tem drama, mas os finais costumam ser felizes.

Então, bora lá? Pegue esse "não" como um superpoder e use sem medo. Sua paz interior agradece, e eu aposto que você vai se surpreender com o quanto pode crescer quando para de carregar o peso dos outros. Se joga, você é mais forte do que pensa!

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