—
Você já se perguntou se está vivendo de verdade ou só existindo?
—
Que pergunta é essa? Claro que eu tô vivendo! Respirando, trabalhando,
estudando... Fazendo o que todo mundo faz.
—
Então me diz... Qual foi a última vez que você fez algo que o fez sentir
verdadeiramente vivo?
—
Sei lá... Acho que quando passei no vestibular. Ou talvez quando viajei com a
galera no ano passado.
—
E desde então?
—
Desde então, sigo a rotina. Acordo, faço o que tem que ser feito e repito no
dia seguinte. É assim pra todo mundo.
—
Mas é aí que tá! Você não acha estranho viver esperando só pelos grandes
momentos? Tipo, você passa meses sobrevivendo para ter dois ou três dias que
realmente valem a pena?
— Agora que você falou assim… Faz sentido. Mas o que eu posso fazer? Não dá pra viver só de aventura.
—
Verdade, mas também não precisa ser um robô. Viver não é só trabalhar, pagar
boletos e esperar pelo fim de semana. É encontrar beleza no meio da rotina, se
desafiar, aprender algo novo, rir até a barriga doer sem motivo.
—
E como eu faço isso se minha vida já está toda planejada? Estudo agora, me
formo, arrumo um emprego, depois constituo família…
—
É ótimo ter planos, mas você está esquecendo de sentir o presente. O tempo não
espera. Você não pode viver só pra chegar a um lugar no futuro e perceber que
perdeu o caminho inteiro.
—
Tá, mas me dá um exemplo. Como eu começo a viver mais?
— Pequenas coisas. Experimente algo novo esta semana. Pode ser um esporte, um hobby, uma música diferente, um filme no cinema, deixar o carro em casa e, num dia da semana, ir trabalhar de ônibus ou de bicicleta. Pare de fazer tudo no piloto automático. Preste atenção no que o faz sorrir de verdade e coloque mais disso na sua vida. No horário de almoço, ao invés de ficar no celular, que tal dar uma volta nas ruas próximas? Com certeza irá observar casas antigas e bonitas, um jardim florido, uma árvore com frutos, pássaros cantando, pessoas, ou seja, vai ver a vida acontecendo.
—
Parece mais fácil falar do que fazer.
—
E é! Porque sair da zona de conforto dá trabalho. Mas me diz, o que é pior: o
trabalho de viver ou o peso de se arrepender por não ter vivido?
—
Agora você pegou pesado.
—
Pois é. Só que a vida não avisa quando vai acabar. E se hoje fosse seu último
dia, você diria que realmente viveu?
—
Eu… acho que não.
—
Então por que continuar assim? Não tô dizendo pra você largar tudo e sair
viajando o mundo. Mas dá pra viver mais, sentir mais, se permitir mais.
—
Tipo?
—
Tipo falar o que sente, dizer mais "sim" para as oportunidades, parar
de ter tanto medo do que os outros vão pensar. Viver de verdade é assumir as
rédeas da sua história, não só deixar o tempo levá-lo.
—
Parece que tô dormindo no volante da minha própria vida.
—
Exato! E é isso que eu tô tentando te dizer. Acorde antes que seja tarde
demais.
—
Mas se eu mudar, as pessoas podem estranhar...
—
E daí? Esta vida é sua. Quem gosta de você de verdade vai entender. E quem não
entender, paciência. É melhor que estranhem sua felicidade do que se acostumem
com sua infelicidade.
—
Você tá certo… Eu não quero só existir.
—
Então começa agora. Faça algo diferente hoje. Algo que faça você sentir-se
vivo. Pequeno que seja. Mas faça.
—
Beleza. Vou tentar.
—
Não tenta. Faça.
—
Quer ir ao cinema hoje?
—
Por que não! Só não me peça para pagar seu ingresso, como da última vez.
Hahahaha!
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A
gente se acostuma com a rotina e nem percebe que está apenas existindo, como se
a vida fosse uma obrigação e não uma experiência. Mas viver de verdade não é
sobre esperar pelos grandes momentos. É sobre criar pequenos momentos todos os
dias, que fazem a vida valer a pena.
Se
você sente que está sempre esperando por algo – o final de semana, as férias,
uma mudança que nunca vem –, talvez seja hora de repensar. Viver é se permitir
sentir, errar, aprender, rir sem motivo, falar o que pensa e amar sem medo. Não
adie isso para depois.
Afinal,
você quer olhar pra trás um dia e perceber que só passou pela vida ou que
realmente viveu? A escolha é sua. E ela começa agora.
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