quarta-feira, 18 de junho de 2025

Ser pai, ou avô, é ter amores que nunca morrem.

 
            Era uma tarde daquelas em que o calor parece grudar na pele. O sol estava pegando firme e, no quintal da casa antiga, embaixo da sombra boa da velha goiabeira, o vô Zé juntou os netos. Luiza, com 15 anos, estava no celular, bem no modo distraída. Lucas, de 13, jogava uma pedrinha para o alto e tentava pegá-la de volta. Já Clara, a caçula de 12, desenhava uns círculos na terra com um graveto. O vô, com aquele sorrisinho esperto de quem tem história para contar, pigarreou alto, chamando a atenção dos três.

— Ei, vocês aí! Dá um tempo no celular e na pedrinha só por um minutinho. Quero contar uma coisa que aprendi sendo avô. E, antes disso, pai. Sabem o que é?

Luiza levantou uma sobrancelha, ainda com os olhos colados na tela.

— O quê, vô? Que a gente tem que comer mais verdura? — disse, rindo com um leve deboche.

Zé deu uma risada, balançando a cabeça.

— Não, minha querida. É sobre amor. Um tipo de amor que não acaba nunca. Já pararam pra pensar o que é ser pai? Ou, no meu caso, avô?

domingo, 15 de junho de 2025

Não adianta falar para quem não quer ouvir.

 
            Paulo, 17 anos, está sentado em um banco, mexendo no celular, com cara de quem está meio perdido. Ao lado, senta-se Clara, 22 anos, com um caderno na mão e um sorriso que parece saber mais do que diz. Ele puxa papo.

— Tô de saco cheio, Clara. Todo mundo quer me dizer o que fazer, o que pensar. Parece que estão gritando na minha orelha o tempo todo.

— Sei como é. Mas, Paulo, já parou pra pensar que, às vezes, não é quem está falando que faz a diferença, mas se você está mesmo querendo ouvir?

— Como assim? Se a pessoa tá falando um monte de coisa que não faz sentido, eu vou ouvir por quê? É tipo ouvir rádio fora da estação, só chiado.

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