Numa tarde quente, Dona Clara, uma senhora de 60 anos com jeitão de avó, está sentada num banco da praça do bairro, conversando com um grupo de adolescentes. Tem o Lucas, de 15 anos, que não para de mexer no boné; a Ana, de 13, que vive com o celular na mão; e a Bia, de 14, que está sempre fazendo perguntas. Eles estão falando do incêndio que acabou com a casa da Dona Maria, uma vizinha que perdeu tudo: casa, roupas, móveis, até os documentos. A praça está calma, com passarinhos cantando e um vento leve balançando as árvores.
— Ai, gente, meu coração está partido pela Dona Maria. Perder tudo assim num incêndio... Não consigo nem imaginar – diz Dona Clara, ajeitando o lenço na cabeça, com a voz meio embargada.
— Sério, Dona Clara, eu vi a fumaça de longe, parecia filme de terror. Como a gente pode ajudar? – pergunta Lucas, tirando o boné e passando a mão no cabelo.

