Era uma sexta-feira à
noite, e o grupo de amigos se encontrou no café de sempre, na área de
alimentação da universidade. Carol, Pedro, Lucas e Júlia tinham o hábito de se
reunir para falar da vida, contar histórias da semana e, claro, reclamar dos
desafios que enfrentavam. Naquela noite, porém, todos pareciam especialmente
pensativos.
— Sabe quando tudo parece estar dando errado ao mesmo tempo? — desabafou Carol, largando a mochila no chão e se jogando na cadeira. — Essa semana foi um verdadeiro caos.
—
Nem me fala! — Pedro suspirou. — Perdi uma oportunidade de trabalho,
briguei com a minha família... Parece que tem uma tempestade passando na minha
vida.
—
Eu também tô nessa vibe, cara — completou Júlia, mexendo distraída no
celular. — As coisas na faculdade estão uma loucura, e sinto que não tô
dando conta. Parece que o mundo desabou e eu tô no meio do furacão.
Lucas,
sempre o mais calmo, observava os amigos com um leve sorriso no rosto. Ele
tinha seus problemas também, mas já havia aprendido uma lição valiosa nos
últimos tempos.
—
Sabem de uma coisa? — começou Lucas, inclinando-se para frente. — A
vida é cheia dessas tempestades, né? Não dá pra evitar. Mas o lance é que a
gente não pode controlar o que acontece lá fora. O que a gente pode fazer é
controlar o que rola aqui dentro — apontou para a cabeça, tentando explicar
sua visão.
— Eu até tento, mas não é nada fácil, Lucas. — comentou Carol. — Porque,
sinceramente, quando tudo começa a dar errado, eu fico desesperada. É como se
eu tentasse correr contra o vento de uma tempestade, mas ele sempre acaba me
empurrando de volta.
—
Não tem como acalmar a tempestade ou o vento, Carol — respondeu ele,
tranquilo. — É igual a vida. Quando tudo dá errado, quando parece que o
vento tá levando tudo embora, o que você pode fazer é manter a calma e deixar a
tempestade passar.
—
Tá, mas isso não resolve o problema — disse Pedro, franzindo a testa. — Eu
ainda vou estar sem o trabalho, e você ainda vai estar atolada na faculdade,
Júlia.
—
Sim, os problemas continuam, mas o jeito como você reage a eles muda —
explicou Lucas. — Se você entra em pânico, só piora a situação. Agora, se
você respira fundo e espera a tempestade passar, pode pensar com mais clareza
no que fazer depois. Nem tudo precisa ser resolvido na hora.
—
Acho que faz sentido — Júlia disse, finalmente largando o celular e
olhando para Lucas. — Semana passada, eu tava surtando com as provas, e no
desespero fiz tudo correndo, sem nem pensar direito. No final, só piorei minha
situação. Se eu tivesse parado, respirado e esperado as coisas acalmarem, teria
feito tudo melhor.
—
Exato! — Lucas sorriu, contente por estar sendo entendido. — As
tempestades, sejam problemas no trabalho, brigas ou crises internas, são parte
da vida. Elas vão e vêm. E a verdade é que, depois que a turbulência passa, a gente
sempre acha um jeito de arrumar o que sobrou.
— E às vezes as coisas até ficam melhores do que antes — completou Carol, pensativa. — Lembro
quando perdi meu estágio no início do ano, pensei que era o fim. Depois,
consegui um emprego muito melhor e mais alinhado comigo. E tudo só aconteceu
porque eu tive que passar pela tempestade.
Pedro,
que até então estava mais calado, sorriu de leve.
— Acho que a gente esquece que as tempestades não duram
para sempre, né?
—
Pois é — disse Lucas. — O segredo é lembrar que, enquanto o vento tá
forte e a chuva tá caindo, você pode manter a calma. Porque uma hora, sem você
precisar fazer nada, ela vai passar. E aí você vai ter força pra continuar, sem
ter se desgastado tanto no meio do caminho.
O
grupo ficou em silêncio por um momento, cada um refletindo sobre suas próprias
tempestades. As preocupações ainda estavam ali, mas de alguma forma, todos se
sentiram um pouco mais leves.
—
Sabe, acho que vou tentar isso — disse Carol, sorrindo. — Na próxima
vez que a vida resolver me jogar numa tempestade, vou me lembrar de não tentar
lutar contra ela.
—
É isso aí, Carol — Lucas respondeu, satisfeito. — A gente não pode
parar a chuva, mas pode pegar um guarda-chuva e esperar ela passar. E, quando
passar, o sol sempre volta. Sempre.
Após
mais alguns cafés, alguns petiscos e muitas conversas aleatórias sobre amor,
vida, política e trabalho, cada um foi para sua casa com a certeza de que esta
foi mais uma noite de ensinamentos e aprendizados, como tantas outras que o
grupo sempre vivenciava em seus encontros. E a certeza de que o amanhã pode,
sim, ser melhor que hoje, bastando que cada um saiba enfrentar suas tempestades
internas e externas.
Os
diálogos entre os amigos revelam como cada um está enfrentando suas próprias
"tempestades" pessoais, sejam elas problemas no trabalho, na
faculdade ou na vida familiar. A metáfora da tempestade, trazida por Lucas,
destaca a inevitabilidade dos desafios da vida e a incapacidade de
controlá-los. No entanto, ele aponta que, assim como uma tempestade, esses
problemas são passageiros. A grande lição que Lucas compartilha é que, em vez
de lutar contra as adversidades com desespero, é preciso aprender a manter a
calma, pois, o controle que temos está em nossas reações, e não nas
circunstâncias externas.
A
conclusão a que o grupo chega é que, ao manter a serenidade diante das
dificuldades, podemos evitar decisões precipitadas ou atitudes impulsivas que
só piorariam a situação. Assim como a tempestade eventualmente dá lugar ao céu
claro, as adversidades da vida também passarão. A metáfora da chuva e do vento
reflete a ideia de que as provações, por mais intensas que pareçam, não são
permanentes. O segredo é esperar com paciência, sabendo que, depois da
tempestade, sempre há espaço para novos começos, novas oportunidades e um
recomeço mais forte.
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