sexta-feira, 25 de outubro de 2024

Você não pode acalmar uma tempestade, mas pode manter a calma até ela passar.

 

Era uma sexta-feira à noite, e o grupo de amigos se encontrou no café de sempre, na área de alimentação da universidade. Carol, Pedro, Lucas e Júlia tinham o hábito de se reunir para falar da vida, contar histórias da semana e, claro, reclamar dos desafios que enfrentavam. Naquela noite, porém, todos pareciam especialmente pensativos.

Sabe quando tudo parece estar dando errado ao mesmo tempo? — desabafou Carol, largando a mochila no chão e se jogando na cadeira. — Essa semana foi um verdadeiro caos.

Nem me fala! — Pedro suspirou. — Perdi uma oportunidade de trabalho, briguei com a minha família... Parece que tem uma tempestade passando na minha vida.

Eu também tô nessa vibe, cara — completou Júlia, mexendo distraída no celular. — As coisas na faculdade estão uma loucura, e sinto que não tô dando conta. Parece que o mundo desabou e eu tô no meio do furacão.

Lucas, sempre o mais calmo, observava os amigos com um leve sorriso no rosto. Ele tinha seus problemas também, mas já havia aprendido uma lição valiosa nos últimos tempos.

Sabem de uma coisa? — começou Lucas, inclinando-se para frente. — A vida é cheia dessas tempestades, né? Não dá pra evitar. Mas o lance é que a gente não pode controlar o que acontece lá fora. O que a gente pode fazer é controlar o que rola aqui dentro — apontou para a cabeça, tentando explicar sua visão.

Eu até tento, mas não é nada fácil,  Lucas. — comentou Carol. — Porque, sinceramente, quando tudo começa a dar errado, eu fico desesperada. É como se eu tentasse correr contra o vento de uma tempestade, mas ele sempre acaba me empurrando de volta.

Não tem como acalmar a tempestade ou o vento, Carol — respondeu ele, tranquilo. — É igual a vida. Quando tudo dá errado, quando parece que o vento tá levando tudo embora, o que você pode fazer é manter a calma e deixar a tempestade passar.

Tá, mas isso não resolve o problema — disse Pedro, franzindo a testa. — Eu ainda vou estar sem o trabalho, e você ainda vai estar atolada na faculdade, Júlia.

Sim, os problemas continuam, mas o jeito como você reage a eles muda — explicou Lucas. — Se você entra em pânico, só piora a situação. Agora, se você respira fundo e espera a tempestade passar, pode pensar com mais clareza no que fazer depois. Nem tudo precisa ser resolvido na hora.

Acho que faz sentido — Júlia disse, finalmente largando o celular e olhando para Lucas. — Semana passada, eu tava surtando com as provas, e no desespero fiz tudo correndo, sem nem pensar direito. No final, só piorei minha situação. Se eu tivesse parado, respirado e esperado as coisas acalmarem, teria feito tudo melhor.

Exato! — Lucas sorriu, contente por estar sendo entendido. — As tempestades, sejam problemas no trabalho, brigas ou crises internas, são parte da vida. Elas vão e vêm. E a verdade é que, depois que a turbulência passa, a gente sempre acha um jeito de arrumar o que sobrou.

— E às vezes as coisas até ficam melhores do que antes — completou Carol, pensativa. — Lembro quando perdi meu estágio no início do ano, pensei que era o fim. Depois, consegui um emprego muito melhor e mais alinhado comigo. E tudo só aconteceu porque eu tive que passar pela tempestade.

Pedro, que até então estava mais calado, sorriu de leve.

— Acho que a gente esquece que as tempestades não duram para sempre, né?

Pois é — disse Lucas. — O segredo é lembrar que, enquanto o vento tá forte e a chuva tá caindo, você pode manter a calma. Porque uma hora, sem você precisar fazer nada, ela vai passar. E aí você vai ter força pra continuar, sem ter se desgastado tanto no meio do caminho.

O grupo ficou em silêncio por um momento, cada um refletindo sobre suas próprias tempestades. As preocupações ainda estavam ali, mas de alguma forma, todos se sentiram um pouco mais leves.

Sabe, acho que vou tentar isso — disse Carol, sorrindo. — Na próxima vez que a vida resolver me jogar numa tempestade, vou me lembrar de não tentar lutar contra ela.

É isso aí, Carol — Lucas respondeu, satisfeito. — A gente não pode parar a chuva, mas pode pegar um guarda-chuva e esperar ela passar. E, quando passar, o sol sempre volta. Sempre.

Após mais alguns cafés, alguns petiscos e muitas conversas aleatórias sobre amor, vida, política e trabalho, cada um foi para sua casa com a certeza de que esta foi mais uma noite de ensinamentos e aprendizados, como tantas outras que o grupo sempre vivenciava em seus encontros. E a certeza de que o amanhã pode, sim, ser melhor que hoje, bastando que cada um saiba enfrentar suas tempestades internas e externas.

Os diálogos entre os amigos revelam como cada um está enfrentando suas próprias "tempestades" pessoais, sejam elas problemas no trabalho, na faculdade ou na vida familiar. A metáfora da tempestade, trazida por Lucas, destaca a inevitabilidade dos desafios da vida e a incapacidade de controlá-los. No entanto, ele aponta que, assim como uma tempestade, esses problemas são passageiros. A grande lição que Lucas compartilha é que, em vez de lutar contra as adversidades com desespero, é preciso aprender a manter a calma, pois, o controle que temos está em nossas reações, e não nas circunstâncias externas.

A conclusão a que o grupo chega é que, ao manter a serenidade diante das dificuldades, podemos evitar decisões precipitadas ou atitudes impulsivas que só piorariam a situação. Assim como a tempestade eventualmente dá lugar ao céu claro, as adversidades da vida também passarão. A metáfora da chuva e do vento reflete a ideia de que as provações, por mais intensas que pareçam, não são permanentes. O segredo é esperar com paciência, sabendo que, depois da tempestade, sempre há espaço para novos começos, novas oportunidades e um recomeço mais forte.

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