quarta-feira, 23 de outubro de 2024

Dinheiro pode comprar muitas coisas, mas não abana a cauda sempre que você chega em casa!

 
            Na sala de estar de um pequeno apartamento, três amigos conversavam enquanto assistiam a um filme. Caio, sentado no sofá com seu laptop no colo, olhava distraidamente para a tela. Júlia, deitada em uma almofada no chão, acariciava seu cachorro adotado, Teco, que dormia tranquilamente ao seu lado. Já Pedro estava escorado na parede, com os braços cruzados, ouvindo a conversa.

Cara, às vezes eu penso em como o dinheiro facilita muita coisa — começou Caio, ainda sem tirar os olhos do computador. — Imagina a quantidade de lugares que dá pra conhecer, as coisas que dá pra comprar… deve ser bom demais!

Júlia riu baixinho, ainda acariciando Teco, que soltou um pequeno suspiro enquanto dormia.

É, Caio, o dinheiro faz muita coisa, mas tem coisas que ele não compra. — Ela olhou para o cachorro com um sorriso carinhoso. — Tipo o amor desse carinha aqui.

Pedro, que até então só ouvia, levantou uma sobrancelha e entrou na conversa:

— Ah, não começa com essa história de “amor verdadeiro”. Todo mundo sabe que o dinheiro pode comprar até cachorro, né? Você pode ter um de raça, caríssimo, e ele vai te amar do mesmo jeito.

Mas não é disso que eu tô falando — respondeu Júlia, olhando para Pedro com seriedade. — Claro que você pode comprar um cachorro e vai ter amor. Mas, cara, o Teco… — Ela fez uma pausa, ajeitando a coleira dele. — Eu adotei ele no abrigo aqui do bairro. E o amor que ele me dá não é algo que você compra. Ele tava abandonado, sem esperança, e agora olha pra ele, feliz da vida. Isso não tem preço.

Caio fechou o laptop, agora prestando atenção total na conversa.

— Verdade, Ju. Acho que tem um lance diferente quando você adota, né? Tipo, é uma segunda chance pra eles, e, sei lá, parece que eles sabem disso. Tem algo especial.

Pedro deu de ombros, ainda meio cético.

— Tá, tá, entendi. Mas e quem prefere comprar um cachorro, qual o problema?

Não tem problema nenhum — respondeu Júlia. — Mas pensa comigo: tem tantos cães em abrigos, nas ruas… às vezes só precisam de uma chance, de alguém que olhe pra eles e veja o valor além da aparência, sabe? Você pode gastar dinheiro comprando um cachorro, ou pode adotar um que já está ali esperando pra te amar do jeito que você é, sem ligar se você tem grana ou não.

Pedro ficou em silêncio por um tempo, pensando no que ela disse. Caio aproveitou a deixa e continuou:

— E, além disso, mesmo que você não queira ou não possa ter um cachorro, dá pra ajudar de outras formas. Tipo, você pode doar ração, brinquedos… essas coisas fazem a diferença pra caramba pra esses abrigos.

Pedro deu uma risadinha.

Tá bom, já entendi. Vocês são sentimentalistas demais. Mas, admito, o Teco parece um bom exemplo. — Ele se aproximou e fez carinho na cabeça do cachorro. — Talvez você tenha razão, Ju.

Júlia sorriu, satisfeita.

— É isso. Amor de verdade não tem etiqueta de preço. Seja de um cachorro adotado, seja de um amigo, esse tipo de coisa não se compra. Só se conquista.

Pedro deu uma risada, meio desconfiado.

— Tá, mas se eu resolver adotar um cachorro e ele não gostar de mim? Vou ter que devolver?

Se você der uma chance, Pedro, ele vai gostar. Isso é garantido — disse Caio, rindo.

E assim, entre risadas e discussões sobre o valor do dinheiro e do amor, a noite continuou, entre filmes, pipocas e muitas histórias.

Enquanto eles conversavam, acabaram entendendo que tem certas coisas na vida que o dinheiro simplesmente não compra. Claro, ter grana facilita muita coisa, mas o amor de verdade — seja de um cachorro ou de amigos que realmente importam — não tem preço. O Teco não liga pra o que a Júlia tem ou deixa de ter, e do mesmo jeito, tem amigos que estão do nosso lado pelo que a gente é, não pelo que a gente pode oferecer materialmente.

No fim das contas, tanto com animais quanto com amigos de verdade, o que vale mesmo é a conexão sincera. O dinheiro traz conforto, mas não consegue comprar aquele tipo de amor que te espera com alegria na porta de casa, que tá com você nos dias bons e ruins, ou que comemora suas vitórias sem pedir nada em troca. Esse carinho vem do coração — seja de um cachorro que só quer te ver feliz, ou daqueles amigos que estão sempre lá, de verdade.

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