De acordo com dados do Centro de Referência Estadual em Álcool e Drogas (CREAD), a maioria dos quadros de dependência química se iniciam ainda na juventude. Muitas vezes, pais e adultos, de forma geral, acabam ignorando os fatores de risco e os problemas que o adolescente apresenta por acharem que trata-se apenas de uma fase.
Para abordar esse assunto de extrema relevância, preparamos este material, onde explicaremos o riscos do uso de drogas na juventude, como isso se apresenta no Brasil e no mundo, além de saber quais são as consequências das drogas na adolescência e os efeitos do uso a longo prazo. Isso porque esse é um momento em que ocorrem diversas mudanças relacionadas com o psicológico do adolescente, que se torna mais vulnerável e, por isso, pode ser considerado um grupo de risco.
Além desses fatores, é importante compreender de onde vem o interesse em consumir drogas, pois muitas vezes os jovens têm seus próprios motivos para as usarem ou utilizam pela primeira vez dentro de casa, com o apoio dos pais. Geralmente a droga utilizada pela primeira vez na vida de um jovem é o álcool, por conta da facilidade de acesso e da cultura ao redor da bebida.
Aqueles que não encontram algo para se ocupar, que não conseguem ficar sozinhos ou procuram por algo mais interessante em suas vidas, acabam por decidir gastar seu tempo com essas substâncias.
Falta de confiança
Jovens que são mais tímidos e têm dificuldades de se socializar tendem a usar drogas ou ingerir bebidas para se tornarem mais sociáveis, interessantes e fazer algo que eles não fariam se estivessem sóbrios. Para conseguir aprovação social, ele acaba por se sujeitar ao consumo da maconha, cigarro ou álcool, drogas mais comuns e de fácil acesso.
Uso de drogas no Brasil e no mundo
Falta de políticas efetivas para controlar, alterar e, principalmente, prevenir o uso de drogas em todo o mundo provoca o aumento do uso de drogas na juventude.
No Brasil
Em uma pesquisa realizada pelo IBGE no segundo semestre de 2016, constatou-se que mais da metade dos jovens (55%, ou 1,44 milhão de alunos) relataram já ter tomado ao menos uma dose de bebida alcoólica. Esse dado é bastante preocupante se considerarmos que o consumo de bebidas alcoólicas só está legalmente autorizado no Brasil para indivíduos maiores de 18 anos. O fácil acesso à outras drogas, como ecstasy, LSD e a maconha, acaba por estimular o uso, que está também relacionado ao tráfico de drogas, principalmente em periferias das cidades.
No mundo
De acordo com o Estudo de Acompanhamento de Atitude, realizado em 2012, no mundo, 40% dos jovens concordam que filmes e séries de TV exibem o consumo de drogas como algo totalmente aceitável.
Muitos países ainda veem o consumo de drogas como algo que está mais sujeito à penas de prisão ou até de morte em alguns países, em vez de uma doença que merece atenção e um tratamento terapêutico e multidisciplinar.
Ação das drogas no cérebro de adolescentes
Existem diversas substâncias psicoativas, como o álcool, maconha e LSD que podem alterar ou danificar o desenvolvimento cerebral na adolescência. O hábito do uso acaba por afetar o pensamento, raciocínio e a consciência desenvolvidos, podendo permanecer ao longo da vida de uma pessoa.
Além dessas consequências das drogas na adolescência, vale destacar que o cérebro humano só se forma totalmente depois dos 24 anos de idade. Por conta disso, jovens que fazem uso de drogas por bastante tempo podem desenvolver transtornos físicos e mentais crônicos que demandam tratamentos contínuos.
Influência genética no desenvolvimento da prática de ingerir drogas
Em pesquisa publicada recentemente no periódico científico Psychological Medicine, comprovou-se por meio de análises genéticas o que estudos anteriores já haviam sugerido de forma observacional: o consumo da maconha é particularmente perigoso para pessoas com propensão genética à esquizofrenia, mas, principalmente, que os esquizofrênicos tendem a usar mais a droga.
Mau desenvolvimento da memória
Uma das consequências das drogas na adolescência é que as substâncias químicas das drogas, atingem negativamente a capacidade de memorização, especialmente da chamada memória curta, ou seja, aquela que é utilizada para realizar as tarefas cotidianas.
É válido ressaltar que o uso frequente das drogas pode ocasionar danos permanentes ao cérebro, visto que a prática afeta o sistema de ação de neurotransmissores importantes para o correto funcionamento cerebral.
Queda do rendimento escolar
Devido à falta de concentração provocada pela droga, o desempenho na escola tende a cair, fator que dificulta o aprendizado e, consequentemente, o avanço nas séries escolares. Além disso, de acordo com estudo publicado na revista The Lancet Psychiatry, a ingestão diária de substâncias químicas diminui também as chances do indivíduo chegar a concluir o ensino médio.
Nos casos do uso de alucinógenos, a realidade é transformada e, com isso, há uma mudança nos pensamentos, emoções, bem como no desenvolvimento de um raciocínio compatível com as situações ao redor do indivíduo.
Aumento das chances de aquisição das doenças sexualmente transmissíveis
Com a falta de racionalidade causada pelas substâncias químicas, os jovens ficam mais expostos às doenças sexualmente transmissíveis, pela ausência de preocupação com o uso de preservativos.
No trânsito
O ato de dirigir sob o efeito de drogas aumenta consideravelmente os perigos no trânsito e chances da ocorrência de acidentes automobilísticos, uma vez que há alteração das noções de espaço e consciência. Isso porque o cérebro permanece com inúmeros receptores dessas substâncias e também pelo fato da adolescência ser a fase em que são definidos os hábitos que serão levados ao futuro.
Aumento dos problemas de saúde mental
Usuários de drogas estão mais propensos a sofrerem com ansiedade e depressão por estarem expostos a uma série de situações que mexem bastante com o aspecto psicológico.
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