Era
uma tarde quente, e o sol brilhava intensamente sobre a praça. Entre risadas e
conversas animadas, Léo e Mariana caminhavam juntos, indo ver o tão esperado
show do equilibrista. O parque estava cheio de gente, e dava para quase sentir a tensão no ar.
—
Será que ele consegue? — perguntou Mariana, observando a corda bamba
esticada no alto.
Léo, que sempre gostou de aventuras, deu de ombros e sorriu, com aquele jeito despreocupado que só ele tinha.
—
Ele vai tentar. E é isso que importa — respondeu, com um brilho no
olhar. — Você já se perguntou o que aconteceria se ele caísse?
—
Seria horrível! Todo mundo olhando… — Mariana fez uma careta só de
pensar. — Eu nem teria coragem de subir nessa corda.
Léo
parou e olhou para ela, mais sério dessa vez.
—
Eu acho que cair faz parte do show. — Ele apontou para o alto, onde o
equilibrista já começava a se preparar. — Se ele nunca se arriscasse, nunca
saberia até onde consegue ir. E mesmo que caia… ainda vai ter sido uma grande
apresentação. A plateia não tá aqui só pra ver ele acertar, tá aqui pra ver o
que ele vai fazer, como ele vai lidar com tudo. Isso é o mais legal.
Mariana
franziu a testa, tentando entender. Para ela, falhar sempre parecia o pior
cenário possível. Mas Léo tinha esse jeito estranho de enxergar as coisas de um
jeito mais leve.
—
Mas e se ele cair na frente de todo mundo? Como ele vai se sentir? —
insistiu ela, ainda preocupada.
Léo
deu uma risada curta.
—
Olha, Mari, na vida, a gente vai cair algumas vezes. E sim, todo mundo vai
ver. Mas isso não importa tanto. O que importa é o que a gente faz depois. Se
levantar e tentar de novo. Até o erro pode ser bom, se a gente souber aprender
com ele.
Enquanto
conversavam, o equilibrista deu o primeiro passo na corda. O público prendeu a
respiração, inclusive Mariana. Cada movimento parecia calculado, mas a qualquer
momento ele podia se desequilibrar.
— Tá vendo? Ele pode errar, mas isso faz parte. O risco é o que faz a coisa toda valer a pena. Se fosse fácil, ninguém prestaria atenção e talvez nem ele mesmo estaria aqui. Quantas vezes acha que ele caiu até atingir o objetivo? Provavelmente muitas, mas pelo jeito ele nunca desistiu — disse Léo, sem tirar os olhos do equilibrista.
Mariana
suspirou, um pouco mais relaxada. Léo poderia estar certo. Talvez se arriscar
não fosse tão ruim assim, mesmo que desse errado. Às vezes, o tombo é o que te
ensina a se equilibrar de verdade.
E
naquele momento, enquanto o equilibrista avançava na corda, Mariana percebeu
que a vida, assim como aquele show, não era sobre nunca errar. Era sobre ter a
coragem de tentar, mesmo sabendo que podia cair.
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