Lúcia e Pedro estavam
sentados no parque, olhando o horizonte. Ambos com 18 anos, estavam naquela
fase em que sonhos parecem gigantescos, mas o medo de falhar às vezes faz a
gente pensar em desistir. Lúcia queria ser arquiteta, Pedro sonhava em abrir
sua própria empresa de tecnologia. Mas entre o querer e o conseguir, havia um
caminho longo e incerto.
— Às vezes, parece que quanto mais eu quero uma coisa, mais ela se afasta de mim — disse Pedro, jogando uma pedrinha no lago. — Já até pensei em largar isso tudo e arrumar um emprego qualquer.
Lúcia
olhou para ele com um sorriso de canto.
— Sabe, Pedro, eu também sinto isso. Às vezes, me pergunto
se estou indo na direção certa, se vale a pena. Mas ontem, meu pai me disse
algo que ficou gravado na cabeça: "Para grandes sonhos, tua atitude deve
ser ainda maior." E ele tem razão.
Pedro
franziu a testa, curioso.
— Como assim?
— perguntou ele.
—
Olha só — Lúcia começou, se virando para ele com mais seriedade —, não
adianta sonhar em ser algo grande se a gente não tiver uma atitude à altura
desse sonho. É como querer escalar uma montanha, mas ficar sentado lá embaixo,
esperando o momento perfeito pra começar a subir. Não vai rolar, entende?
Pedro
riu, mas ficou pensativo. Lúcia continuou:
— A gente não precisa ter tudo resolvido ou esperar até ter
certeza de que vai dar certo. A gente precisa agir. A dúvida vai estar lá de
qualquer jeito. Mas quem chega no topo é quem continua subindo, mesmo sem saber
o que vai encontrar depois da próxima curva.
—
Mas e se eu errar? — Pedro perguntou, sem esconder a insegurança.
—
Errar faz parte. O importante é o movimento. Sem atitude, o sonho morre na
vontade. Com atitude, mesmo que a gente erre, vai aprendendo, se ajustando e
ficando mais perto. — Argumentou Lúcia.
Pedro
ficou em silêncio por um tempo, absorvendo aquilo. Lúcia, então, se levantou e
apontou para uma montanha que dava pra ver ao longe.
—
Tá vendo aquela montanha? — ela disse. — Imagina que eu estou lá em
cima, tipo uma super-heroína, olhando tudo. Não cheguei lá porque fiquei só
olhando e imaginando. Cheguei porque comecei a escalar, mesmo com medo, mesmo
sem saber o que ia encontrar no caminho. E você, Pedro? Vai ficar parado
olhando a montanha ou vai começar a subir também?
Pedro
sorriu, entendendo o recado. Ele sabia que não ia ser fácil, mas algo dentro
dele acendeu. Lúcia tinha razão. Para alcançar o topo dos seus sonhos, a
atitude tinha que ser ainda maior do que a montanha que ele estava tentando
escalar.
— Tá certo, Lúcia. Tá na hora de começar a subir.
E
assim, eles se levantaram, decididos a encarar seus sonhos de frente, sabendo
que o segredo não estava apenas no querer, mas no agir. Afinal, super-heróis
são aqueles que, mesmo sem superpoderes, têm a coragem de enfrentar o inimigo. E o maior inimigo que temos, é o nosso medo.
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