Dois
amigos, Gabriel e Luana, sentados nas dunas, observam o mar enquanto o vento
bagunça os cabelos e o som das ondas se mistura ao riso dos jovens jogando bola
na areia. Todos faziam parte da turma do segundo ano da Escola Dom Pedro. Eles
vieram passar o fim de semana na praia, numa promoção da escola para celebrar o
fim de mais um ano letivo.
Após
falarem sobre os mais diversos assuntos, inclusive sobre a escola, Gabriel
decidiu abordar outro tema, mais relacionado à situação em que se encontravam,
curtindo uma praia.
–
Lú, quer saber? Eu tô convencido de que o melhor calmante do mundo não é água
com açúcar, é água com sal.
– Água com sal? Isso é coisa de vó que errou na receita do remédio, né?
–
Tô falando sério, Lú! Olha isso aqui. O som das ondas, o vento fresco, o cheiro
da maresia... Isso é um detox pra alma. Não tem calmante melhor.
–
Ah, verdade. O mar tem uma vibe diferente mesmo. Eu nem tava tão mal
assim hoje, mas agora, sentada aqui, sinto como se o peso nos ombros tivesse
sumido.
–
Exato. Tem um quê de magia, sabe? Só de olhar pro infinito do mar parece que
nossos problemas ficam menores. Tipo, eles continuam lá, mas a gente muda a
forma de encarar.
–
E não é só o psicológico, não. Já viu como a galera fica cheia de energia
depois de passar o dia na praia? Tem sol, vitamina D, a brisa que refresca...
Até o ar parece mais puro aqui.
–
Verdade. – concordou Gabriel. – E tem mais: pisar na areia é tipo massagem
grátis pros pés. Sem falar que andar descalço conecta a gente com a terra. Já
ouvi dizer que isso ajuda a equilibrar a energia do corpo.
–
Ah, equilíbrio é tudo, Gabi! Na praia, parece que a gente volta pro básico.
Aqui ninguém tá preocupado com status, com like ou com o que tá rolando no
mundo lá fora. Todo mundo tá só... presente.
–
Isso é raro, né? O mundo todo vive em modo acelerado. Aqui é o único lugar onde
parece que o tempo desacelera. Tipo, o mar tá nem aí pra nossa pressa.
–
Nossa, isso é tão verdade! Olha eles jogando bola. Eles tão rindo, correndo, se
divertindo, como se o resto do mundo não existisse.
–
É disso que a gente precisa mais: esquecer a correria, nem que seja por algumas
horas. Viver o agora. Sentir a areia nos pés, o sol no rosto e essa imensidão
azul na frente.
–
E é terapêutico, né? Eu vi um estudo uma vez que dizia que só de olhar pro mar
o cérebro entra num estado de relaxamento profundo. Acho que é por isso que a
gente se sente tão bem aqui.
–
Faz sentido, Luana. A praia é tipo um refúgio natural, um espaço onde dá pra
colocar os pensamentos em ordem. Você para, respira e percebe que a vida é mais
simples do que parece.
–
E é engraçado como todo mundo, sem exceção, se sente mais leve aqui. Desde
criança até idoso, o mar tem esse efeito. Deve ser porque ele é constante, né?
Sempre ali, com o vai e vem das ondas.
–
Sim, é como se o mar fosse um lembrete de que tudo passa. As ondas vão e
voltam, mas o oceano permanece. Dá uma paz saber disso.
–
Isso, Gabriel! Paz é a palavra. A gente passa tanto tempo buscando por ela em
lugares errados, quando na real ela tá aqui, em algo tão simples quanto sentar
e ouvir o barulho das ondas.
–
Pois é. E é acessível, sabe? Não precisa de aplicativo, não precisa de Wi-Fi.
Só precisa de vontade de parar e observar.
–
Verdade. E não é só relaxar. Eu sinto que, toda vez que venho à praia, volto
com a cabeça mais clara. Tipo, mais pronta pra encarar os desafios.
–
Acho que o mar tem esse poder porque ele nos conecta com algo maior. Ele lembra
que a gente faz parte de algo imenso, mas que, ao mesmo tempo, tem o nosso
lugar nesse todo.
–
É como se o mar fosse um espelho, né, Gabriel? Às vezes ele tá tranquilo e
calmo, outras vezes agitado e cheio de ondas. E a gente é igual. A diferença é
que o mar nunca tenta ser algo que ele não é.
–
Boa, Lu. É isso. O mar ensina a aceitar o que somos, mas também a ter coragem
de mudar quando for preciso.
Os dois ficam em silêncio por alguns instantes, apenas observando as ondas, os colegas na areia e o sol que começava a descer no horizonte, tingindo o céu de tons alaranjados.
. -.-.-.
O
mar nos ensina a respirar fundo, a viver o momento e a deixar que as coisas
sigam seu curso natural. Ele nos lembra que a vida é feita de ciclos: ondas que
vêm, ondas que vão. Tudo passa, e tudo se renova.
Seja
como o mar. Permita-se momentos de calmaria no meio da correria. Aproveite a
simplicidade e a grandiosidade que ele oferece. Porque, no fim das contas, o
melhor calmante não tá na farmácia, mas ali, na próxima vez que você parar pra
sentir o cheiro do mar e o som das ondas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário