sexta-feira, 3 de janeiro de 2025

Não perca a esperança. Sempre existe o “último minuto”.

 
            Lucas e Rafa estão caminhando por uma rua tranquila ao entardecer, se dirigindo até ao supermercado comprar pão, conforme a mãe de Rafa havia pedido. Lucas parece cabisbaixo, chutando pedrinhas no caminho. Rafa, percebendo o desânimo do amigo, puxa assunto.

— Cara, tá tudo bem? — Rafa pergunta, quebrando o silêncio.

Lucas suspira. — Sei lá, Rafa. Sinto que minha vida tá desorganizada totalmente. Na faculdade não consigo acompanhar as matérias, o que está me desmotivando a continuar os estudos. No estágio, a rotina me dá sono e até já pensei em largar tudo. E em casa, existem as cobranças... Nada parece dar certo.

— Sei como é, mas você tá pensando mesmo em desistir? — Rafa olha pra ele com curiosidade e um pouco de preocupação.

— Às vezes penso sim, sabia? Parece que, quanto mais eu tento, mais tudo dá errado.

Rafa para de andar e olha direto nos olhos do amigo. — Já ouviu falar que o jogo só acaba no apito final?

Lucas franze a testa, confuso. — E o que isso tem a ver comigo?

— Tudo. A vida também tem seus “últimos minutos”, sabia? É aquele momento em que tudo pode virar, mas só se você continuar jogando até lá.

— E se esse último minuto nunca chegar? — Lucas rebate, desconfiado.

— Ele chega. Sempre chega. O problema é que muita gente desiste antes de chegar lá. É como sair do cinema antes do final do filme. Você nunca vai saber como termina. E se você não souber aproveitar o momento, ele passa e, na maioria das vezes, não volta.

Lucas fica pensativo, chutando outra pedra. — Mas, Rafa, viver esperando um “último minuto” não é meio ilusão?

— Não é ilusão, Lucas. É esperança. E esperança não é ficar parado esperando as coisas melhorarem sozinhas. É continuar caminhando, mesmo quando tudo parece sem sentido.

Lucas solta uma risada amarga. — Fácil pra você falar. Difícil é colocar isso em prática.

— Não é fácil não. Mas olha só: toda virada de jogo é sofrida. Aquele gol nos acréscimos só acontece porque o jogador continua correndo até o último segundo, acreditando, mantendo a esperança no resultado.

— Tá, então você acha que o segredo é continuar, mesmo quando tudo diz pra parar? — Lucas pergunta, sem muita convicção.

— Exatamente. E sabe o que é mais interessante? Quando tudo fica mais difícil, é porque você tá perto de algo grande. É como escalar uma montanha: o ar fica mais pesado perto do topo.

Lucas para por um instante, assimilando o que Rafa disse. — Nunca tinha pensado assim. Mas e se eu tropeçar? E se der errado?

— Tropeçar faz parte. Cair também. Mas o que importa é se levantar. Cada queda te ensina como não cair da próxima vez.

Lucas encara o horizonte, onde o sol se põe devagar. — Você fala como se já tivesse vivido algo assim.

— E já vivi. Teve uma época em que eu tava no fundo do poço. Quase desisti. Mas continuei tentando, um dia de cada vez, e, de repente, tudo começou a mudar. Não foi sorte. Foi persistência.

— Então é isso? Continuar jogando até o último minuto? — Lucas pergunta, com um brilho discreto nos olhos.

— Isso mesmo. Não importa o placar, o que vale é não sair de campo antes do apito final.

Lucas sorri pela primeira vez em dias. — Beleza, Rafa. Vou tentar. Mas, se não der certo, vou te cobrar.

— Pode cobrar. Mas, quando der certo, quero que você lembre dessa conversa. O último minuto sempre vale a pena.

 

O diálogo entre Lucas e Rafa representa um cenário comum em nossas vidas: momentos de dúvida e desânimo. Todos já nos sentimos como Lucas, achando que não vale mais a pena continuar. No entanto, a conversa mostra a importância de ter alguém que nos relembre o valor da esperança e da persistência, especialmente quando tudo parece perdido. 

Rafa simboliza a voz da experiência e do otimismo, reforçando que os desafios são parte do processo. Ele nos lembra que a vida é feita de tentativas, erros e aprendizados, e que cada obstáculo superado nos deixa mais fortes. Mesmo nos piores dias, há sempre uma possibilidade de transformação, desde que não desistamos antes de alcançá-la. 

Essa troca nos inspira a refletir sobre a importância de resistir. A mensagem central é clara: o "último minuto" existe para quem continua jogando. É um convite para persistirmos e confiarmos no processo, acreditando que a mudança pode acontecer a qualquer momento.

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