—
Cara, de verdade... Não aguento mais esse papo de gratidão — resmungou Vini,
largado no banco da praça. — Toda hora aparece alguém falando pra agradecer até
pelo copo d'água que bebeu.
Eu
ri. Não era sarcasmo, era aquele riso de quem já pensou a mesma coisa um dia.
—
Sabe que eu também achava isso meio papo de livro de autoajuda, né? — falei,
jogando uma pedra longe. — Até entender que praticar gratidão é tipo cuidar de
um jardim invisível.
Vini
arqueou uma sobrancelha, desconfiado.
—
Jardim invisível?
— É. Imagina que sua vida é um jardim. Cada vez que você agradece de verdade, rega uma plantinha. Só que, se você esquece de regar, as plantas começam a morrer... e, de repente, parece que nada presta, que tá tudo seco.