segunda-feira, 28 de julho de 2025

Olhos que olham são comuns. Olhos que veem são raros.

 
            — Tá vendo aquilo ali? — perguntei, apontando pro muro rabiscado perto da escola.

— Tô, ué. Um monte de pichação e um cachorro mijando. O que tem?

— Então… é aí que tá. Você olhou. Mas você viu?

— Ah, lá vem tu com esses papos de velho sábio… Agora vai me dizer que aquele cachorro é uma metáfora da vida?

— Não. Mas podia ser. A questão é que muita gente passa pelos lugares, pelas pessoas, pelos dias... mas quase ninguém vê de verdade o que tá diante do próprio nariz.

— Tá, mas ver o quê? Um muro sujo?

— Não é só o muro. É o que ele carrega. Cada rabisco ali tem uma história. Aquele “Tati & Luan 4ever” provavelmente já acabou. A assinatura “ZK-22” pode ser de um moleque que só queria que alguém notasse que ele existe. E o cachorro... bem, ele só precisava fazer xixi mesmo.

terça-feira, 22 de julho de 2025

A Alma diz: - Encontre a paz e tudo entrará nos eixos. O Ego diz: - Quanto tudo entrar nos eixos você encontrará a paz.

 
            Numa tarde quente, com o sol pedindo um picolé, dois amigos, Lucas e Gabi, estão sentados num banco de praça, vendo a vida passar. Lucas, 17 anos, tem aquele olhar perdido de quem tenta montar um quebra-cabeça sem todas as peças.

— Gabi, às vezes sinto que tô correndo atrás de um monte de coisa, sabe? Vestibular, um trampo legal, um canal no YouTube que bombe… Mas parece que nunca chego lá. Tô exausto.

— Sei como é, Lucas. A vida parece uma maratona sem linha de chegada, né? Mas deixa eu te contar uma coisa que aprendi na raça: tem duas vozes dentro da gente brigando o tempo todo. A Alma, que é calma, tipo aquele amigo que te chama pra tomar um sorvete e relaxar. E o Ego, que fica gritando: “Corre, faz mais, prova que tu é o cara!”

— Duas vozes? Tô ficando maluco e ninguém me avisou?

— Não, bobo! É só uma metáfora, relaxa. A Alma é aquela parte de você que sabe quem você é de verdade. Ela não liga pra curtidas ou praquela nota máxima. Ela quer que você encontre paz, sabe? Tipo, curtir o momento, sentir o vento na cara, rir com os amigos.

sexta-feira, 18 de julho de 2025

Não seja o curativo nas feridas de outra pessoa, pois curativos são descartados quando elas cicatrizam.

 
            — Ei… posso sentar aqui? — ela perguntou, com aquela cara de quem tem muita coisa engasgada.

— Pode, claro — respondi, dando uma chegadinha para o lado no banco.

— Tô meio... sabe quando você tá cansada, mas não só do corpo?

— Do mundo inteiro, né? Já senti isso. Um cansaço que parece que nem cochilo resolve.

— Exato. Acho que tô virando apoio demais pros outros e zero pra mim.

— Bem-vinda ao clube dos que escutam todo mundo e voltam pra casa com a cabeça cheia e o coração meio vazio.

— É tipo isso. Sempre que alguém quebra, eu viro a “salva-vidas”. Mas quando eu tô afundando, ninguém nem vê.

— Você virou o curativo.

quarta-feira, 16 de julho de 2025

As conquistas são suas, não dos outros.

 
            Era uma tarde quente. Pedro, 17 anos, estava sentado num banco no parque, mexendo no celular e com uma cara meio triste. Ao lado dele, Clara, 22, universitária, que costuma ser meio tagarela, tomava água e notou o clima do amigo.

— Que foi, Pedro? Tá com cara de quem perdeu o sorteio do bife no almoço.

— Ah... sei lá. Tô meio decepcionado. Postei no grupo que consegui a bolsa na faculdade, e poucos curtiram. Teve até um que comentou de um jeito meio debochado... Fiquei com a sensação de que ninguém ficou feliz por mim.

— Sério que você tá se deixando abater por isso? Pedro, vou te falar uma coisa que eu aprendi do jeito difícil: tem gente que não vibra com nada, nem ninguém, nem por elas mesmas. Imagina pelos outros?

— Ué, mas isso é o quê? Inveja?

— Nem sempre. Às vezes essa pessoa tá desgostosa com a própria vida, vivendo uma fase ruim, e ver alguém vencendo é doloroso pra ela. Já passei por isso. Quando consegui entrar na faculdade, fiquei toda animada, divulguei em todas as redes... Uma amiga, que eu considerava quase uma irmã, visualizou e não curtiu. Depois descobri que ela não tinha passado no vestibular. Tava pra baixo.

domingo, 13 de julho de 2025

O Rock Não Envelhece

Cenário: Uma garagem com cheiro de passado e eco de guitarras. Um velho rádio toca “Smoke on the Water” baixinho. Sentado num sofá surrado, seu Zeca — um roqueiro de 67 anos com camiseta do Led Zeppelin, cabelos grisalhos presos num rabo de cavalo e olhos que brilham como holofotes — está cercado por três jovens: Lucas (15), Júlia (16) e Rafa (18). O assunto? Música. Mais precisamente: rock.

— Vocês sabem o que é isso que tá tocando? — pergunta seu Zeca, apontando com o queixo pro rádio.

— Deep Purple? — arrisca Rafa, meio inseguro.

— Isso mesmo! “Smoke on the Water” (Fumaça sobre as águas). O riff mais famoso do rock. Se um dia vocês pegarem uma guitarra, vão aprender esse antes de saber afinar o instrumento. É quase um batismo.

quarta-feira, 9 de julho de 2025

Você bebe água ou só mata a sede?

 
            Cenário: Uma sala de aula, fim de tarde. O sol já baixou, e a escola está quase vazia. Um grupo de adolescentes de 12 e 13 anos está reunido em círculo com o professor Eduardo, que manja tudo de saúde do corpo. O assunto da conversa de hoje? Água. Sim, água.

— E aí, pessoal... já pararam para pensar na real importância da água no nosso corpo? Tipo assim: sem ela, a gente simplesmente... trava. O que vocês acham que acontece se a gente ficar sem beber água o suficiente?

— Ah, sei lá... dá sede, né? Fica com a boca seca.

— Exatamente! A sede é tipo um alerta vermelho que o corpo acende: “Ô, me dá água aí, pô!”. Mas o buraco é mais embaixo. Nosso corpo é feito, mais ou menos, de 60% de água. Músculos, sangue, até os ossos — tudo precisa de água para funcionar direito.

quarta-feira, 2 de julho de 2025

Um Encontro para Falar de Carinho e Superação


Numa tarde quente, Dona Clara, uma senhora de 60 anos com jeitão de avó, está sentada num banco da praça do bairro, conversando com um grupo de adolescentes. Tem o Lucas, de 15 anos, que não para de mexer no boné; a Ana, de 13, que vive com o celular na mão; e a Bia, de 14, que está sempre fazendo perguntas. Eles estão falando do incêndio que acabou com a casa da Dona Maria, uma vizinha que perdeu tudo: casa, roupas, móveis, até os documentos. A praça está calma, com passarinhos cantando e um vento leve balançando as árvores.

— Ai, gente, meu coração está partido pela Dona Maria. Perder tudo assim num incêndio... Não consigo nem imaginar – diz Dona Clara, ajeitando o lenço na cabeça, com a voz meio embargada.

— Sério, Dona Clara, eu vi a fumaça de longe, parecia filme de terror. Como a gente pode ajudar? – pergunta Lucas, tirando o boné e passando a mão no cabelo.

Você está no caminho certo... Quando perde o interesse de olhar para trás.

 
— Ei, Bê, já sentiu aquela coisa estranha de correr atrás de algo, mas não saber se está no caminho certo? Às vezes fico olhando pra trás, pensando se não deveria ter feito tudo diferente...

— Nossa, Lara, já passei por isso um milhão de vezes! Sabe, essa dúvida é como um mosquito zumbindo no ouvido. Mas vou te contar um segredo que descobri: você está no caminho certo quando perde o interesse de olhar pra trás. Sério, é tipo ganhar um superpoder!

— Hã? Perder o interesse de olhar pra trás? Parece bonito, tipo poesia, mas não sei se entendi direito...

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