quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

Cicatrizes são marcas de superação que só um verdadeiro guerreiro possui.

 
            Final de tarde, Léo acompanhava Clara, que havia levado sua irmã, Luiza, de apenas 8 anos, para brincar na praça.

— Ei, já reparou nessa cicatriz na minha mão? — perguntou Léo, esticando o braço pra mostrar uma linha meio tortuosa que cruzava a palma.

— Claro, como não? Parece que você brigou com a faca do pão e perdeu — respondeu Clara, rindo enquanto mexia no cabelo, sentada no balanço da praça.

— Quase isso! Foi numa queda de skate, uns dois meses atrás. Eu tava tentando um ollie e... bom, o chão ganhou — ele deu um sorriso torto, como se revivesse a cena.

— E tu ainda acha isso legal?

— Não é que eu ache legal. É que essa marca me lembra que eu caí, mas levantei,  tentei de novo, até conseguir. Sabe, tipo um troféu esquisito — Léo deu de ombros, olhando pro céu que começava a ficar laranja.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

Feche algumas portas. Não por orgulho ou arrogância, mas porque elas não te levam a lugar algum.

 

     Léo estava largado no banco do parque, fones de ouvido no máximo, mas sem ouvir nada de verdade. O olhar perdido no horizonte entregava que a cabeça dele estava longe dali. Mari, sua amiga, sentou-se ao lado dele e cutucou seu braço.

     — Ei, Léo, você já reparou como a gente insiste em ficar batendo em portas que não abrem?
     — Como assim, Mari? Tá falando de quê?
     — Tipo, aquelas coisas que a gente teima em segurar, sabe? Um sonho que não rola, um rolé que não dá certo, uma amizade que só pesa.

domingo, 23 de fevereiro de 2025

Se um dia você não quiser falar com ninguém, me ligue, ficarei em silêncio junto com você.

 
            Carlos estava passando por uns dias meio complicados, sua ansiedade e depressão, mesmo que leves, atrapalhavam a convivência com outras pessoas. Seu amigo de infância, Sérgio, era o único que não lhe abandonava nessas horas. Procurava sempre estar por perto, sem interferir diretamente, mas sempre presente.

Carlos, nesse momento, notou que Sérgio estava ali, sentado ao seu lado, então resolveu perguntar:

— Sérgio, você sempre está por aqui. E se um dia eu simplesmente não quiser falar com ninguém?

— Simples. Me liga.

— Mas eu não vou querer conversar…

— Ótimo. A gente fica em silêncio juntos.

— Isso é estranho.

— Estranho por quê?

— Porque as pessoas acham que, se você liga, tem que falar alguma coisa.

sábado, 22 de fevereiro de 2025

A essência da arte é dar corpo à inspiração do artista e asas à nossa imaginação.

 
            Luana e Maria entraram no ateliê de Luiz com os olhos brilhando, pareciam duas crianças descobrindo um mundo novo. O cheiro forte de tinta se misturava ao das madeiras esculpidas, e cada canto tinha um toque de caos bonito, com pincéis largados, telas encostadas e esculturas congeladas no tempo.

— Nossa, que loucura... parece que cada coisa aqui tem uma história — disse Maria, girando devagar para absorver tudo.

— Porque tem — respondeu Luiz, limpando as mãos num pano todo sujo de tinta. — A arte é isso. Cada traço, cada cor, cada forma... tudo tem alma.

Luana se aproximou de uma tela cheia de pinceladas intensas e perguntou:

— Mas... como você sabe o que pintar? Tipo, como surge a ideia?

Luiz deu de ombros, apoiando-se na mesa com ar tranquilo.

— Sei lá, vem de tudo quanto é canto. Às vezes vejo algo na rua, escuto uma história, ou só sinto alguma coisa e pronto. Às vezes um pôr do sol já é o bastante pra minha cabeça começar a trabalhar sozinha.

Maria cruzou os braços, pensativa.

— E você nunca tem medo de que ninguém entenda o que você quis dizer?

Luiz riu, balançando a cabeça.

— Medo? Sempre. Mas aí que tá... arte não é sobre entender, é sobre sentir. Eu pinto o que eu sinto, mas cada pessoa enxerga de um jeito. Pra um, pode ser alegria. Pra outro, tristeza. Cada olhar inventa um significado.

Luana coçou a testa, pensativa.

— Então... arte não tem um sentido certo?

— Exato! E ainda bem! Se tivesse, perderia a graça. A arte é um pedaço do que eu sinto, mas quando alguém olha, ela ganha vida nova. A imaginação de quem vê completa o que eu comecei.

Maria olhou para uma escultura de ferro retorcido no canto do ateliê.

— E quando você não tem inspiração? Como faz para criar?



Luiz pegou um pedaço de carvão e começou a rabiscar no papel.

— Inspiração não cai do céu. Às vezes, você precisa ir atrás dela. O erro de muita gente é achar que um artista só cria quando está inspirado. Na verdade, a gente trabalha todos os dias, inspirado ou não. E no meio do caminho, a inspiração aparece.

Luana sorriu, surpresa.

— Tipo... não esperar a motivação chegar, mas começar e deixar ela vir depois?

— Exatamente. A ação precede a inspiração. Se você ficar esperando o momento perfeito, nunca vai começar.

Maria se sentou em um banco próximo.

— Acho que isso vale pra tudo na vida, né? A gente sempre espera estar pronto, mas talvez nunca esteja de verdade.

Luiz assentiu.

— Nunca estamos. Mas o segredo é fazer mesmo assim. Comece onde está, com o que tem. O resto vem.

Luana olhou para um quadro inacabado na parede.

— E quando uma obra não sai como você queria?

— Ah, isso acontece o tempo todo. Mas a gente aprende a aceitar o processo. Às vezes, o erro leva a algo melhor do que o planejado. Um quadro pode ficar parado, inacabado, por dias, meses e até anos. De repente, surge uma ideia que se encaixa exatamente naquilo que achávamos que estava errado ou que não gostamos e, como mágica, criamos uma nova obra.

Maria olhou para um mural repleto de rabiscos e anotações.

— E qual é a importância da arte na nossa vida?

Luiz pensou por um momento antes de responder.

— A arte nos lembra que somos humanos. Ela nos faz sentir, refletir, enxergar o mundo de outras formas. Sem arte, a vida seria só rotina, sem cor, sem emoção.

Luana sorriu.

— Então, a arte é o que dá alma ao mundo?

— Exatamente. A arte é vida expressa de um jeito que as palavras nem sempre conseguem alcançar.

Maria suspirou, olhando ao redor com novos olhos.

— Acho que nunca mais vou olhar para um quadro do mesmo jeito.

Luiz riu.

— E esse é o primeiro passo para entender a arte. Ela não está aí para ser decifrada, mas para ser sentida.

Luana hesitou por um momento, depois perguntou:

— Mas e se eu quiser pintar? Será que eu consigo? Quero dizer, qualquer um pode ser artista?

Luiz a encarou com um sorriso encorajador.

— Qualquer um que tenha algo a expressar pode ser artista. A questão não é se você pode, mas se você quer. Você está disposta a errar, tentar de novo, experimentar?

Maria olhou para Luana com expectativa.



— Acho que ela quer dizer... por onde começar?

Luiz pegou um pincel e colocou nas mãos de Luana.

— Comece aqui e agora. Não existe um caminho certo ou errado, só o seu jeito de fazer. Pegue a tinta, brinque com as cores, sinta a textura. A arte não exige perfeição, só autenticidade.

Luana olhou para o pincel, depois para a tela em branco. Respirou fundo e sorriu.

— Acho que vou tentar.

Luana pincelou alguns rabiscos aleatórios.

— Já posso chamar isso de arte? —Luana perguntou, sorrindo.

Luiz assentiu, satisfeito.

— Então, você já começou. Se nesses poucos traços você começou a definir um sentimento, então é arte. Mesmo que pareça incompleta para os outros.

As duas saíram do ateliê com algo a mais no peito. Como se tivessem descoberto uma porta para um mundo novo.

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Se tem algo que podemos aprender com esse diálogo, é que a arte não é apenas um quadro pendurado na parede, uma escultura em um museu, um livro na prateleira ou uma música tocando no rádio. Ela é uma forma de expressão, um reflexo da nossa alma, um pedaço do que somos e sentimos.

A inspiração, muitas vezes, não chega pronta. Ela nasce do ato de começar, de tentar, de errar e continuar. Assim como na arte, na vida também precisamos dar o primeiro passo, mesmo sem ter certeza do resultado.

Então, seja qual for sua forma de criar — seja escrevendo, pintando, dançando, cantando ou sonhando —, permita-se sentir. Porque a verdadeira arte está nisso: transformar sentimentos em algo que toca o mundo.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

Elimine os grilos de sua cabeça e aumente o número de borboletas no estômago.

 

Júlia e Davi caminhavam na beira do lago, que fica na praça central da cidade, conversando e observando algumas pessoas sentadas nos bancos próximos e algumas crianças andando nos pedalinhos dentro d´água.

— Sabe o que me irrita? — perguntou Davi, jogando uma pedra no lago.

— Muita coisa — respondeu Júlia, rindo. — Mas, dessa vez, o que foi?

— Minha cabeça não para. Fico remoendo coisas que nem aconteceram. Crio mil cenários de desgraça antes de dar o primeiro passo. É como se eu estivesse me sabotando o tempo todo.

— Ah, os famosos grilos na cabeça… a gente passa tempo demais alimentando grilos na cabeça e esquece de colecionar borboletas no estômago.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

A vida é uma constante olimpíada. Um pequeno erro pode jogar fora anos de preparação.

 
            O sol começava a se despedir no horizonte, pintando o céu com tons de laranja e rosa. Lucas e Marina estavam sentados em um banco da praça, cercados pelo barulho suave de pessoas caminhando e crianças brincando. Lucas olhava para o horizonte, como se procurasse respostas no crepúsculo.

— Marina, já parou pra pensar que a vida é tipo uma olimpíada?

Marina franziu a testa, surpresa.

— Olimpíada? Como assim?

— Pensa só: a gente passa anos se preparando pra alguma coisa, seja vestibular, um emprego ou até um relacionamento. Aí, de repente, um erro bobo e pronto, tudo desmorona.

— Sei o que você quer dizer, mas não acha que isso é meio exagerado? Errar faz parte, né?

Lucas suspirou, tentando organizar as ideias.

— Claro! Mas pensa num atleta que treinou a vida toda pra uma prova de dez segundos. Se ele escorregar no meio do caminho, já era. Tudo o que ele construiu vai pro ralo.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

Mesmo que a areia da praia esteja quente, você continua, porque sabe que o mar está logo ali, à frente. Faça o mesmo em relação aos obstáculos que estão no caminho dos seus sonhos.

 

Marcos e sua irmã mais velha, Júlia, foram passar o fim de semana na praia, com seus pais. Por volta das 15 horas, os dois resolveram ir dar um mergulho no mar. Chegando no calçadão, próximo à beira da praia, puderam ver que o mar estava calmo e com uma cor verde-azulada, ou seja, perfeito.

Após tomarem uma água de coco, resolveram enfrentar a areia que os separava das águas convidativas daquele mar lindo. Ao colocar o pé na areia, Marcos deu um grito e reclamou.

— Tá quente demais!

A voz de Marcos cortou o ar abafado da tarde. Ele levantou um pé, depois o outro, tentando fugir da areia escaldante. Mas Júlia, ao lado dele, apenas riu.

— E você queria o quê? Areia com ar-condicionado? Ou uma trilha de pedras de gelo?

Ele bufou, olhando para o mar que brilhava a poucos metros dali.

— Eu só queria que fosse mais fácil chegar lá sem queimar os pés.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

Antes de responder, escute e procure entender a pergunta.

 
            Após o almoço e no intervalo entre o período da manhã e da tarde na escola de tempo integral, Ana e Lucas estavam na área reservada para o descanso e lazer dos alunos. Sentados mais ao canto da sala, Ana lia seu livro, enquanto Lucas, como sempre fazia, estava no celular, bisbilhotando as redes sociais.

— Sabe o que eu percebi hoje? — perguntou Lucas, largando o celular na mesa.

Ana levantou os olhos do livro. — Que você gasta tempo demais nesse telefone?

Ele riu. — Além disso. Percebi que, muitas vezes, respondo antes de entender a pergunta.

— Como assim? — ela fechou o livro, interessada.

— Tipo hoje, na prova de matemática — Lucas coçou a nuca. — Li a questão correndo, achei que era uma coisa e já fui resolvendo. No final, vi que tinha respondido errado porque não entendi direito o que estava sendo pedido.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

O amor verdadeiro não vive sempre com os pés no chão, ele ganha asas e voa sobre as nuvens!

 

— Ei, você já parou pra pensar o que é o amor verdadeiro? Você acredita que ele exista? — perguntou Ana, deitada na grama, olhando para o céu.

— Acho que sim... Ou melhor, quero acreditar. Mas acho que todo mundo tem uma definição diferente — respondeu Pedro, deitado ao lado dela, com as mãos apoiadas na nuca.

— Pois é. Mas eu acho que o amor verdadeiro não é aquela coisa parada, sabe? Não é só ficar ali, no chão, esperando a vida passar.

— Como assim? — Pedro virou o rosto para ela, curioso.

— É que... o amor verdadeiro não vive sempre com os pés no chão. Ele ganha asas e voa sobre as nuvens! — Ana falou com os olhos brilhando, como se estivesse vendo algo que Pedro não conseguia.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

Entrevistas de emprego não são bichos de sete cabeças.

 
            Uma sala de reuniões simples, com uma mesa redonda e algumas cadeiras. Um grupo de jovens, todos com cerca de 17 anos, senta-se à mesa. À frente deles, o diretor de RH de uma agência de empregos, um homem de meia-idade, com jeito calmo e voz firme, prepara-se para dar algumas dicas de como se portar numa entrevista de primeiro emprego.

- Antes de começarmos, quero que saibam uma coisa: entrevistas de emprego não são bichos de sete cabeças. São conversas. E como toda conversa, exigem preparo, mas também autenticidade. Bom, pessoal, vocês foram selecionados para uma entrevista de assistente comercial em uma distribuidora de alimentos. Sei que a maioria nunca passou por algo assim, então vamos conversar sobre como se preparar e evitar os erros que eliminam muitos candidatos.

- Nossa, dá um nervoso só de pensar…

terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

Medo ou insegurança? O primeiro dia na escola nova.

 
            Maria, Alice e Júlia estavam deitadas nas espreguiçadeiras à beira da piscina, aproveitando o sol quente de domingo. A água brilhava sob a luz da tarde, mas, apesar do clima leve, um assunto inevitável pairava no ar: o primeiro dia na escola nova, em outra cidade, onde nenhuma delas conhecia alguém. 

— Eu tô morrendo de medo, gente — confessou Maria, jogando os pés na água. — Imagina chegar lá e não saber nem onde fica a cantina? Ou pior: sentar sozinha no recreio? 

— Nem fala! — suspirou Alice, ajustando o chapéu de sol. — E se a gente não conseguir fazer amigos? E se todo mundo já tiver seu grupinho e a gente ficar de fora? 

Júlia, que até então estava quieta, balançou a cabeça. — Eu só queria saber se vamos conseguir acompanhar as matérias. Dizem que o nível lá é bem puxado. E se a gente se enrolar? 

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

Solidão ou Solitude? Uma conversa sobre estar bem consigo mesmo.

 
            Isabela estava fazendo as unhas na sala de casa, quando seu irmão, Fábio, chegou do trabalho.

— Cara, tô me sentindo meio estranho esses dias. — disse Fábio, jogando a mochila no chão da sala, com um suspiro pesado. O tipo de suspiro que carrega cansaço e algo que não se explica fácil.

— Estranho como? — perguntou Isabela, largando o esmalte sobre a mesa e cruzando as pernas. O olhar curioso denunciava que ela queria entender mais.

— Sei lá... parece que tô sozinho no mundo, sabe? Não importa onde eu esteja, eu sinto que ninguém me entende de verdade. É como se eu tivesse desconectado de tudo.

— Hum, entendi. Você tá falando de solidão? É aquela sensação esquisita de vazio, tipo estar no meio de uma multidão e, ainda assim, se sentir sozinho?

— É isso! Bem desse jeito. E é ruim, sabe? Pesa. Às vezes, até gosto de ficar sozinho, no meu canto, mas tem horas que eu até queria conversar, fazer parte de algo, e parece que estou invisível para o resto do mundo, como aconteceu agora na faculdade, por exemplo.

sábado, 8 de fevereiro de 2025

Ser feliz é olhar tudo que nos cerca e perceber que temos mais do que o necessário.

 
            Clara e Gilson, amigos de longa data, após realizarem sua caminhada diária, pararam numa praça para recuperar o fôlego e tomar uma água de coco, comprada na tendinha do seu Manuel.

— Ei, você já parou pra pensar no que é ser feliz? — perguntou Clara, sentada no banco da praça, enquanto observava as crianças brincando.

— Claro que já. Mas acho que a gente complica demais isso. Felicidade não é algo tão distante, sabe? — respondeu Gilson, sentado ao seu lado, com um sorriso tranquilo.

— Complicamos? Como assim? — Clara franziu a testa, curiosa.

— Tipo, a gente fica tão focado no que não tem, no que falta, que esquece de olhar ao redor. Felicidade não é ter tudo, é perceber que já temos mais do que o necessário.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

Se tudo que ofereceu até hoje não foi suficiente, talvez esteja na hora de oferecer sua ausência.

 
            Uma tarde quente de domingo. João está sentado no sofá da sala, olhando fixamente para o celular, como se esperasse uma mensagem que nunca chega. Pedro entra na sala, segurando uma garrafa de água, e percebe a expressão perdida do amigo. 

Pedro aproximou-se e sentou-se ao lado de João, deixando a garrafa sobre a mesa. 

— O que foi? — perguntou, quebrando o silêncio. 

João ergueu os olhos, como se só então tivesse percebido que não estava sozinho. 

— Nada... — murmurou, mas Pedro não se convenceu. 

— Fala aí. Tô te vendo há uma hora com essa cara de quem perdeu o último ônibus. 

terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

Para somar, quase ninguém. Para te diminuir, tem até fila.

 

Ana, 18 anos, e Lucas, seu irmão de 14, estavam sentados na beira da piscina, apenas com os pés dentro da água, conversando sobre as pessoas desejarem ver mais a tua queda do que a tua vitória. 

— Sabe aquela frase que diz: “Para somar, quase ninguém. Para te diminuir, tem até fila”? — começou Lucas, olhando para Ana enquanto ajustava os óculos. 

— Ah, sim. Já ouvi. E é verdade, né? — respondeu ela, balançando a cabeça. 

— Demais. Parece que todo mundo tem uma opinião sobre o que você deveria fazer, mas poucos estão lá pra te ajudar de verdade. 

— Exato! — Lucas deu uma risada meio sem graça. — É tipo... quando você decide fazer algo diferente, tipo mudar de curso ou tentar um emprego novo. Todo mundo fala: “Ah, será que é uma boa ideia?”. Mas ninguém aparece pra te dar uma força. 

— E pior — Ana interrompeu, erguendo a voz —, se você falhar, ainda tem gente que fica feliz. Sabe? Tipo: “Eu avisei!”. É como se o fracasso dos outros fosse um troféu pra eles. 

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

Há momentos em que você precisa tomar decisões de adulto, mesmo que isso te faça chorar feito criança.

 

Júlio chegou em casa cantarolando, pois tivera um excelente dia no trabalho, realizando a venda de dois imóveis. Ao chegar na sala, encontrou Ligia, sua irmã, sentada no sofá, no escuro.

Lígia tava quieta, olhando pro nada, mas dava pra sentir que algo pesava no ar. Júlio, que a conhecia bem, sabia que tinha coisa ali. Ficou tentando decifrar o que passava pela cabeça dela, mas sem sucesso.

De repente, ela soltou um suspiro pesado, daqueles que a gente solta quando não aguenta mais segurar o que tá sentindo.

— Júlio, você já teve que tomar uma decisão que sabia ser a certa, mas que doía tanto que parecia que ia te despedaçar por dentro?

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