Era
início da tarde quando Henrique, dono de uma pequena loja de materiais de
construção, chamou Gustavo, um de seus funcionários, para conversar no pequeno
escritório. O clima estava tranquilo, mas Henrique sabia que precisava abordar
o assunto com cuidado. Gustavo, de 20 anos, era esforçado, filho de uma antiga
funcionária da empresa, que se aposentou, mas ultimamente parecia
desmotivado, trabalhando no automático.
Henrique
acreditava no potencial de Gustavo, mas há dias que vinha observando o seu
funcionário no trabalho e percebeu que ele parecia aéreo, desmotivado e temia
que esse comportamento poderia até mesmo causar um acidente, devido a falta de
atenção. Diante disso e em consideração à Vera, mãe de Gustavo, resolveu chamar
o rapaz para uma conversa e entender o que estava acontecendo.
—
Gustavo, tudo bem? — começou Henrique, gesticulando para ele se sentar
na cadeira em frente à sua mesa.
— Tudo, sim, chefe. Aconteceu alguma coisa? — respondeu Gustavo, desconfiado.