sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

Assim como a sua, existem outras famílias esperando alguém voltar para casa.

 
            Mauro segurava o estilingue com orgulho, como se fosse a chave para uma grande aventura. Ao lado dele, Pedro e Lucas compartilhavam a mesma empolgação, rindo e planejando o que fariam ao encontrar os passarinhos. Era uma tarde quente, e a sensação de liberdade parecia contagiar o grupo. O portão já estava sendo empurrado quando a voz grave de Senhor João ecoou pela varanda.

— Ei, Mauro!

O garoto parou, ligeiramente contrariado, mas virou-se para o pai.

— O que foi, pai?

— Pra onde vocês estão indo com isso aí? — perguntou, apontando para os estilingues.

— Ah, nada de mais. Vamos só caçar uns passarinhos, vai ser divertido. — Mauro respondeu com um tom de brincadeira, arrancando risadas dos amigos.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

O melhor calmante do mundo não é a água com açúcar, é a água com sal!

 
            Dois amigos, Gabriel e Luana, sentados nas dunas, observam o mar enquanto o vento bagunça os cabelos e o som das ondas se mistura ao riso dos jovens jogando bola na areia. Todos faziam parte da turma do segundo ano da Escola Dom Pedro. Eles vieram passar o fim de semana na praia, numa promoção da escola para celebrar o fim de mais um ano letivo.

Após falarem sobre os mais diversos assuntos, inclusive sobre a escola, Gabriel decidiu abordar outro tema, mais relacionado à situação em que se encontravam, curtindo uma praia.

– Lú, quer saber? Eu tô convencido de que o melhor calmante do mundo não é água com açúcar, é água com sal.

– Água com sal? Isso é coisa de vó que errou na receita do remédio, né?

terça-feira, 17 de dezembro de 2024

Ser criativo é, muitas vezes, ser taxado de louco.

 

No centro da cidade, a Barbearia São Jorge funcionava no mesmo local há mais de 30 anos e mantinha um número razoável de clientes, sendo que a maioria já eram idosos, frequentadores antigos do estabelecimento. A barbearia, além do Sr. Jorge, tinha mais cinco barbeiros e um gerente que, além de barbeiro, cuidava da administração quando o proprietário não estava no local, o que quase sempre ocorria, haja vista a saúde já um pouco debilitada do Sr. Jorge.

Felipe, 25 anos, estava na barbearia desde os seus 14 anos, começando como responsável por recolher os restos de cabelos caídos no chão e por lavar os aventais e toalhas. Com o tempo, aprendeu o ofício de cabeleireiro e conquistou a confiança do Sr. Jorge, logo assumindo o posto de gerente.

O jovem gerente notava que, a cada dia, a clientela diminuía e que algo precisava ser feito. Era preciso modernizar, criar novas ideias para atrair os jovens da cidade. Felipe então resolveu ter uma conversa com seu patrão, no intuito de convencê-lo a realizar algumas mudanças.

domingo, 15 de dezembro de 2024

Não desista de você! Sempre tem alguém que te ama e sentirá tua falta.

 
            Era um domingo chuvoso, e Luís, 15 anos, estava trancado em seu quarto, como fazia nas últimas semanas, procurando alguém para conversar na internet. Ele estava passando por alguns problemas na escola, na família e se afastando de seus amigos.

Em um chat de bate-papo, tinha iniciado uma conversa com uma estranha chamada Elisa. Deu um "oi", perguntou seu nome, mas parou de teclar e ficou olhando para a tela, em silêncio, até que Elisa respondeu.

— Oi, Luís. Você tá aí? Tá tudo bem?

— Não tá tudo bem, não. Acho que nunca esteve.

— Quer falar sobre isso?

— Não sei... talvez. É só que... eu tô cansado, sabe? De tudo.

— Cansado de quê exatamente? Às vezes, falar ajuda a organizar os pensamentos.

sábado, 14 de dezembro de 2024

A vida é feita de fazes. Ou fazes ou não fazes.

 

Às vezes, a vida parece um daqueles jogos cheios de desafios: a cada fase, algo novo para aprender, superar ou encarar. Só que, diferente do videogame, aqui não dá para pausar, mudar de personagem ou ajustar a dificuldade. E o que acontece quando você fica parado, esperando as coisas mudarem sozinhas? Nada. 

Foi pensando nisso que Júlia e Pedro, dois amigos no meio de suas próprias batalhas, começaram uma conversa sincera sobre como lidar com as fases da vida. Entre dúvidas, medos e risadas, eles foram descobrindo juntos uma verdade simples, mas poderosa: “A vida é feita de fases. Ou fazes ou não fazes.” 

Prepare-se para entrar nesse bate-papo e, quem sabe, encontrar a motivação que você estava precisando para passar para a próxima fase. 

sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

Sorria! Chorar entope o nariz.

O Sol estava se pondo e três amigos, que aproveitavam o final de semana na praia, estavam sentados na areia à beira-mar, observando as ondas e a bela imagem proporcionada pelo pôr do sol.

Isa: Gente, posso confessar uma coisa? Hoje eu acordei daquele jeito... sabe, com vontade de me esconder do mundo. Parece que, às vezes, a vida pesa demais.

Fábio: Entendo, Isa. Mas sabe o que eu faço quando me sinto assim? Dou risada. Sério. Não porque os problemas somem, mas porque chorar só me faz ficar com o nariz mais entupido. E olha, respirar pelo nariz é importante!

quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

Entre o Silêncio e a Esperança: A Coragem de Pedir Ajuda.

 

Acordei de novo com aquela sensação. Um peso no peito, um nó na garganta. Já nem sei se é tristeza, cansaço ou os dois. Só sei que está lá, firme e pesado. Pior é que nem aconteceu nada, sabe? Não tem um motivo claro, uma razão óbvia. É só essa coisa aqui dentro, me puxando para baixo.

“Por que eu sou assim?” É a pergunta que me faço todo dia. E, claro, nunca tenho uma resposta. Tento continuar, finjo que está tudo bem, mas a verdade é que eu estou cansado. Cansado de lutar contra algo que eu nem sei como explicar.

Às vezes penso nos meus amigos. Eles dizem que se importam, que eu deveria conversar. Mas e se eu falar e ninguém entender? E se acharem que é drama? Pior ainda, e se eu não souber explicar direito?

terça-feira, 10 de dezembro de 2024

Se o tempo curasse, as farmácias venderiam relógios.

 
            Era uma tarde cinzenta, dessas que fazem a gente querer se encolher num canto com uma xícara de café quente nas mãos. O café perto da faculdade estava lotado, cheio de vozes misturadas e o som de xícaras batendo nos pires. Clara e Luciano conseguiram se acomodar num canto mais tranquilo, mas o silêncio entre eles era mais pesado que a garoa lá fora.

Clara girava sua xícara de cappuccino, buscando coragem para dizer o que precisava. Finalmente, quebrou o silêncio:

— Luciano, você não precisa passar por isso sozinho, sabe? Já faz três meses… e parece que você tá se afastando de tudo. De mim, dos seus amigos, até dos seus sonhos.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

Não tenha pressa, mas também não perca tempo.

 
            Júlia, de 17 anos, assim como várias outras jovens de sua idade, vive conectada à internet e tem um sonho: ser uma influenciadora de sucesso. Entretanto, mesmo fazendo tudo o que acha ser ideal, sua página no Instagram não decola. Muitas de suas publicações não conseguem nenhuma visualização.

Ela estava quase desistindo da ideia quando Beth, sua amiga de muitos anos, sugeriu que ela entrasse em contato com um influenciador de sucesso que mora na cidade delas para pedir orientação. O influenciador era Lucas, um jovem de 30 anos, conhecido por suas publicações de impacto e grande número de visualizações.

Reconhecido por ser uma pessoa acessível e por compartilhar seu conhecimento com jovens aspirantes a criadores de conteúdo, Lucas aceitou conversar com Júlia e marcou um encontro em uma cafeteria no centro da cidade, muito frequentada pelos jovens locais.

domingo, 8 de dezembro de 2024

Alguns sentem a chuva, outros, apenas se molham.

            Carlos e Gerson estavam sentados na varanda, com os braços cruzados e olhares desanimados. A chuva caía firme, formando pequenas correntes que escorriam pela calçada. Dentro de casa, a falta de energia elétrica interrompera a partida de videogame, que prometia durar a tarde inteira.

Que saco! — reclamou Gerson, mexendo nos cadarços do tênis. — Não dá nem pra jogar direito. Não há nada pra fazer.

Pois é — concordou Carlos, batendo o pé no chão molhado. — Sempre tem que faltar luz justo quando a gente mais quer jogar.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

Pássaro criado em gaiola acredita que voar é coisa de louco.

 
            A sala estava cheia. Os alunos do terceiro ano, com olhares divididos entre curiosidade e tédio, aguardavam o início da palestra. Era mais uma daquelas atividades que a escola organizava para orientar os formandos. O palestrante do dia, o professor e escritor Manoel La Fonte, era um senhor de cabelos grisalhos e postura tranquila, mas com uma energia que parecia transbordar pelos olhos. Ele carregava um exemplar de um dos seus livros, Pássaro criado em gaiola acredita que voar é coisa de louco, e parecia já saber exatamente como cativar aquele público.

Depois de uma breve introdução pela coordenadora, Manoel pegou o microfone e começou:

— Bom dia, pessoal! Eu sei, eu sei... Palestra no meio do ano letivo, ninguém aguenta mais, né? Mas vou tentar não ser chato. Hoje, quero falar sobre uma coisa que talvez vocês ainda não tenham percebido, mas que está moldando a forma como encaram a vida.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2024

Não é a carga que faz tombar o caminhão, mas como ele a carrega.

            Felipe entrou em casa batendo a porta. O som ecoou pelo pequeno apartamento, carregado de frustração. Na cozinha, Ana, ainda com a calça social e a blusa leve que vestira para ir ao trabalho, parou de tirar a casca de um ovo cozido e olhou para o relógio. Ele tinha chegado mais tarde do que o habitual.

Logo em seguida, ouviu a mochila sendo jogada no chão e um suspiro pesado que parecia trazer todo o peso do mundo. Ana enxugou as mãos no pano de prato, respirou fundo e foi até a sala.

Oi, amor. Tudo bem? — perguntou, tentando sorrir de forma acolhedora.

Felipe estava largado no sofá. Os cotovelos apoiados nos joelhos, as mãos segurando a cabeça. Ele não respondeu de imediato, mas sua postura já dizia tudo.

— Foi um dia horrível, Ana. O trabalho está um caos, o carro na oficina vai custar uma fortuna, e as contas... nem sei como vamos fazer pra pagar tudo este mês. Parece que tudo está desmoronando ao mesmo tempo.

terça-feira, 3 de dezembro de 2024

A tua mente, atualmente, atua ou mente?

 

Na pequena sala de Marcelo, um terapeuta com jeito de professor, Júlia e Lucas sentaram-se, cada um, com seus cadernos e um gravador. O trabalho escolar sobre a influência da mente nas decisões tinha levado os dois ali. Ambos estavam cheios de curiosidade e perguntas.

Vamos começar com o básico: como nossa mente decide por nós? — começou Júlia, ajeitando o cabelo atrás da orelha.

Marcelo sorriu.

— Vou responder, mas antes, deixo um desafio. Pensem em algo que vocês queriam muito fazer, mas desistiram.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

Uma mentira coloca em dúvida todas as verdades.

 
            Lucas e Júlia estavam caminhando pela mesma calçada, próxima à praia, onde sempre se encontravam. Era quase um ritual. Depois das aulas da faculdade, gostavam de passar um tempo ali, conversando sobre qualquer coisa, desde as séries favoritas até os planos para o futuro. Mas, naquela tarde, algo parecia fora do lugar. Lucas estava mais calado do que o normal, e Júlia, sempre tão perceptiva, logo notou.

Tá tudo bem, Lu? — perguntou, quebrando o silêncio.

Lucas deu de ombros, evitando o olhar dela.

— Tô... tô sim.

Mas Júlia sabia que não. Lucas nunca conseguia esconder quando algo o incomodava. Ela parou de andar e puxou o braço dele, forçando-o a encará-la.

— Você me conhece, né? Sabe que eu não vou acreditar nesse “tô sim”. Então, o que tá pegando?

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